Publicado em: 25/04/2016
My best friend
The one that I love until the end
You are my best friend
The realest in the world we don't have to pretend
You're my best friend
The one that I love until the end
You are my best friend
You and me against the world and we don't have to pretend
— Richie Campbell in Best Friend
Em tanto tempo de história e em tanto tempo em que lá morava, Arizona não tinha mudado nada num espaço de dois anos. Dois anos inteiramente dedicados à Polícia de Arizona, sem tirar nem por.
Adam Stalteri era, diga-se de passagem, a má-disposição em pessoa, vinte e quatro anos com disposição de setenta. Após quatro anos de estudos sobre Criminologia na Arizona State University e uma vaga sortuda na Polícia de Arizona fizeram uma terrível diferença.
Aqueles quatro anos foram divididos em duas fases: a fase boa e excelente, do primeiro à metade do segundo ano, e a fase terrível e horrível, da metade do segundo ano até ao quarto ano. O incrível dos primeiros anos foi destroçado pela impaciência e talvez a coincidência de a universidade, tal como todo o percurso escolar, se assemelhar aos Hunger Games.
Se havia alguma coisa de bom? Claro que havia uma imensidade de coisas boas, apenas era preciso que Adam se desse conta.
Todas as manhãs era a mesma coisa. Acordar cedo, qualquer pessoa acharia falta de juízo se ele se pronunciasse sobre isso, sair da cama a arrastar os pés, o que provocava um tremendo som de corpo sem alma, porém ele estava pouco se fudendo para isso, ele não vivia com ninguém! As suas contas eram divididas entre ele e ele mesmo.
Na Polícia de Arizona, trabalhava como polícia forense desde a sua saída da Universidade. A sua família tinha uma forte ligação com a polícia de Arizona há bastante tempo, décadas. O que começou com um estágio prolongou-se para um trabalho.
Adam é excelente naquilo que exerce, pertencendo a uma excelente equipa com pessoas variadíssimas. Mesmo assim sendo, ele possuía amigos, eram como uma família. Se algum desconhecido se sentasse com eles ao almoço, ficaria sem perceber o que decorria. No ar familiar decorriam alcunhas esquisitas, falavam sobre momentos embaraçosos, coisas de família, propriamente ditas.
— Finalmente, a donzela chegou! — Kennedy atirou os braços ao ar agradecendo a Deus pela chegada do amigo. O rapaz segurava uma pasta com algumas folhas que esvoaçaram no ar, pôde sentir o olhar de Adam a queimá-lo no peito. A pasta era sobre um processo recente onde Adam tinha trabalhado arduamente organizando tudo tim-tim por tim-tim. — Calma! Eu apanho! — Kennedy dobrou-se sobre o chão castanho-escuro.
— Que remédio o teu... — Olhou para o pequeno copo de café quente e pôde ver que não havia mais líquido nele. Tinha a sua mão esquerda no bolso, enquanto o seu braço direito segurava uma outra pasta debaixo e na mão o copo que agora era amassado.
— Ainda bem que aqui estão! Preciso que alguém interrogue a mulher da sala duzentos e cinco! — Lucille O'Hara, a chefe do departamento bateu com uma das quinhentas pastas bege que eram vistas por dia. Lucille, apesar dos seus preciosos quarenta e oito anos, bateu fortemente com os seus saltos de catorze centímetros.
— Que bicho lhe mordeu?! — Kennedy olhou para trás sem intender o porquê de bater a pasta tão forte na mesa onde se apoiava.
— Qual deles?! — Adam riu-se e Kennedy acompanhou-o ao perceber a piada.
***
Adam e Kennedy encontravam-se atrás do grande vidro. Kennedy analisava cada gesto da mulher que era interrogada por Luke Stone. Ele tinha que admitir, apesar das ideias idiotas e pouco convencionais, Kennedy tinha uma excelente capacidade para os casos e processos que tinham em mãos.
Luke não se importava muito com os white hats e grey hats, mas com os black hats, o seu sangue fervia. Embora que isso não significasse que não fosse agressivo.
