Um Grito de Liberdade (CONCLUÍDA)

CAPÍTULO 29

Apresso-me em vestir minha roupa para não atrasar Toni de ir à aula. Todavia, ele não parece nada preocupado com a hora, demorando-se para se vestir; presenteando-me com mais alguns minutos de apreciação aos seus atributos físicos.

"Com essa demora em se arrumar, vai acabar chegando atrasado na aula", advirto-o quando ele pega, preguiçosamente, sua camisa do chão.

"Não vou na aula hoje."

"Como assim não vai?" Indago perplexa, abotoando minha camisa.

"Isso mesmo que você ouviu. Não vou!"

"Ah! Você vai, sim! Nós combinamos que você não perderia mais aulas por minha causa. E você não está cumprindo com o combinado."

"Abre uma exceção para mim?" Ele pergunta, vindo até mim e parando a poucos centímetros de distância.

Sua proximidade me abala e não me deixa pensar direito. Ainda mais com ele sem camisa, a calça social cinza chumbo malvestida e com o elástico da boxer à mostra.

"Me dê um bom motivo para abrir uma exceção."

"Planejei levar você para jantar em um restaurante francês e aproveitar para treinar o idioma."

Encaro-o estarrecida com a oferta.

"Eu me recuso a jantar com você assim!" Digo abrindo os braços. "Amassada, descabelada, suada e fedida."

"Você não está fedida", ele diz cheirando meu pescoço. "Continua com cheiro de morangos."

"Eu estou cheirando a...", hesito em completar a frase e Toni ri.

Lanço-lhe um olhar de advertência, e ele ri ainda mais.

"Cheirando a...?" Ele insiste, desafiando-me com uma sobrancelha arqueada.

"Sexo!" Concluo em um murmúrio.

Toni ri alto até gargalhar.

"Qual a graça?" Pergunto furiosa.

"Como pode a mesma garota com respostas astutas, boca inteligente e língua afiada não conseguir dizer palavras como sexo e gozar em voz alta?"

"Eu sei dizer sexo", rebato, colocando as mãos no quadril para encará-lo. "Sexo. Sexo. Sexo", fico repetindo sem parar.

"É claro que sabe. Mas, você sempre hesita na hora de falar", ele diz envolvendo pela cintura. "Não quero que fique apreensiva ou até mesmo hesitante quando estiver comigo, Lisa."

"Eu sei... é só que..."

"Como vou realizar suas fantasias eróticas se você não conseguir se comunicar comigo?" Ele pergunta eu começo a rir; uma risada nervosa que me faz querer cavar um buraco no chão para me esconder.

"Minhas fantasias eróticas?" Repito a pergunta em meio aos risos.

"Sim! Vai me dizer que não tem nenhuma fantasia?"

"Talvez, uma ou outra, mas você sempre sabe o que fazer então...", digo em um amplo gesto apontando para ele.

"Também preciso saber que você não vai chocada se em algum momento eu deixar escapar uns 'elogios' um pouco mais depravados ou sugerir algumas das minhas fantasias."

"Com o irmão que eu tenho, que geralmente utiliza alguma obscenidade na mesma frase com que dá 'bom dia', dificilmente você conseguiria me chocar."

"Então, tudo bem se em algum momento eu dizer que quero foder você em cima da mesa?" Toni dispara e eu arregalo os olhos, involuntariamente, despertando nele um ataque de risos.