A Filha de Nyx

Em busca do amor

Eu e Skayker Dragão dormimos na entrada da floresta. Demorei um pouco pra dormir. Primeiro que para uma filha de Nyx, dormir a noite é um pesadelo. É como se a escuridão ficasse sussurrando no seu ouvido: acorde, vamos! Eu também estava me sentindo estranha sem Epaminondas para me encher o saco ou me contar histórias. E, também, ontem eu estava navegando pelos mares tentando fugir dos monstros e e uma deusa maluca, mais conhecia como minha mãe, e hoje estava no acampamento dos semideuses gregos, comendo churrasco e mais perto dos deuses e monstros do que eu gostaria. 

Mas, por fim, adormeci. Não demorou muito e Skayler acordou, me acordando também. Ainda estava um pouco escuro, mas estava amanhecendo. Ouvimos passos vindo em nossa direção. Eram meus companheiros de missão, Piper, Leo e seu dragão, Will, e com eles estava Quíron, trotando.

- Bom dia! - disse Will, animado.

- Filho de Apolo, adora o amanhecer, não é? - disse eu.

Ele deu um sorriso radiante, mostrando dentes impecavelmente brancos. Piper estava meio descabelada e com cara de sono. Leo também parecia sonolento, mas ao mesmo tempo, não parava quieto, rondando seu dragão, Festus, para checar se estava tudo funcionando bem. Skayler e Festus juntaram seus fucinhos, como um beijo.

- Criança - disse Quíron para mim. - Lhe desejo boa sorte na missão. Aqui, uma ajuda do acampamento.

Ele me entregou uma mochila camuflada, como aquelas do exército. Abri-a e haviam algumas roupas, dinheiro mortal, dracmas, uma garrafa térmica que provavelmente havia água, e um pote com algo parecido com pudim. Uau! Eles pensavam em tudo!

Coloquei a mochila nos ombros e agradeci. 

- Ahn, cava... Quíron. Bom, queria pedir desculpa pela forma rude que tratei o sr. antes. Eu não tive experiências muito boas com criaturas da sua espécie, entende? - disse eu.

Quíron franziu o cenho, mas sorriu.

- Tudo bem, minha querida. Já tive crianças aqui bem mais difíceis... Quando voltar, vou querer saber sobre essas experiências ruins, se quiser me contar, é claro. Mas, por hora, deve ir. Sua jornada á aguarda. - disse ele.

Concordei com a cabeça. Fomos todos juntos até a entrada do acampamento, onde uma van esperava por nós. Ela iria nos levar até a cidade, e depois estaríamos sozinhos. Leo subiu em seu dragão e disse que iria nos acompanhar de cima. Guardei Skayler dentro de seu ovo, o que fez todos olharem para mim com espanto.

- Como...? - perguntou Piper.

- É um ovo de ouro, mágico. Eu que fiz, com ajuda de Epaminondas. Skayler fica aqui dentro quando preciso ir para lugares pequenos.

Leo estava de boca aberta. Desceu correndo das costas de Festus.

- Eu preciso estudar o seu ovo! - disse ele, animado.

Escondi o ovo antes que ele pegasse das minhas mãos. Subimos na van, e fomos. Leo sumiu de vista com Festus pelas nuvens. Fiquei com um pouco de inveja. Skayler ainda não tinha amadurecido como dragão para crescer asas, por isso não voavamos. As asas eram a última coisa a surgir no corpo do dragão adulto.

O segurança do acampamento, que estava dirigindo a van, nos levou pelas ruas da cidade. O trânsito não estava tão ruim aquele dia. O tempo estava meio chuvoso, do jeito que eu gostava. Frio o suficiente para andar com blusa, sem calor. Vento gelado. Amo.