Ethan
Minha mente gritava um sonoro e gritante “NÃO”!!! Considerar tal ousadia não era e nunca foi do meu feitio, mas algo naquela garota instigava e atraia; como uma chama que se alastra rapidamente queimando tudo ao seu redor sem se importar com nada. O desejo insano que estranhamente aflorava os instintos reprimidos, adormecidos e guardados por anos que me impulsionavam a seguir em frente com a hipótese de beija-la. Mesmo sabendo que ela era somente uma menina.
Tracei milimetricamente o contorno dos seus lábios rosados com meus olhos. Não havia batom, aquela cor natural dos seus lábios que me atiçavam sem pudor. Carnudos, convidativos e lindos, como uma fruta madura e proibida da qual eu tanto cobiçava agora. Mesmo sabendo os riscos eu queria provar, senti-los para me certificar se eram doces, tanto quanto eu imaginava.
O instinto de desejo crescia e a cada segundo eu os queria mais. Segurei mais firme ainda em sua cintura; a prendendo ali rente a mim, impulsionando meu corpo para mais próximo ao seu.
Eu não sabia descrever o que exatamente o que estava fazendo, era como se um imã me puxasse para ela, sem me dar o direito de escolha, fazendo com que eu repreendesse qualquer pensamento negativo, altruísta, bizarro ou preconceituoso que surgia na minha mente.
Rocei meus lábios lentamente nos dela, meus olhos se fecharam automaticamente, e mesmo que não estivéssemos iniciado um beijo, eu já sentia o gosto dos seus lábios, que tive a prova de que eram realmente doces. Tomado por esse estimulo eu continuei, incitando-a a beijar-me também, abrindo lentamente seus lábios com os meus em um beijo terno e silencioso. Um beijo vagaroso, delicado e ainda assim gostoso.
Era só eu e ela, ela e eu, como se nada mais importasse ao nosso redor. Naquele momento ela não era uma menina, e sim uma mulher, poderia parecer egoísta, mas eu só queria aproveitar o pouco que estava tendo, as sensações que cresciam dentro de mim, a ternura, o carinho mostrar-lhe tudo o que sinto e seu beijo de lábios doces.
Um som estridente ecoou pelo cômodo, fazendo eu me sobressaltar e olhar na direção do celular de Alice.
― Minha mãe. ― falou assim que o pegou na mão. ― Só um minuto. ― se afastou e o atendeu.
Me recriminei de todas as formas quando ela se afastou, eu sabia que não deveria ter feito aquilo, que o beijo não duraria para sempre e que uma hora teríamos que nos encarar de frente.
― Ela só queria saber se eu estava bem. ― deu de ombros.
Eu não conseguia encara-la depois do que aconteceu, desviei meus olhos dos dela passando a mão na nunca um pouco frustrado. Aquilo não desculpas não seriam o melhor para dar, mas eu só poderia me desculpar com ela depois do meu lapso de impulsividade.
― Alice.... eu.... ― tentei encara-la, mas não consegui. ― Isso foi um erro, e foi tudo culpa minha...
― Cala a boca Ethan. ― gritou e eu me assustei olhando-a atônito. ― O que aconteceu aqui foi a coisa mais normal do mundo. ― deu um meio riso. ― Pelo amor de Deus, não vem com essa de menino arrependido, por favor.
― Eu tenho idade para ser o seu pai. ― engoli a seco.
― Têm! E dai? ― deu de ombros. ― Não é porque eu sou uma garotinha aos seus olhos que eu não posso beijar um cara mais velho. Foi só um beijo, você quis, eu quis...
― Você quis? ― aquelas palavras me tranquilizaram um pouco. Eu não queria ser acusado de assédio por ninguém.
― Não vou mentir. Nunca passou pela minha cabeça que fossemos nos beijar um dia, mas se aconteceu foi porque uma parte de mim também quis. Você não me obrigou a nada.
― É que... Talvez você tivesse achado que tinha que fazer porque eu tomei a iniciativa. Sei lá. ― comecei a andar de um lado para o outro.
― Ethan. ― andou o curto espaço e segurou minhas mãos. ― Quando uma mulher não quer alguma coisa ela tem mil maneiras de demonstrar. ― seu tom de voz era calmo e agradável. ― As coisas mudaram e você melhor do que ninguém sabe disso. ― olhava dentro dos meus olhos. ― Não é porque nos beijamos que você acha que vou obrigar você a se casar comigo. ― riu.
― Essa sua maturidade me espanta sabia. ― separei uma das mãos e passei no seu rosto angelical.
― Você acha que todas as novinhas são fúteis?
― Achava, até conhecer você.
― Obrigada por me deixar te fazer pensar ao contrario, mas não se ilude não, muitas por ai são bem infantis. Eu mesmo tenho os meus momentos.
― E eu não sei. ― seguei suas marias-chiquinhas e ela fez uma careta mostrando a língua.
― Hahaha. Bobo. Vou te mostrar a minha não infantilidade. ― segurou em meus ombros e ficou na ponta dos pés fazendo um biquinho fofo para me beijar.
― Acho melhor não Alice. ― me afastei sorrateiramente.
― Que foi? ― perguntou confusa.
― Não quero que isso se repita. ― deixei claro.
― Foi tão ruim assim?
― Na... não... ― gaguejei ao admitir.
― Então...
― Se você insistir vou ter que pedir pra ir embora.
― Ei, ei, ei.... calma. ― levantou as mãos para o alto. ― Já entendi. ― falou ríspida.
― Desculpa minha grosseria, eu só não quero que isso se repita, nós temos uma amizade e não quero que se comprometa.
― Eu já entendi Ethan. ― soou grossa.
― Me desculpa. ― disse realmente arrependido.
― Não tem nada do que se desculpar. ― falou com pouco caso. ― Já terminei por aqui. ― pegou o pano na bancada e saiu com passadas pesadas, o típico de garota birrenta.
Eu sei que estava sendo cruel, mas fazia isso para o seu bem, eu não queria nutrir um sentimento em alguém e não corresponder da mesma maneira. E tinha o problema maior, a nossa diferença de idade, isso nunca mudaria, ela tinha muito para viver e eu já tinha uma vida insignificante para terminar.
PS: Eu sei que muitas estão me chingando, que pensaram que desisti, mas não. mil descupas mesmo pela demora de postagem, justificar minha ausencia n compensará, o que tenho a dizer é que tive um bloqueio, mas peço desculpas mesmo a todos que acompanham e tenho muito respeito por cada leitor. Espero que entedam. Bejuss e espero que gostem
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Desapego - IMCOMPLETO
RomansaApós o casamento uma nova fase se inicia na vida de Ângela e Ethan. E há quem diga que vida de casado não é fácil. Será que eles estão realmente preparados para isso? Uma vida a dois, onde um tem sempre que sempre abdicar de algo para que tudo dê ce...