XI

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Estou fascinada com a modernidade do shopping. Tudo que é necessário encontra-se ali.

As roupas já são prontas,não há mais necessidade de tirar medidas e esperar dias para a vestimenta ficar disponível. Nenhuma modista à vista. Somente vendedoras para convencer os clientes de aquele é o melhor produto. Os sapatos faziam fila na prateleira. Nem sinal do sapateiro,apenas educados atendentes para ajudar na escolha.

Em todo esse processo,Alejandro não sai de perto. Inclusive,me aconselha a experimentar a calça. Afinal,quando usaria outra vez? Experimento o tênis e me apaixono pelo conforto que ele proporciona. Pena que não existe no meu tempo.

Alejandro paga por tudo sem reclamar. Com um tal de cartão de crédito. Como aquilo poderia ter valor? Não pergunto como funciona tal invenção,pois estou um tanto incomodada com o fato de Alejandro gastar comigo. Desde que tomo de conta das finanças da família,habituei-me a não depender de alguém.

_ Acredito que já tenho o suficiente _ falo quando saimos da sapataria _ Não há necessidade de mais gastos.

_ Se estivesse com Nick,você levaria quatro vezes mais que tudo isso. Às vezes nem precisa de tanto,mas ela é compulsiva.

Alejandro me guia entre as pessoas que admiram os produtos expostos e ele sobe em um tipo de escada que se movimenta. Fico onde estou. Nem morta subiria naquilo. Vejo outras pessoas subirem sem medo,mas não consigo. É demais para mim.

_ Aurora _ chama Alejandro que  vem pulando os degraus de volta _ O que foi?_ ele para diante de mim,em terra firme.

_ Eu não vou subir _ parece tolo ter medo de uma escada,mesmo que não pare de se mexer,mas eu estou apavorada. E não tenho vergonha de admitir.

_ Está com medo da escada rolante? Ela não vai te comer _ ele sorrir.

_ Eu não ponho meus pés nela!_ falo ainda mais firme.

Alejandro me encara e percebe o quanto é sério a situação. Então pega minha mão e me  guia por outro caminho. Dessa vez ele para diante de uma  porta metálica e pressiona um botão. A porta abre e ele me puxa junto. O espaço é pequeno e espelhado. Alejandro aperta outros botões,A porta se fecha e sinto uma leve pressão.

_ O que  é isso?

_ Um elevador. É um meio de transporte. Ele sobe e desce,desce e sobe.

_ Isso é tão...estranho. _ comento tentando não enjoar com a pressão _ E se tiver um problema? Vamos ficar presos? Morrer sufocado?

_ Não pira Aurora _ parece que ele aprendeu meu nome,e fica tão bem pronunciado na sua voz _ Elevador é o meio de transporte mais seguro.

Logo a porta abre e saímos. Há um vasto espaço ocupado por mesas e cadeiras. Tem alguns indivíduos nos lugares,mas não está lotado. Alejandro procura uma mesa afastada  e senta.

_ Sr. Albuquerque?_ mostro a cadeira à frente e espero que puxe-a para mim.

Alejandro olha como quem diz " não acredito nisso ",mesmo contrariado,se levanta e puxa a cadeira. Claro que posso fazer tal serviço,mas será bom ensinar bons modos a esse homem.

_ Lugar agradável _ comento olhando em volta.

_ É a praça de alimentação. Tem de tudo um pouco.

_ Confesso que estou encantada com tudo que vi até agora.

_ Com escada rolante não pareceu encantada _ ele ironiza.

_ Não dá para gostar de tudo.

Alejandro ri e então me fita seriamente.

_ O que passou na sua cabeça quando chegou aqui?_ pergunta sem rodeios.

Aurora _ A Cada Amanhecer Uma Surpresa Onde histórias criam vida. Descubra agora