CAPÍTULO 12

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Meu coração dispara, desenfreadamente, quando fito seus olhos; com aquele mesmo olhar de quando estávamos nos agarrando, literalmente, no meio da rua - no campus da universidade ontem à tarde - porém, dessa vez, o tom de verde jade está mais escuro e com um brilho lascivo.

Todo o meu corpo fica tenso diante daquela proposta de jogarmos um jogo no qual eu "sabiamente" sugeri chamar de roda da tortura. 

Toni me encara de volta, no entanto, seus olhos piscam algumas vezes antes que ele recue; acomodando-se ao meu lado no colchão, apoiando-se em um dos cotovelos e mantendo uma das pernas entre as minhas.

"Não precisa ficar nervosa, Lisa. Não vou forçar você a fazer nada", ele diz com a voz serena.

Balanço a cabeça assentindo.

"Eu sei", murmuro minha resposta.

"Confie em mim."

"Se eu não confiasse, não estaria aqui com você."

Um sorriso enviesado se abre em seu rosto e assim como ele, relaxo soltando o ar que eu nem sabia que estava prendendo.

"Mesmas regras, dentro dos seus limites é claro", ele esclarece. "Se quiser parar, é só me dizer que eu paro", completa e eu aquiesço.

Ele alcança uma mecha de cabelo, colocando-a atrás da minha orelha. Sua mão permanece no meu rosto, acariciando-o com o polegar. Seu olhar fixa-se no meu rosto à medida em que Toni percorre com os olhos cada contorno, como se quisesse memorizá-lo. 

"Você é linda!" Ele sussurra, me encarando com tamanha intensidade que de alguma forma, consegue tocar fundo no meu coração, aquecendo-o.

Pela primeira vez, alguém me diz que sou linda. Não apenas: "Como você está linda", ou coisa do tipo. Geralmente, depois que estou devidamente produzida para alguma festa ou evento. E pela primeira vez, acredito no que ouço.

Fecho meus olhos, deleitando-me com a sensação daquela carícia. Inclino meu rosto, plantando um beijo casto em sua palma. Ainda de olhos fechados, sinto sua respiração soprar contra o meu rosto quando Toni se aproxima ainda mais, plantando um beijo em minha testa; beijando minhas pálpebras fechadas; deslizando os lábios pela ponte do meu nariz, beijando-o na ponta. Distribuindo beijos pelo meu rosto, bochechas e queixo, seguindo o mesmo caminho que ele fizera anteriormente com os olhos e a sensação que tenho é de ser beijada por raios de sol que aquecem meu rosto e espalham aquele calor por todo o meu corpo.

Seus lábios pressionam nos meus, mantendo-os unidos por alguns minutos antes de Toni me beijar lentamente e preguiçosamente. Toni move seus dedos pelo meu pescoço, deslizando sua mão pelo meu ombro e percorrendo toda a lateral do meu corpo seguindo em direção a minha perna, passando pela pele exposta da minha coxa até alcançar a parte de trás do meu joelho; dobrando minha perna e envolvendo-a em sua cintura antes de deslizar sua mão para cima refazendo o caminho de volta.

Toni interrompe o beijo quando seus dedos encontram o tecido macio da cueca dele que eu estou usando. 

"Sabia que eu tenho uma cueca igual a esta?" Ele comenta encarando a peça de roupa.

Não contenho uma risada quando digo:

"É porque esta é a sua cueca", explico. "A camiseta ficou muito curta."

Ele não me pergunta como a consegui porque não há dúvidas de que bisbilhotei seu closet. Porém, Toni não parece se importar com isso. E por um momento, desconfio até que ele gostou de me ver usando mais uma de suas roupas.

"Essa acaba de se tornar minha cueca favorita", ele comenta, voltando a me encarar.

Fico grata por ter encontrado essa peça de roupa quando Toni posiciona sua mão na minha coxa ao mesmo tempo em que sua boca captura a minha outra vez. O calor atravessa a fina camada de tecido e se espalha rapidamente, atingindo o centro entre as minhas pernas.

Um Grito de Liberdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora