Décimo Nono Capítulo - Casaria Contigo Todos Os Dias

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Publicado em: 14/08/2018

Hei de procurar esse lugar

Onde amar é tudo e o que faltar eu

Reinvento o mundo para te mostrar

Que esse amor que nos prende

E ao mesmo tempo nos liberta

É maior que nós dois!

Bem maior que nós dois!

— Diogo Piçarra in Breve

Fazia algumas semanas que Adam tinha saído do hospital e as coisas, aos poucos, voltavam ao seu lugar. Era incrível o que meses de frustração tinham causado. A saudade apertava mais que um cinto. Estava na hora de deixar o passado no passado, reconstruir tudo e por em ação o futuro com que eles tanto sonhavam.

— Tão cedo, Kim? Podias ficar um pouco mais na cama, comigo. — Adam beijou o pescoço de Kimberly por trás, enquanto ela preparava o pequeno-almoço. — Aproveitar a folga...

Kimberly gargalhou e, rapidamente, Adam com os seus braços envolveu o seu corpo. Voltando a beijá-la, Kimberly gargalhou ainda mais e com mais intensidade.

— Estou habituada a acordar cedo. — Kimberly virou-se, encarando os olhos ainda pequenos pelo sono. — Só dizes isso, porque estás de baixa e, se bem te lembras, tu eras muito pior.

— Calúnias! — Adam discordou em tom de brincadeira.

Iniciou um beijo calmo, sentindo que Kimberly sorria pelo meio. Todas as suas dores desapareciam em questão de segundos ao vê-la tão serena e divertida. Ela era a sua cura.

Ao parar o beijo por segundos, Kimberly reiniciou o beijo, desta vez, mais desesperado pela longa saudade que tinha acumulado. Adam não a repreendia.

O ambiente não era favorável à saudade que sentia do seu corpo, do seu toque, do seu cheiro... do seu tudo. As suas mãos passeavam sem muita inibição ou calma pelo seu corpo e preparavam-se para levantar a sua camisola.

— Não... — Kimberly parou a sua mão delicadamente. — Ainda precisas de recuperar, mesmo que sintas o contrário. — No fundo, também se tentava convencer com o seu próprio argumento.

Mesmo sentindo que era uma desculpa, Adam respeitou-a. Por outro lado, sabia que Kimberly o dizia por pura provocação ao sorrir e lhe dar as costas. Kimberly gostava de jogar.

Ao contrário do que costumavam fazer ao domingo, ficar em casa no silêncio deles, agora tinham por hábito almoçar com a família, ou algum familiar ou amigo.

Era relaxante sair de casa e passear pela cidade e almoçar na companhia de alguém próximo. Nem sempre Adam partilhava da mesma opinião quando se referia a almoçar com Mark.

Estar perto de Mark ainda lhe causava arrepios, um nó na garganta, ainda mais quando se tratava de almoçar e conviver com a sua pessoa. Pressentia que o irmão de Kimberly lhe rogava pragas na esperança que se sufocasse com um pedaço de comida, apesar de Kimberly já o ter reconfortado com o contrário.

Mark olhava para Adam como um melhor amigo. Tinha consciência do que se tinha passado, mas tal como a irmã, teve de aprender a deixar o passado no passado e a seguir em frente.

Todos os argumentos continuavam inválidos para Adam, continuava a sentir que a sua alma ameaçava abandonar o corpo a qualquer momento. Especialmente, quando Kimberly abandonava a mesa para ir à casa de banho.

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