Assim que saio do banheiro, vestindo meu conjunto de biquíni preto com detalhes dourados por baixo do vestido verde claro, encontro Toni parado no meio do meu closet, admirando três vestidos: um vermelho, um rosê e um preto; pendurados em ganchos fixos na marcenaria branca. Os três vestidos que usei quando nos conhecemos e quando saímos para jantar.
"Esse é o meu favorito", ele comenta, aprontando para o vestido vermelho. "A cor lhe cai bem."
"Que bom. Porque vermelho é a minha cor favorita", respondo.
Separo algumas coisas que posso precisar: escova de cabelos, óculos de sol e uma troca de roupas, colocando tudo dentro de uma mochila.
"Isto é alguma mania?" Ele pergunta passando os dedos pelas roupas dos cabides, organizadas por cores.
Dou de ombros.
"Eu costumo chamar de técnica de relaxamento", respondo recostando-me em uma das paredes, apoiando meus braços atrás das costas.
"Sério?" Toni indaga curioso. "Faz isso para relaxar?"
"Cada um faz o que pode com o que tem ao alcance das mãos, Sr. Schmidt", comento. "O que você faz quando precisa relaxar?"
"Se eu te contar", ele responde caminhando, lentamente, na minha direção como um predador encurralando sua presa. "Vou ter que demonstrar", conclui parando a poucos centímetros de distância.
Meus batimentos aceleram e a temperatura dentro do meu closet parece ter subido drástica e repentinamente sem ele sequer tocar em mim.
Não consigo evitar corar, e neste momento, nem com a ajuda divina eu conseguiria pensar em uma resposta neutralizadora para aplacar meu embaraço e Toni ri.
Coloco a mão sobre seu peito, afastando-o apenas o suficiente para passar por ele enquanto me lembro como faz para respirar outra vez.
Saio do meu closet, com Toni logo no meu encalço trazendo minha bolsa pendurada no ombro.
"Não vai avisar seu irmão que estamos saindo?" Ele pergunta, caminhando pelo corredor ao meu lado.
"Está brincando? Ele mandou você me trancar no meu quarto e jogar a chave fora!" Respondo. "Cadú vai te agradecer se você sumir comigo de perto da festa de aniversário dele."
Como Toni mencionara, a casa está completamente vazia quando chegamos à residência da família Schmidt. Paramos na cozinha para preparar coquetéis de frutas antes de seguirmos para a piscina.
Ele coloca as taças com bebida sobre uma mesa de apoio ao lado das espreguiçadeiras. Puxando a camiseta pela cabeça, meus olhos imediatamente são desviados para aquele corpo perfeitamente definido.
Felizmente, com a ajuda de óculos de sol consigo disfarçar o olhar faminto que eu lanço na direção dele, devorando-o como se ele fosse um pedaço de torta de chocolate.
Toni retira os tênis, as meias e abre o zíper da calça jeans. Não consigo desviar os olhos enquanto ele tira toda a roupa, ficando apenas de cueca boxer preta.
A temperatura sobe e eu tenho certeza que não é por causa do sol.
"Você não vai colocar sunga?"
"Sunga, cueca. Dá na mesma", ele responde, despreocupadamente, dando de ombros. "Você não vai tirar a roupa?" Toni pergunta.
Solto uma risada nervosa com a pergunta dele, sentindo meu rosto assumir um tom de vermelho, juntando-se ao calor que estou sentindo no momento.
Ele senta-se na ponta de uma espreguiçadeira, bebericando em uma das taças. Por trás dos óculos de sol, seu olhar fixa em mim e pelo arrepio que se espalha pelo meu corpo, posso presumir que ele faz o mesmo com os olhos: percorrendo lentamente de cima a baixo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Grito de Liberdade (CONCLUÍDA)
RomanceLisa cresceu acreditando que deveria seguir o modelo de vida imposta por sua família rígida, autoritária e controladora. Até que um dia, algo acontece e Lisa começa a se questionar se as escolhas que a família faz são de fato o melhor para ela. Nem...