Adam teve um déjà vu, como se aquela mulher lhe fosse familiar. Aquela mulher envergava uma blusa vermelha xadrez. O seu cabelo era preto com franja lateral. O seu rosto, a peça mais familiar, parecia perfeitamente limpo para as oito da manhã que agora se davam, embora houvesse um delineado preto à volta dos seus olhos decorados com pestanas volumosas.
Adam bateu na sua testa, a pasta com as suas informações estava com Luke. Kennedy olhou-o um pouco assustado pelo seu gesto. Rapidamente se moveu do lado de Somerhalder e bateu no vidro chamando a atenção de Luke. A mulher tinha batido com os punhos em cima da mesa e rapidamente estremeceu pelo barulho.
Ela ficou sozinha, Luke olhou-a de lado. Por que é que ele parecia com raiva? Entrou na sala onde Adam e Kennedy estavam, era uma sala muito pouco acolhedora, duas luzes que mais pareciam de presença, para não falar que uma funcionava muito mal, paredes de azulejo branco e chão cinzento, Kennedy já tinha confessado que conseguia ouvir gritos de agonia pela comodidade transmitida pela sala.
— O que se passa desta vez?! — Luke falou com agressividade, a sua raiva permaneceu no seu olhar distante, o que é que aquela mulher lhe tinha dito?
— Eu vou interrogá-la. — Adam foi curto e direto, respondendo no mesmo tom frio de Luke. O homem de cabelos castanhos olhou Adam passar por ele. Kennedy queria rir para caralho daquela situação, mas como Luke fervia em pouca água, não, achou que um murro no estômago em plena manhã, não, não seria uma ideia boa de todo.
Adam fechou a porta com alguma força e abriu, seguidamente, a outra porta da sala do interrogatório.
A mulher continuou de cabeça baixa, Adam sentou-se pela metade na mesa, pegou na pasta e começou a ler na metade o seu processo. Pôde ouvir um bufo pesado e descontente.
— Blue hat... Não sabias que tentar hackear perfis e sites de outras pessoas te podia trazer sarilhos? — Riu fraco e tossiu, como se livrasse da piada. O seu processo era um pouco normal para uma hacker. — Sorte a tua que eu tenho uma ideia em mente que pode ser infalível. — Conseguiu ouvir um "O quê?" pronunciado. — Conseguiste colocar o senhor anterior a ferver, se fosse eu, bem, eu conseguiria, mas levaria um soco ou um murro no estômago.
— Ok! Isto é algum tipo de piada? Eu já disse! Havia aquele maldito blogueiro a tentar publicar coisas sobre a minha família. Coisas que poderiam levar à rutura mental do meu pai. Aquele filho da p... — fez uma pausa, o que causou um clima tenso — Aquele filho da mãe.
Stalteri pôde reconhecer, havia alguma coisa naquela voz que era familiar, familiar demais. Não respondeu e folheou stressadamente o processo, nunca via o nome da pessoa em caso. Passou os olhos nas primeiras linhas sobre a pessoa. Kimberly Lively.
Aquele nome foi uma injeção de pura realidade, estava a interrogar a sua melhor amiga de adolescência, aquela com que se dera sempre bem desde os seus treze anos. Aquela que o deteve de rapar o cabelo ou furar os mamilos, já que as suas ideias nunca foram boas.
— Kimberly? — Adam clareou a sua voz pesada. Girou o seu corpo tal como a mulher levantou a cabeça. As suas expectativas confirmaram-se, era ela. A mulher pela qual tinha segredos.
— Adam?! — Kimberly surpreendeu-se. Fazia tanto tempo desde a última vez que o vira, talvez há dois ou três anos e meio. Era bom ver o homem que a fez sonhar.
Finalmente, ele começava a ver o que Arizona tinha para lhe mostrar.
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Até mais!
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A Better Man
RomanceKimberly e Adam são amigos desde a pré-adolescência e contudo ocultavam os sentimentos que nutriam um pelo outro pelo medo de perder a amizade. Foram completamente inseparáveis até as suas ambições e escolhas os levarem a caminhos separados e totalm...