Os primeiros raios da aurora já despontam e estou de pé a muitas horas.
Minha mente relembra inúmeras vezes o pesadelo _ não posso chamar de sonho,é triste demais _ e parece que voltei mais ainda.
No tempo.
Certamente era século XV,período feudal,na França.
O convento era o destino de muitas moças. As donzelas _ por serem de famílias abastadas e por isso dadas em matrimônio _ escolhiam o celibato para fugir de casamentos forçados.
Quanto às camponesas, se não casavam com algum lenhador ou camponês, o hábito de freira era o melhor que poderia ter. Isso quando não morriam de fome antes.A imagem de Marine sendo maltratada pelos populares me entristece.
Morreu por amar demais.
Morreu porque seu amor já não mais vivia.Senti a dor de Marine,o quanto sua alma se quebrava e seu coração morria.
Senti porque eu era Marine.
Marine amava William.
William era a cópia fiel de Alejandro.Dou outra volta pelo aposento e passo a mão pelos meus desgrenhados fios. Tive dois sonhos estranhos,em ambos faço parte da história. Neles amei demasiado homens e por amor morri.
Estive em dois períodos diferentes. Como Elizabeth,vivi o século XVI,nas divisas entre Inglaterra e Escócia. Sendo Marine,fiz parte do século XV,na França.
Tenho necessidade de gravar tudo num papel,quem sabe assim possa entender o que não vejo claramente.
Mas já não possuo meu diário de desenhos.Sem ter o que fazer,pego uma das roupas que Dominique emprestou que estão no armário pequeno,saio do quarto e vou para o banheiro. Já não estranho mais nada e me habituo rapidamente,se demorar mais um pouco,já vou está conduzindo um carro. Coloco as roupas no cesto e penduro a toalha.
Estou terminando de me arrumar quando ouço Dominique bater na porta. Abro e ela entra.
_ Bom dia senhorita _ saúdo.
_ Bom dia _ ela pega sua toalha e me encara _ Nossa Aurora,seu cabelo tá uma juba de leão _ ela vai até um porta-treco na parede,pega um frasco e me entrega _ Usa isso. Vai domar seus cachos.
Abro a tampa e viro o conteúdo. É oleoso e viscoso. Tem um ótimo aroma. Bem diferente de usar banha de porco. Termino de usar e devolvo para a jovem.
_ Vou aguardar lá embaixo _ comento ao abrir a porta.
_ Ok!_ é o que ela responde.
Saio e desço.
Escuto sons na cozinha e sigo para lá. Quem está na casa? Será Alejandro?
Não,não é. A voz é feminina e está cantarolando.Vejo uma mulher lavando louças na pia. Está de costas.
_ Olá _ falo e ela se vira. É uma mulher bonita,morena,cabelos curtos,olhos escuros e voluptuosa. E usa umas roupas justíssimas _ Quem é a senhorita?_ pergunto e sei que não é casada,pois não tem aliança no dedo.
Ao menos penso que não é.
_ Oi,sou Antonieta. Você é amiga de Nick?_ ela volta para suas louças.
_ Ela está me ajudando _ O que é verdade _ Você é a arrumadeira?
_ Se você quer dizer que sou diarista,então sim. Lavo,passo e limpo. Às vezes,até cozinho quando Nick pede.
_ Não é um muito fazer tanto serviço sem ajuda?_ parece demais uma só fazer o serviço de três ou mais pessoas.
_ Não,já tô acostumada. Trabalho desde cedo. Ainda mais com dois filhos para criar.
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Aurora _ A Cada Amanhecer Uma Surpresa
RomanceAurora é uma jovem do século XVIII que cuida da fortuna da família e de sua irmã mais nova. É independente e dona de si,não deixa as pessoas ditarem sua vida. Sabe que terá casar,mas não tem pressa. Além de uma promessa feita à sua mãe no leito de...