Capítulo III

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Narradora POV'S

Lena levantou com uma dor de cabeça horrível e com os toques do celular absurdamente altos. Era Lucy na trigésima ligação atrás da amiga. Seus ouvidos poderiam sangrar
- segundo ela - se o celular tocasse mais uma vez. Se levantou totalmente relutante e xingando Lucy mentalmente com todos os palavrões e adjetivos que lhe vieram a mente.

Ligação on

- Finalmente você atendeu! Ah meu Deus, ainda bem que está viva! Mas não por muito tempo porque eu vou aí te matar. LENA KEIRAN LUTHOR! ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA DE SUMIR NO MEIO DA NOITE SEM ME FALAR NADA? E NEM ATENDE ESSA PORRA DESSE TELEFONE... PERA, PRA QUÊ MESMO VOCÊ TEM ELE SE NÃO ATENDEU AS ÚLTIMAS TRINTA E SETE LIGAÇÕES? - Lucy berrava desesperadamente do outro lado da linha, enquanto Lena mantinha o celular bem longe do ouvido pra evitar que aquela gritaria deixasse-a surda.

- Você consegue parar de gritar? Por favor...

- Okay, okay. Como você chegou em casa? Que horas? Com quem estava? Por que você sumiu do nada?

- Podemos deixar essa conversa pra quando nos encontrarmos no hospital? Eu vou... Vou... Vou só tomar um banho, meu Deus, eu realmente preciso de um banho. Já chego lá.

- Não pense que você vai se livrar dessa conversa, certo? Eu já cheguei, e vem preparada, esse hospital tá uma zona.

- O que aconteceu?

- Um engavetamento. Uma ponte caiu em cima de dois ônibus lotados, outros carros se envolveram no acidente, isso tá uma loucura, tem gente pra todo lado. Você precisa vir ordenar isso aqui.

- Eu já estou chegando. Lucy, cuida do meu hospital, tá legal?!

Ligação off

Lena tomou um banho o mais rápido que pôde, se vestiu, tomou um remédio pra dor e dirigiu pra lá numa velocidade absurda. No hospital, Kara estava que nem uma barata tonta. Por ser diferente dos outros, estava sendo bem mais fácil subir, descer, correr, carregar, pressionar... Mas, nem isso é suficiente quando o hospital está lotado, as ruas estão bloqueadas por conta da forte tempestade de neve, o acidente dos ônibus, médicos não conseguiram chegar ou ficaram presos na rua, pessoas acidentadas na rua... E pra piorar, sem Lena. Kara sempre, desde que chegou no hospital, trabalhou com Lena. Apesar das inúmeras críticas, gritos e caretas, Lena era o que deixava a loira confiante, sem medo de errar. É como se mesmo balançando, Lena fosse a ponte que levasse Kara pra o outro lado.

Em pouco tempo Lena chegou ao hospital, e assim que pôs o pé na entrada seu nome começou a ser chamado de um lado para o outro. Tudo que podia ser ouvido era chororô, passos, vozes altas, macas sendo arrastadas...

-Pessoal! - Disse subindo no balcão da entrada. - Eu preciso que me escutem! No refeitório há macas reservas, ajuda para ferimentos mais leves e superficiais. Os que podem se locomover, vão pra lá e liberem a emergência e os corredores. O hospital é enorme, nos outros andares também tem auxílio e quartos livres, mas repito, preciso da emergência e dos corredores livres!

Todos ouviam atentamente o que a chefe falava, e em poucos minutos aquela área já estava bem menos lotada e congestionada. Desceu do balcão e começou a procurar Lucy pelo hospital, entrou na sua sala e trocou de roupa lá mesmo, vestiu as roupas do hospital e o jaleco. Pegou o celular e mandou mensagem pra Lucy.

Lena - 14:24

Onde você está? Eu não sei nem por onde começar. Você viu a interna Danvers?

Reta final Onde histórias criam vida. Descubra agora