23. Desafio

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        Alice

        Parques de diversões me lembravam da infância, quando eu brincava em carrosséis, carrinhos que giram e pula-pula, mas eu já não era mais uma criança de cinco anos de idade, agora eu queria brincar nos brinquedos de gente grande. E quando digo gente grande não estou falando naquela maldita roda gigante que não transmite de verdade uma emoção.

― E então as meninas já decidiram em qual vão? Afinal viemos aqui para nos divertir

        O lenga lenga continuava. Sabrina era a mais medrosa e o seu acompanhante da noite parecia ser tão medroso quanto ela. Já Thales e eu topávamos qualquer aventura que nos fosse dada.

― Eu pensei em ir naquele ali. ― Sabrina apontou para um carrossel, e como era de se esperar todos nós começamos a rir.

― Fala sério Sabrina, um carrossel? ― Maneei a cabeça negativamente, aquilo só poderia ser uma piada. ― Você me surpreende sempre. ― disse entre risos.

― Qual foi? ― Arqueou as sobrancelhas ressentida. ― É um brinquedo romântico. ― Envolveu os braços ao redor do pescoço de Matheus o abraçando.

― Qual foi. ― Thales bufou demonstrando tédio. ― Ninguém aqui está querendo romance garota, nós queremos sentir a adrenalina correndo nas nossas veias. ― como se lendo a minha mente fiz das palavras dele as minha.

― Gosto de sentir a adrenalina nas veias de outra maneira. ― As palavras não poderiam ter saído mais maliciosamente pela sua boca. E para demonstrar que ela realmente se referiu a sexo, ela ousou ainda mais puxando Matheus pelo pescoço o dando um beijo insinuoso.

― Para de agarramento Sabrina, vocês não estão em um quarto. ― os separei e ela fez uma careta mostrando a língua.

― Você está com inveja. ― esse era sempre o argumento dela contra mim.

        Mas diferentemente do que ela pensava eu não sentia nem um pouco de inveja, ela nem tinha um relacionamento serio com ninguém. Amanhã Matheus já seria seu passado.

― Thales, vamos nos divertir como sabemos. ― envolvi meus braços no dele. ― Se vocês quiserem nos acompanhar. ― Dei a deixa. Ficaria a critério deles.

        O brinquedo mais radical era a montanha russa, isso não era novidade para ninguém, montanha russa era um clássico e como era de se esperar a fila estava enorme. Mas aquela não era qualquer montanha russa. Era à montanha russa; dessas que teu corpo fica quase livre, pernas soltas e cheia de loops e voltas que fazia você gritar e se arrepender de ter ido. E era nela que eu queria ir para abrir a minha noite de diversão.

        O casal “fofura” nos acompanhou a contra gosto. Sabrina foi relutantemente no brinquedo mais por insistência nossa e da sua atual paquera. Mas o parque estava cheio desses brinquedos irados, que dão medo só de olhar e a medrosinha da noite queria outro tipo de diversão no momento, então ela nos deixou com uma desculpinha boba e como já éramos safos no que dizia Sabrina, deduzimos que ela procurou o canto mais escuro para se agarrar com ele.

        Já eu e Thales tínhamos vindo para nos divertir e foi por isso que compramos o passe que nos deu livre acesso para irmos a qualquer brinquedo que quiséssemos.

        Depois de muita diversão eu já me sentia enjoada, e entes que fossemos comer fomos procurar pela dona Sabrina e seu Matheus.

― Ela nem deve estar mais por aqui. Já deve estar em um motel Ali. ― a impaciência de Thales era visível.

― Ela me avisaria. Ela sabe que tem que me avisar antes de sair assim quando estamos juntas. ― Isso era lei entre a gente, e devia ser cumprido.

Desapego - IMCOMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora