Forever - JJK

5 - Seu calor é real

Finalmente é segunda de tarde.

Eu não devia estar tão ansioso para ver aquela garota de novo, mas eu estou. Eu sei que talvez ela nem venha, mas eu não consigo controlar, eu não paro de pensar nela desde quinta de manhã.

Mas isso não quer dizer que eu estou gostando dela. Isso está cem por cento fora de questão. Eu apenas gosto da companhia dela e minha mãe está errada.

Batidas na porta seguidas da voz conhecida:

- JungKook, posso entrar?

- Pode - falo segurando o sorriso que insiste em se formar no meu rosto.

Ela entra e se curva.

- Eu queria pedir desculpas por ter dormido aqui na quarta. Eu nem pensei na possibilidade de algum dos seus pais quererem ficar. Desculpa.

- Não precisa se desculpar - falo. - Fico feliz que minha mãe tenha dormido em casa, numa cama decente pelo menos um dia.

Ela me encara curiosa e acho que vai me perguntar algo mas apenas sorri.

Essa garota é tão...

Ela vem até a beira da cama.

- E então, como você está?

- Como eu estou?

- É, sabe, aquelas perguntas que as pessoas fazem por fazer para estimular um pouco o diálogo enquanto a outra responde com um simples "estou bem" ou apenas "bem" e acaba com o mesmo.

- Estou bem...? - falo mas sai em um tom de dúvida.

Eu não tenho certeza se ela queria que eu dissesse isso ou se não queria que o fizesse.

Ela ri alto.

- Sério, como você está? Se sente bem, indisposto, incomodado...?

- Na verdade, eu realmente estou me sentindo bem.

- Que bom - ela fala sorrindo. - E como foi seu final de semana?

- Meu final de semana? - pergunto confuso. - Eu estava aqui no hospital - digo o óbvio.

- Claro que você estava aqui no hospital, mas fez algo de interessante? - ela pergunta.

- A coisa mais... - penso numa palavra para explicar e a melhor que encontro é: - Diferente que eu fiz foi deixar a Emy usar minhas tintas pra pintar - aponto para o desenho colado na parede em frente a minha cama.

- Que bonitinho - ela diz chegando perto para ver melhor. - É você?

- Realmente conseguiu me reconhecer? - pergunto surpreso e me sentindo culpado por não ter feito isso de primeira ontem.

- Tem seu nome escrito - ela diz. - Eu acho - fala mais baixo e rio.

- Ela tentou - ela sorri e assente com a cabeça.

- Uou - diz ao ver minha tralha de pintura. - Você tem muito material profissional aqui.

- Você pinta? - pergunto esperançoso.

Não sei bem porquê, mas me conforta a possibilidade dela pintar.

- Eu não - ela fala. - Muito caro e incerto.

- Como assim? - pergunto confuso.

- Prefiro gastar meu dinheiro com lápis, já que sei trabalhar com eles, do que com as tintas que não sei usar.

Então ela realmente desenha, não só rabisca em papéis de stop.

- E você desenha o que? - pergunto.