26. Ela é minha e de mais ninguém

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        Ethan

        Parece que foi ontem que segurei Thales em meus braços, minha mãe tinha 40 anos quando descobriu que estava grávida dele e não só para ela, para todos nós foi uma surpresa. Eu sendo filho único 24 anos, descubro que teria um irmão.

        Por mais surreal que fosse minha mãe ficou feliz com a notícia, em uma idade avançada se descobrir que ainda se pode gerar uma vida foi um presente do qual ela se entregou por inteiro. Em seus 40 anos de uma carreira consolidada, minha mãe abriu mão por uns anos para gerar o bebê da melhor forma possível já que tinha sido uma gravidez com certo risco.

        Hoje ela com seus 58 anos, eu com meus 42 e meu irmão completando seus 18 anos. Como o tempo passou rápido, meu irmãozinho estava se tornando um homem e eu me orgulhava disso. Ás vezes vejo alguns traços meus nele, mas Thales ao contrario de mim intenso, já eu mais racional.

        A casa está cheia, deixo meu carro estacionado na rua mesmo e entro. La de fora dava para escutar a música alta e claro que minha mãe como promotora de eventos iria fazer o seu melhor para a festa de 18 anos do meu irmão.

        Passo pela área gramada que esta coberta de mesas e cumprimento alguns parentes nossos. Vejo Thales mais adiante sorridente, veste uma blusa social azul e calça jeans de um jeito despojado, o cabelo meio arrepiado, homens não precisam de muito para se arrumar.

― Ohh cara você veio. ― falou assim que me viu e me abraçou.

― Não iria perder a festa de 18 anos do meu irmão. ― me afastei dele e entreguei meu presente.

        Com empolgação Thales retirou de dentro a caixa dentro do embrulho.

― Não acredito. ― me olhou com duvida.

        Assim que abriu a caixa seus olhos brilharam mãos do que o dourado do relógio.

― Como você sabia que eu queria esse relógio?

― Eu liguei para a mamãe e ela me enviou uma foto por e-mail.

― Cara você é o melhor irmão do mundo. ― me abraçou novamente forte pelo pescoço e me soltou ainda eufórico.

― Eu tento ser, mas toma cuidado com isso por ai. ― adverti.

― Eu vou tomar, valeu mesmo.

― Não foi nada. Mas me diz onde está nossa mãe?

― Acho que na cozinha.

― Eu vou lá falar com ela.

― Tudo bem e obrigada mesmo por vir.

        Acenei com a cabeça e vi Thales se juntar aos amigos mostrando o relógio para todos. Automaticamente meus olhos procuraram por ela, mas Alice não estava entre eles.

        Minha mãe de fato estava na cozinha, tudo para ela tinha que ser perfeito, era a pessoa mais perfeccionista que eu conhecia e esse lado meu veio dela. Falava com os garçons e a pegando de surpresa a abracei por trás, dando um beijo em seu pescoço. Eu sempre fazia isso com ela.

― Lembrou que tem mão seu filho desnaturado? ― se virou sem nenhuma surpresa e me deu um tapa forte no braço.

― Também senti saudades. ― ri.

― Quantas vezes já falei para não sumir desse jeito. ― me deu outro tapa.

― Desse jeito vou sumir para sempre se você continuar a me agredir. ― me afastei um pouco.

Desapego - IMCOMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora