XVI

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A tarde passou rápido. A noite chegou e estou me arrumando para sair com Alejandro.

Depois das carícias trocadas, o celular de Alejandro tocou. Ele confirmou presença e desligou.Segundo ele, vamos a uma corrida de carros,chamada de "racha"*. Não me explicou como é,mas disse que é ilegal. Mais uma vez não fiquei surpresa,só espero que não haja sangue. Já basta que é uma competição.

A porta é aberta com rapidez e Alejandro entra no quarto. Está magnífico,suas roupas escuras o deixam mais... dominante. Ou é meus olhos que vêem demais?

_ Não deve entrar sem bater! _ repreendo,finalizando o coque pouco elaborado que faço _ Eu poderia está despida.

_ Seria interessante. Agora vou ficar pensando nisso. _ ele ri divertido.

_ Seu malandro.

_ Sim,sou o seu malandro! _ ele me puxa e me dá um suave beijo _ Agora vamos. _ diz quando se afasta e entrelaça nossas mãos.

Deixamos a casa de Dominique e fomos até o destino aguardado. Há muitos carros,de vários modelos e cores. Muito som estridente e pessoas,parecia um formigueiro assanhado.

Alejandro pára o veículo,sai e abre a porta para que eu faça o mesmo. Sou tomada pelo frio da noite,e um leve tremor passa por mim. Alejandro passa o braço pelo meu ombro e me guia entre a multidão. Que mais uma vez abre espaço como se ele fosse o rei. Talvez fosse.

_ Você é bem conhecido. _ comento ao olhar as pessoas que nos observam.

_ Sou um dos melhores no asfalto! _ fala com orgulho.

Paramos de andar quando chegamos perto de um grupo de pessoas que estavam longe dos demais. Assim que nos aproximamos,cada um cumprimentou Alejandro com um aceno de cabeça.

_ Já viu quem tá na área? _ pergunta um homem alto,forte,careca e tatuado por onde se podia vê do seu corpo.

_ Não!_ responde Alejandro.

_ Olhe!_ o careca aponta para o lado.

Seguimos para onde aponta. Há um homem sozinho,fumando e olhando para Alejandro. Não é muito amistoso. Ele é barbudo,alto,com muitas tatuagens e tudo nele,emanava perigo.

_ Ele está de passagem no Brasil._ diz uma mulher,cujo cabelo é um arco íris de tantas cores _ É um monstro do asfalto nos States!

_ Que vença o melhor. _ diz Alejandro sem se abalar.

_ Não está com medo?_ pergunto olhando seu semblante.

_ Não. A derrota eu já tenho,só falta a vitória.O desafio me chama,eu não fujo. Pelo contrário,corro atrás.

Depois de algumas palavras com o grupo _ que Alejandro disse ser competidores também _ cada qual vai para seu carro. Alejandro me guia até o veículo,diz que serei sua mascote. Não quero nem saber o que isso significa.

Quando chegamos perto do transporte,uma ruiva que desafia o frio,está encostada nele. Ela dá alguns passos para frente quando nos vê.

_ Sua mascote já está aqui._ diz ela com um sorriso idiota.

_ Não precisa! _ diz Alejandro sem cortesia.

_ Vai me trocar por essa daí?_ ela aponta para mim com desdém. _ Sou muito mais eu.

Essa mulher está me ofendendo. Sem falar que está se insinuando para Alejandro. O que está realmente me incomodando,pois ela está vendo que ele tem companhia e insiste em ser uma oferenda. O que ela tem na cabeça? Titica de galinha?

Aurora _ A Cada Amanhecer Uma Surpresa Onde histórias criam vida. Descubra agora