27. Continuação do capítulo anterior...

2.9K 201 33
                                    

        Ethan

― Thales!!! ― Alice me afastou num empurrão. Olhava para o meu irmão apavorada.

― Não é nada do que você está pensando. ― Me adiantei em explicar. ― Que droga!!! ― Esbravejei baixo.

― O mau dos espertos é achar que pode fazer os outros de bobo. ― riu com ar de deboche. ― Acho que vocês muito bem que eu não sou uma criança Ethan, eu sei bem o que eu vi. ― maneou a cabeça em negativa. ― Porque quem é pego no flagra sempre tenta fazer o outro de trouxa? ― cruzou os abraços.

― Calma, deixa eu te explicar. ― Fui em sua direção. Eu não fazia a menor idéia do que se passava na cabeça dele.

― Não precisa explicar nada, eu só queria que vocês estivessem sido francos comigo quando falei que estava rolando algo entre vocês. ― Riu com humor.

― Mas não estava rolando nada. ― Alice se juntou a mim e respondeu.

― Mas algo já tinha acontecido, ou esse é o primeiro beijo de vocês? ― olhou para Alice e depois para mim.

― Não. ― Alice falou num murmúrio.

― Eu não vou mentir dizendo que gostei realmente de saber que vocês estão juntos, eu sempre gostei um pouco da Ali. ― olhou para ela. ― Mas você é meu irmão e eu deixo você ficar com ela. ― Thales me abraçou repentinamente.

        Eu estava confuso agora, petrificado sem saber o que falar ou fazer e Alice nos olhava desconcertada.

― Eu amo você irmão e eu sei que ela vai fazer você feliz. ― Thales me soltou olhou para Alice e vi lagrimas caírem de seus olhos. ― Vêm cá vocês dois me deem um abraço.

Thales agarrou a mim e Alice ao mesmo tempo, os três juntos num abraço triplo.

― Não vou mais atrapalhar você. ― Nos soltou. ― Aproveitem ai, mas parem de gritar que as pessoas estavam olhando aqui para trás. ― nos alertou e saiu deixando-nos sozinhos novamente.

        Eu não esperava essa atitude tão madura do meu irmão, assim que eles nos flagrou eu pensei que tudo estaria perdido, que ele sairia contando para todos o que viu e a essa hora todos estariam me olhando como um monstro.

― O que foi isso? ― Alice perguntou, me olhando apavorada.

― Parece que meu irmão apoia isso. ― Sorri vitorioso a puxando pela cintura e a abracei.

― Nós vamos ficar juntos? ― Me olhou curiosa.

― Isso só depende de você. ― beijei sua testa com delicadeza. ― Está nos meus planos, mas isso se você quiser ficar com um velhote.

― Não fala assim. ― Bateu contra meu ombro. ― Vamos com calma ok?

― Ok. ― acenti.

― Vamos sair daqui antes que mais alguém nos veja trocando afetos. ― se afastou de mim.

― Posso te pedir uma coisa antes de irmos? ― A segurei no mesmo lugar.

― Claro.

― Você pode não dançar daquele jeito?

― Que jeito? ― Franziu as sobrancelhas.

― Toda insinuativa, não quero nenhum cara olhando para você com outros olhos. Você é minha.

― Uiii... Já está marcando território. ― Me deu um selinho demorado.

― Você é minha, não quero ninguém admirando o que é meu. ― Envolvi meus braços ao redor de sua cintura novamente. ― Você pode fazer isso?

― Sim senhor. ― Bateu continência, me arrancando um sorriso. Só ela tinha o dom de me fazer sorrir tão facilmente. 

― Só mais uma coisa princesa. ― fiquei mais sério. ― Eu queria manter segredo sobre isso por enquanto. Você sabe, sua idade é um problema para mim...

        Às vezes eu me esquecia que ela tinha 17 anos, mas antes que ela pudesse contar para alguém eu queria me prevenir. Sua idade era realmente um grande problema para mim.

― Tudo bem. Você tem toda a razão. 

― Quando você faz 18?

― Em novembro. ― Ela fez uma careta.

― Que droga, ainda estamos em Junho. Mas vamos pensar em algo até lá.

        Ela era proibida para mim, eu não tinha a menor dúvida disso, mas por ela eu estava disposto a enfrentar tudo e todos mesmo que isso significasse eu me prejudicar.

― Não vamos nos preocupar com isso agora. ― acariciou meu rosto. Era muito bom sentir o seu toque. ― Nós vamos pensar em algo. ― repetiu o que eu disse.

― Vamos sair daqui. ― Me adiantei.

― Ei, vem cá. ― Me puxou pelo braço.

― Que foi?

― Sabe... Aquele beijo foi sensacional. ― Ela ficou na ponta dos pés e envolveu os braços ao redor do meu pescoço sorrindo marotamente. ― Pode repetir a dose? ― Inclinou a cabeça de lado. Seu olhar tão inocente. Como ela era doce.

― Vamos ver o que posso fazer por você. ― falei pensativo.

        Claro que ela não precisaria me pedir para beija-la de novo. Tudo o que eu mais queria era beija-la. Graças a Deus estávamos num lugar escondido. Dei passos a frente prensando-a na parede atrás de mim aproximando mais nossos corpos. Beijei seus lábios com vontade, passando minhas mãos pela sua cintura, erguendo um pouco seu corpo. Ela era um pouco baixa. Dei um beijo no seu pescoço, com uma mordida de leve ao final. Eu pude ouvir sua respiração ofegante. Sentir meu corpo se arrepiar me fazendo soltar um gemido baixo... Essa menina tinha um incrível poder sobre mim. Dei leves beijos cessando as vontades que cresciam dentro de mim. 

― Agora vai se divertir com seus amigos. ― disse sem fôlego beijando sua testa.

― E você? ― Começou a ajeitar a roupa e cabelo.

― Eu vou pra casa.

― Posso ir com você?

        Não era melhor ela não ir, eu não sabia se iria me controlar sabendo que estávamos a sós no mesmo lugar e sozinhos. 

― Eu vou dormir meu anjo. Vou trabalhar logo cedo.

― Tudo bem. ― faz um biquinho de menina birrenta, mas eu não iria me render a esse charme.

― Nós vemos daqui a dois dias. Não fica assim minha linda.

        Eu me sentia o cara mais feliz do mundo nesse momento. Sentia-me aliviado por saber que as coisas entre nós estavam acontecendo de forma natural. Eu queria aproveitar todos os momentos que tivéssemos daqui por diante. Podia ser algo passageiro, eu poderia me tornar uma lembrança daqui há algum tempo para ela, ela era jovem e eu não tinha muito a oferecer por muito tempo, mas enquanto ela me quisesse, eu estaria aqui para ela.

Desapego - IMCOMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora