- Como assim você está chorando? - ela me pergunta segurando o riso quando o terceiro filme acaba.
- Como você não está? - pergunto. - Um filme lindo desses.
Ela ri.
- Então tá.
Agora já são dez horas e ela está deitada do meu lado na cama.
Até eu tenho dúvidas sobre como chegamos aqui. Porque em um minuto eu estava sentado na cama, com o Notebook no colo, e ela na cadeira e no outro estávamos deitados juntos. Pelo menos eu já passei da fase da vergonha, porque no começo do filme eu estava dividido entre ler a legenda e checar se estava muito próximo dela.
Minha mãe passou aqui às seis e deu um pouco de trabalho para convencê-la a nós deixar assistir os filmes. Mas conseguimos, e ela foi dormir em casa, o que é bom porque ninguém merece dormir no sofá.
Por um tempo, ficamos em silêncio. Tempo no qual fico encarando o nada pensando no que acabamos de assistir, até ela perguntar:
- Quer assistir outro?
- Pode ir para casa - falo. - Se não vai chegar tarde.
- Mas eu vou dormir aqui - diz.
- Por quê? - pergunto seco.
- Para não te deixar sozinho - fala.
- Você não dorme sozinha? - pergunto.
- Não, durmo com minha mãe.
- No mesmo quarto? - pergunto surpreso.
- É - fala rindo - dormimos juntas.
- Mas não é o normal - digo me sentando.
- E o que seria normal? - pergunta fazendo o mesmo para me encarar.
- Cada uma em um quarto - digo.
- Então, está dizendo que quer que eu durma lá fora? - pergunta com uma sobrancelha erguida.
- Não, estou dizendo que pode ir pra casa. Não me importo de dormir sozinho.
- Nossa, eu sou uma companhia tão ruim assim? - pergunta ofendida (ou dramática) com a mão no peito
- Aish - reclamo irritado. - Se quer tanto ficar, fique.
- O.K.
Ela se encosta na cama encarando o teto.
- Seu namorado não vai se irritar? - pergunto antes de perceber e ela ri.
- É com isso que está preocupado? Se minha mãe deixa ele não tem do que reclamar.
Então era mesmo o namorado.
- Se você acha - digo.
Ela ri novamente e cruzo os braços, o que é um pouco incômodo já que à noite eu fico preso ao monitor de batimentos.
- Eu não acho, eu tenho certeza.
- Que seja - digo.
- Não fique irritado - pede. - Eu quero ficar com você, apenas deixe. O.K.? Você não precisa me afastar toda vez que eu tento ficar mais próxima de você.
- Eu não faço isso - digo encarando o chão.
- Claro que faz - responde. - No primeiro dia que eu vim aqui, no segundo dia que eu vim aqui, antes do seu aniversário, depois do seu aniversário, agora...
- E-eu não...
- Você pode até não fazer de propósito - diz. - Mas você faz.
Suspiro. Eu sei que faço, mas é o certo.
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Forever - JJK
Fiksi PenggemarJungKook já perdeu as esperanças. Um garoto mimado rabugento e, vamos admitir, um pouco dramático. É verdade que ele está internado há três anos, mas sua doença nem é tão grave assim. Tudo bem ele fazer um pouco de drama. Mas ele precisava mesmo ter...