10. 15? Não 17!

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        Ethan  

        Assim que entrei com o carro no quintal do qual me levaria para a garagem ouvi, gritarias, risos e logo vi a “festa” que faziam na piscina da casa. Um bando de adolescentes eufóricos que pulavam e corriam em volta da piscina como crianças, mas de certa forma a adolescia era um pouco infantil, os hormônios a flor da pele e todas as crises que hoje vejo que foram desnecessárias. Eles não tinham com o que se preocupar e aproveitar a vida eram o lema nessa idade.

        Deixei as sacolas dentro do carro, às compras eram para eu mesmo e eu não pretendia demorar muito aqui. Alice acenou sorridente para um dos amigos que chamou por ela, já corria na direção deles, mas ela parou e voltou me olhando desconcertada.

― Já ia me esquecendo. ― me pegou de surpresa em um abraço. Envolveu seus braços em volta do meu pescoço ficando na posta dos pés. ― Obrigada pela carona Ethan. ― senti uma pressão na bochecha em um beijo estalado e rápido.

― Não foi nada. ― falei assim que ela me soltou, ainda sem reação pelo seu ato.

― Vem pra piscina com a gente. ― fez o convite, mas já voltava a correr na direção dos amigos.

                Eu não ia me juntar a um bando de adolescente, o convite era sugestivo, o calor era tamanho, mas eu não tinha mais idade pra ficar entre adolescentes só seria mais um careta entre eles.

                Entrei pelos fundos e foi a procura da minha mãe, eu sabia que ela estaria em casa, pois ela havia me convidado para vir almoçar hoje com ela e o bando de adolescentes lá fora.

― Querido, você disse que não vinha. ― falou me olhando por cima dos óculos que usava. Ela tinha me convencido bastante e me ver ali a deixou surpresa.

― Não vinha, mas aqui estou eu. ― me jóquei a seu lado no sofá e beijei sua bochecha carinhosamente. ― Fui ao supermercado e encontre....

― Que marca de batom é essa no seu rosto? ― perguntou sorridente me olhando insinuosa. ― Você está namorando? Quem é? ― se aproximou mais querendo olhar de perto.

― Para de assanhamento mãe. ― levantei rispidamente. ― Você sabe que não procuro namoradas. ― Meu humor sempre se alterava quando começávamos esse assunto, o que me deixava enfurecido. ― Isso aqui foi só a filha da Mell. ― expliquei enquanto limpava com a mão e via a mancha feita em vermelho brilhante na minha mão.

                Ela me olhava desolada, nutria a esperança de que eu encontrasse uma nova mulher.

― Não me olha assim. ― falei mais calmo. Eu me exaltava fácil quando ela vinha com essas insinuações para o meu lado e mesmo sabendo disso ela sempre persistia no assunto.

― Eu só quero que você seja feliz meu filho. ― disse num tom de voz baixo. ― Você é um homem bonito, inteligente...

― Mãe, por favor. ― a interrompi. ― Você quer que eu vá embora? ― olhei-a duramente.

― Não.

― Então não vamos mais falar sobre isso, você sabe que eu não quero mais mulher nenhuma na minha vida. ― me olhei em um dos espelhos pendurados na sala para ver se tinha mais algum vestígio do maldito batom vermelho em meu rosto.

― Me desculpa, não está mais aqui quem falou.

― Vem cá, me dê um abraço. ― pedi mais calmo indo a sua direção, e mesmo ela não querendo eu a abracei, todos podiam me odiar quando eu era estúpido, mas minha mãe era a única da qual eu não aceitaria isso. ― Me desculpa por ser um estúpido. ― beijei o topo de sua cabeça jogando meu peso por cima dela e fazendo com que deitássemos no sofá.

Desapego - IMCOMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora