Acordo cedo. Como minha mãe estava na minha cola ontem de noite, acabei dormindo cedo e esse foi o infeliz resultado. Pelo menos agora eu posso passar a manhã inteira jogando.
E é isso que faço. Começo a jogar antes mesmo do café chegar e, quando termino o almoço, vou pego o aparelho novamente para continuar mas minha mãe me pergunta:
- Você não enjoa disso?
- Enjoo, mas não tem um só, tenho vário para prevenir - falo sorrindo para ela e recebo um olhar de deboche em resposta.
- Por que não faz outra coisa? - pergunta.
- Tipo? - não tem nada para fazer aqui.
- Sair? - fala como se fosse óbvio, mas passear pelo hospital não é meu passatempo favorito.
- Estou bem aqui dentro - mesmo ficando várias vezes entediado sair é tão trabalhoso.
- Pintar está fora de cogitação, não é? - pergunta com um pouco de esperança.
- Por enquanto sim.
- Um avanço - fala satisfeita. - Alguém pra conversar? Que horas SOL vem?
- Ela não vem hoje - falo.
- Não? Mas hoje é segunda.
- Ela vai fazer o suneung na quinta - explico. - Só vem na sexta ou sábado.
- Ah... e acredito que não tenha feito nenhum amigo com esse celular.
- Não mesmo.
- Você devia usar o celular para isso.
- Eu não confio em pessoas da internet - falo e ela revira os olhos.
- Certo, medroso. Vamos conversar então.
- Conversar? - pergunto.
- Sim, coisas que as pessoas fazem para socializar.
Ótimo, vou socializar com minha mãe.
- Conversar sobre o quê? - pergunto sem muito interesse.
- Já vi que não quer - fala.
- Não é isso, é só que... nós passamos quase vinte e quatro horas por dia juntos e... você já sabe de tudo.
Já faz três anos que ela sabe mais da minha vida que eu.
- É, está certo. Eu te conheço há vinte anos. Mas você só me conhece há vinte anos. Talvez eu possa falar ao invés de você. O que você quer saber?
- Vai me contar segredos do seu passado? - pergunto brincando.
- Se você não quiser tudo bem. Pode voltar a jogar - fala abrindo um livro qualquer que está lendo há alguns dias.
- Não. Eu... Eu gostaria de ouvir - falo e ela me encara surpresa.
- Sério? - afirmo. - Não faz mal se não quiser.
- Não, é sério, quero mesmo.
- O.K. - fala animada se virando para mim. - Gostaria de ouvir sobre o quê?
- Como você conheceu meu pai? - pergunto ainda pensando na conversa esquisita de ontem à noite.
- Bom... foi na formatura, depois da cerimônia na escola eu e alguns amigos fomos num restaurante para comemorar. Combinamos que cada um poderia levar um acompanhante. Meu melhor amigo levou seu pai.
- Mesmo?
- Sim.
- E aí?
- Ele flertou e DoYon lhe deu um soco - fala rindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Forever - JJK
FanfictionJungKook já perdeu as esperanças. Um garoto mimado rabugento e, vamos admitir, um pouco dramático. É verdade que ele está internado há três anos, mas sua doença nem é tão grave assim. Tudo bem ele fazer um pouco de drama. Mas ele precisava mesmo ter...