Capítulo 14

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VALENTINA

Otávio me convenceu a sair com ele hoje a noite, vamos a um bar na Avenida 125, centro. É um local muito movimentado e cheio de pessoas interessantes, segundo ele. Acho que vai ser bom ir até lá.

Recebi um SMS de Henrique hoje a tarde, ele me pediu pra eu recebê-lo em casa mais tarde e eu concordei com ele.

Tomei banho, me arrumei e antes que eu pudesse terminar de pentear os cabelos e me perfumar ele chegou. Como Otávio tinha saido pra comprar uma roupa nova pro passeio de mais tarde e a Nanci não estava mais em casa, eu tive que recebê-lo assim mesmo.

Chegando lá o vejo todo meigo com uma flor na mão. E digo sem graça:

- Oi , quer entrar ?

- Claro.- ele responde já adentrando minha casa.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele já foi falando :

- Valentina eu sinto muito pela forma que as pessoas receberam o que você havia dito na festa anterior. Afinal fala-se muito em igualdade e direitos mas na prática não funciona bem assim. Senti-me na obrigação de vir pessoalmente falar com você em particular. Quero pedir desculpa pelos meus amigos e trouxe um pequeno presente.

Arregalei os olhos e me surpreendi com as palavras e com o nobre gesto de me dar um presente. Abaixei a cabeça, sorri suavemente e peguei o presente sem hesitar. Ao abri-lo notei que era um lindo vidro de perfume.

- Eu amo esse perfume, é doce. É ideal pra alguém como você.

Agradeci e apenas sorri em retribuição. Ele me entregou a flor. Eu senti seu cheiro bom. Não sabia muito bem o que dizer. Ele se levantou e caminhou até a porta.
- Espero que possamos ser amigos

- Com certeza podemos.- Eu disse enquanto procurava palavras pra agradecer.

Ele foi embora e seu cheiro ficou no ar por onde passou. Fiquei sorrindo sozinha tentando entender o que acabara de acontecer. Subi, resolvi inaugurar o perfume novo, que por sinal me agradou bastante. Terminei de pentear os cabelos e estava pronta. Desci e esperei por Otávio.

Passadas 2 horas estavamos os dois prontos saindo de casa a caminho do tal bar. Otávio se encontraria com um " amigo" e eu ia apenas acompanhá-lo.

Chegando lá eles se encontraram e seguiram pros fundos, enquanto eu sentei no sofá vermelho ali perto da entrada e me deparei com uma cena que me partiu o coração.

Marcelo, aquele rapaz que mexia profundamente comigo estava lá. E ele não parecia normal. Eu não quis me aproximar. Apenas o observava de longe.  E a cada segundo que se passava meu coração ardia, minhas pernas tremiam de vontade de aproximar-me dele. Mas me mantive firme.

Caminhei até o balcão do bar e pedi algo diferente, uma caipirinha. Que eu via nas mesas alheias, me dava água na boca e vontade de experimentar. Logo ficou pronta e sim, superou as expectativas, era mesmo muito boa. 

ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora