Sábado depois do almoço eu saio para andar com o senhor Gu.
- Obrigado - falo. - Por não ter contado para minha mãe sobre o que aconteceu ontem - digo.
- Eu só não falei porque ela já tem preocupações de mais e não queria que essa fosse mais uma.
- Eu sei - falo.
- Mas você não pode deixar a mãe de Emily te destratar daquele jeito. Eu sei que, ao contrário do que ela disse, você é um garoto educado, e mesmo que ela mereça você não vai respondê-la do mesmo modo. Mas não deixe ela fazer isso.
- Como você espera que eu a impeça sem respondê-la? Não tem como ser educado e... não sei. Eu vou esquecer isso por enquanto.
- Por enquanto - enfatiza. - Mas você está certo. Tem coisas mais importantes agora, como, por exemplo, aonde você quer ir? - pergunta.
- Não sei, naquele lugar que fui com aquela amiga minha, naquele dia.
- Ah sim. Aquele lugar - debocha.
- Não foi com você? - pergunto sorrindo.
- Não - diz sorrindo também. - De onde está falando?
- Um jardim com uns bancos. Dá pra ver o pôr do sol.
- Ah sim, o jardim dos fundos. Quer ir lá?
Afirmo com a cabeça.
- Lá é bonito - digo.
- Então vamos.
Andamos, com meus passos de tartaruga, e quando chegamos lá sentamos em um dos bancos e fico encarando o céu.
Fico assim por mais ou menos meia hora. Parado, encarando o nada e tudo ao mesmo tempo.
- Eu vou lá pra dentro, o.k.? - Gu fala.
- Então eu...
- Pode ficar. Não precisa de supervisão aqui. Além disso, você pode andar sozinho, mas evite e não se esforce, certo?
Afirmo e ele sai. Volto a posição que estava, encarando as nuvens, as vezes fechando os olhos, apenas para sentir o vento do outono mexer minhas roupas com força.
Eu nunca fui super fã da natureza, sempre gostei de morar na cidade e de tecnologia. Mas depois de passar tanto tempo naquele quarto, a natureza é realmente agradável. Até o simples fato do vento frio ser natural me faz sentir melhor.
...
Não sei quanto tempo fiquei aqui, mas sei que meu pescoço está doendo de olhar para cima. Mexo o mesmo sentindo-o estalar.
Mas paro ao perceber uma silhueta conhecida. Encaro a garota de chanel, um tanto quanto surpreso. Ela está desenhando e não parece ter notado que eu a vi.
Levanto e vou caminhando, lentamente, até o banco no qual ela está sentada. Ela levanta o olhar antes que a alcance e quase pula de susto ao me ver, escondendo a prancheta contra seu corpo.
- JungKook - praticamente grita. - E-eu não te vi aí.
- Sei...
- Você... está andando...
- Estou. Venha me ajudar - falo e ela levanta rápido vindo até mim e segurando no meu braço.
Nós vamos devagar até o banco.
- Como você...?
- Fisioterapia - interrompo. - Mas não mude de assunto. O que está escondendo de mim? - pergunto tentando pegar a prancheta.
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Forever - JJK
FanfictionJungKook já perdeu as esperanças. Um garoto mimado rabugento e, vamos admitir, um pouco dramático. É verdade que ele está internado há três anos, mas sua doença nem é tão grave assim. Tudo bem ele fazer um pouco de drama. Mas ele precisava mesmo ter...