14 - Naturalmente

1.3K 178 46
                                    

Sábado depois do almoço eu saio para andar com o senhor Gu.

- Obrigado - falo. - Por não ter contado para minha mãe sobre o que aconteceu ontem - digo.

- Eu só não falei porque ela já tem preocupações de mais e não queria que essa fosse mais uma.

- Eu sei - falo.

- Mas você não pode deixar a mãe de Emily te destratar daquele jeito. Eu sei que, ao contrário do que ela disse, você é um garoto educado, e mesmo que ela mereça você não vai respondê-la do mesmo modo. Mas não deixe ela fazer isso.

- Como você espera que eu a impeça sem respondê-la? Não tem como ser educado e... não sei. Eu vou esquecer isso por enquanto.

- Por enquanto - enfatiza. - Mas você está certo. Tem coisas mais importantes agora, como, por exemplo, aonde você quer ir? - pergunta.

- Não sei, naquele lugar que fui com aquela amiga minha, naquele dia.

- Ah sim. Aquele lugar - debocha.

- Não foi com você? - pergunto sorrindo.

- Não - diz sorrindo também. - De onde está falando?

- Um jardim com uns bancos. Dá pra ver o pôr do sol.

- Ah sim, o jardim dos fundos. Quer ir lá?

Afirmo com a cabeça.

- Lá é bonito - digo.

- Então vamos.

Andamos, com meus passos de tartaruga, e quando chegamos lá sentamos em um dos bancos e fico encarando o céu.

Fico assim por mais ou menos meia hora. Parado, encarando o nada e tudo ao mesmo tempo.

- Eu vou lá pra dentro, o.k.? - Gu fala.

- Então eu...

- Pode ficar. Não precisa de supervisão aqui. Além disso, você pode andar sozinho, mas evite e não se esforce, certo?

Afirmo e ele sai. Volto a posição que estava, encarando as nuvens, as vezes fechando os olhos, apenas para sentir o vento do outono mexer minhas roupas com força.

Eu nunca fui super fã da natureza, sempre gostei de morar na cidade e de tecnologia. Mas depois de passar tanto tempo naquele quarto, a natureza é realmente agradável. Até o simples fato do vento frio ser natural me faz sentir melhor.

...

Não sei quanto tempo fiquei aqui, mas sei que meu pescoço está doendo de olhar para cima. Mexo o mesmo sentindo-o estalar.

Mas paro ao perceber uma silhueta conhecida. Encaro a garota de chanel, um tanto quanto surpreso. Ela está desenhando e não parece ter notado que eu a vi.

Levanto e vou caminhando, lentamente, até o banco no qual ela está sentada. Ela levanta o olhar antes que a alcance e quase pula de susto ao me ver, escondendo a prancheta contra seu corpo.

- JungKook - praticamente grita. - E-eu não te vi aí.

- Sei...

- Você... está andando...

- Estou. Venha me ajudar - falo e ela levanta rápido vindo até mim e segurando no meu braço.

Nós vamos devagar até o banco.

- Como você...?

- Fisioterapia - interrompo. - Mas não mude de assunto. O que está escondendo de mim? - pergunto tentando pegar a prancheta.

Forever - JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora