CAPÍTULO 11

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Dançamos por mais alguns minutos até o timer do forno avisar que o peixe está pronto. Toni acomoda-me em uma das cadeiras, acende as velas sobre a mesa, antes de retornar para a cozinha a fim de empratar nosso jantar.

À medida que a noite cai, as luzes da piscina são acesas gradativamente; juntando-se a iluminação do ambiente, que vem das pequenas lâmpadas e da chama das velas.

"Bon appétit, ma chérie!" Toni diz em um francês não dos melhores - mas até que bastante aceitável - quando posiciona o prato com o jantar na minha frente e eu não consigo corrigi-lo para não me chamar de sua querida.

"Merci."

"Proponho um brinde", ele diz levantando a taça de vinho branco. "A nova estudante de publicidade e ao novo estagiário da agência Criativa - Mídias e Publicidade."

"Sério? Você conseguiu um estágio?" Pergunto animada e ao mesmo tempo feliz por ele.

"Recebi a notícia hoje à tarde", ele responde tão animado quanto eu. "Começo o estágio na segunda-feira."

"Um brinde a nós", respondo tocando a borda das taças e tomando um longo gole de vinho branco.

Corto um pedaço de salmão prendendo-o, juntamente, com um pedaço de aspargo. Passo a composição pelo molho de maracujá espalhado pelo prato antes de levar à boca.

"Hummmm. Ficou incrível essa sua invenção", digo apreciando a explosão de sabores na minha boca. "Você foi bem modesto para quem disse que não sabia cozinhar."

"Não quis parecer convencido", ele diz dando de ombros. "Mas, foi você quem fez a maior parte do trabalho neste prato, então acho que parte do mérito também é seu."

Bebo um gole do vinho e como mais alguns bocados do prato principal, antes de perguntar:

"Sempre cozinha para as garotas que quer impressionar?"

"Só cozinho para as minhas exceções."

"Suas exceções?" Pergunto franzindo o cenho.

Ele ri e balança a cabeça em negativa.

"Eu nunca cozinhei para outra garota."

Lanço um olhar cético para ele, estreitando os olhos.

"E não adianta me olhar assim", Toni me adverte. "Saiba que você é a primeira garota para quem eu cozinho e também a primeira que eu trago em casa. O que deixou minha mãe surpresa e meu pai bastante animado."

"Antes você só trazia garotos?" Indago e Toni afoga com um gole de vinho.

Não resisto e acabo rindo; gargalhando para ser mais exata.

"Como foi que eu passei de mulherengo a gay em tão pouco tempo?"

Descarto aquela pergunta com um aceno de mão. Ah! Se ele soubesse... o quanto eu e meu irmão discutimos sobre as qualidades do "senhor-maravilha" enquanto a minha mãe tecia elogios àquele "rapaz adorável". 

Parece que faz tanto tempo que eu estava fugindo dele e agora estou aqui, há menos de uma semana desde que nos conhecemos, jantando sozinha na casa dele.

"Espero que você não esteja encrencado por me trazer aqui enquanto seus pais estão fora."

"Encrencado?" Ele repete e depois de um momento pensativo, acrescenta. "Acredito que não."

Pois eu certamente estaria, e muito encrencada, se o general descobrisse que eu estou sozinha na casa dele, apesar de estarmos apenas jantando.

Toni está bastante empolgado com o estágio, desse modo, deixo-o falar sem parar sobre suas expectativas profissionais.

Um Grito de Liberdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora