MARCELO
- Alô? -falei com uma voz sonolenta.
- Tu sabe onde tua guria tá ?- ele disse com um tom nervoso.
- Porra Henrique, tu me acorda pra perguntar da Gaby? Não acredito nisso. Da próxima vou por no silencioso.- Falei indignado com o motivo da ligação.
- Achei que gostaria de saber que a vi saindo do carro do Brayan hoje. Minutos depois dele me dizer que não ia ter rolê hoje porque tava passando mal e não conseguia levantar da cama. Só pra tu saber.. não tinha nada de aparentemente mal no comportamento deles.
- Onde tu viu isso Henrique?- perguntei não acreditando naquilo.
- Chegando na casa dele.- ele disse com um tom sério e eu fiquei em silêncio alguns minutos.
- Vou ver o que eu faço, valeu pelo toque.
- Tá, faz o que achar melhor, qualquer coisa me fala.
Henrique não era disso. Com certeza tinha algo errado nessa história. Ela parecia ser tão fissurada em mim. Vou tentar falar com ela pra tirar isso a limpo.
Minutos depois, liguei pra ela, chamou até cair 3 vezes e nada. Na quarta vez ela atendeu com um jeito estranho.- Oi gatinho, descansou ?
- Sim gata, podemos no ver agora?- Fingindo estar bem.
- Não dá meu bem, estou com minha mãe na casa de uma tia, ela insistiu muito e não tive como recusar. - Nesse momento to pensando como ela consegue ser tão falsa ?
- Tabom gata, entendo perfeitamente. Nos vemos amanhã - falei ja tremendo de raiva.
- Tabom meu gato. Até.
Quando ela desligou o telefone tudo que eu sentia era raiva. Eu tremia de nervoso. Soltei um grito em casa, foi automático: - Que filha da puta!
O que me irritava não era ela me trair. Ela tava me fazendo um favor em acabar logo com isso. O problema era essa história não ter sido esclarecida antes, evitando o constrangimento de descobrir um chifre com um "parceiro".
Me troquei imediatamente, nem pensei direito em nada, queria ver com meus próprios olhos. Dirigi até a casa do talarico. Caraca ainda não tinha me tocado que ela tava com meu "amigo."
Os pensamentos pareciam um terreno em bombardeio. Não esperava passar por isso.Chegando lá, lembrei tinhamos o costume de entrar escondido quando saiamos pras festas de madrugada, e já corri pra pegar a cópia da chave escondida no vaso com a samambaia. Entrei de fininho, subi as escadas e ao chegar no corredor do quarto do desgraçado escuto os gemidos que não preocupavam em abafar.
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Valentina
Fiksi Remaja+16/ A vida nunca foi e nunca será realmente entendida. São tantas descobertas e conflitos envolvidos ao mesmo tempo. Entender a si mesmo pode levar a paz, a tranquilidade e até a sanidade mental de alguém. Mas em meio a tudo isso, amizade, amor e c...