Publicado em: 19/09/2016
Since you went away
dontcha know?
I sit around
with my head hangin' down
And I wonder
Who's loving you
— Jackson 5 in Who's Loving You
Adam sorriu e congelou na entrada da porta. O seu coração palpitou ao olhar para Kimberly, que ainda continuava sentada sem se dar conta do olhar de Stalteri, aquele silêncio de segundos era terrível. Desejava ter algo a dizer e tinha.
— Kimberly — Adam chamou a sua atenção — lembras-te? — Kimberly não entendeu aonde Adam pretendia chegar com aquela pergunta — Lembras-te como nos tornamos melhores amigos?
— Nós somos melhores amigos? — Kimberly troçou de Adam, riu fracamente. — Sim, eu lembro-me. — Adam abriu a porta, Kimberly levantou-se entendendo o seu gesto. Guiou-a pelos corredores, eram verdadeiramente confusos e terroríficos, com uma cor desbotada e frios.
— Ainda bem, porque matava-te se não te lembrasses. — Adam franziu as sobrancelhas. Kimberly desatou a rir pela sua expressão. Os seus olhares cruzaram-se, um sorriso pelas gargalhadas baixou para um sorriso largo e de lábios juntos.
"Adam não tinha chegado a tempo de agarrar no braço dela quando chegou lá fora. As suas mãos foram automaticamente à sua cabeça. Perguntou, inclusive, às duas pessoas sentadas no carro de bois à esquerda da grande porta do estábulo.
O "não" viera em câmara lenta, um aperto no coração. Seria possível dizer-lhe com a total certeza se algum dia a viria? Se conseguiria sequer chegar perto dela um dia?
A sua única reação foi chutar a terra, as suas mãos foram à sua cabeça. Um nico de raiva subiu e manteve-se ali, desejou tanto poder ter dois dedos de conversa, apenas ouvir a sua voz ou saber como era o seu toque."
— Não é muito difícil lembrar como nos conhecemos ou virámos melhores amigos, sabes?! — Kimberly olhou para ele e de seguida para as suas mãos. — Vou-me lembrar sempre como meteste assunto. Ah, só uma coisa, tu parecias completamente desesperado. — Kimberly socou o braço de Adam com notória força ausente.
"Um dia quente e enfadonho. Era a primeira vez que mudava de escola por causa da mudança de casa. Kimberly não era filha de um casal ou somente de pai ou mãe que viviam em constante mudança.
Tinha ido à festa de fim de ano num celeiro longe, bastante longe, da cidade e das redondezas. Quanto tempo ficou? Um quarto de hora? Aquele ambiente entre alunos de caras conhecidas não era para ela, a sua presença tresandava a novata. A sua prima, Lyanne Piovani, convenceu-a a pôr lá os pés, já não era mau de todo.
Lyanne mostrava-lhe parte da cidade que desconhecia, o bairro onde, agora, iria viver, estudar, crescer ainda mais e tentar talvez lavar as feridas da inexistente autoestima, fazer pelo menos quatro amigos e não ter que dizer "não" para todos os interesseiros em copiar os trabalhos de casa.
— Despacha-te, Kim! — Lyanne olhou para as horas, Kimberly fê-las voltar atrás para buscar o seu aparelho eletrónico, como lhe gostava de chamar. — Kim! Vamos! — Lyanne gritou para dentro de casa, Kimberly não tardou a aparecer.
— Está bem! Calma, sim? — Kimberly enfiou a chave apressadamente no bolso do casaco. — A minha mãe quase o colocou na máquina de lavar e levei um raspanete, não preciso de outro. — Lyanne rolou os olhos — Já agora, tenho um bolso descosido, espera, a minha mãe já o deve ter cosido.
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A Better Man
RomanceKimberly e Adam são amigos desde a pré-adolescência e contudo ocultavam os sentimentos que nutriam um pelo outro pelo medo de perder a amizade. Foram completamente inseparáveis até as suas ambições e escolhas os levarem a caminhos separados e totalm...