Certo. Minha dragão de estimação, Skayler Dragão, que até então era um amigo para mim, virou uma amiga, e estava perdidamente apaixonada por um dragão macho feito de bronze celestial. E era só o primeiro dia alí.
Skayler Dragão olhou para mim, pela primeira vez durante toda a minha existência, com um ar de felicidade. Deixei-a andar por aí com seu novo namorado Festus. Enquanto isso, a atenção do acampamento mudou de mim para Leo Valdez, filho de Hefesto. Me juntei a Epaminondas, que estava junto com toda aquela gente em volta do garoto.
- O que aconteceu com Calipso? - perguntou uma garota, Piper, filha de Afrodite. Era bonita e não gostava disso. E tinha poder na voz... Interessante.
Leo, ao ouvir aquele nome, ficou imediatamente triste e cabisbaixo. Mas, como num passe de mágica, voltou a sorrir. Era obviamente um sorriso falso, uma máscara para não demonstrar seu real sentimento, a tristeza.
- Bem, não demos muito certo entende. Mas, levei ela até sua nova casa. Ela está livre daquela ilha, afinal. - disse ele.
A maioria ali ficou feliz por ela. Conhecia a história de Calipso, e também fiquei feliz, eu entendia o que ela passou.
- Sinto muito, Leo. - disse Piper á ele. - Ela com certeza não merecia um cara tão genial.
- Concordo! - disse Leo, o que fez todos rirem.
Certo, ele obviamente era aquele cara engraçado que todos mantinham por perto, mas que geralmente era triste por dentro.
- Bom, eu mau cheguei e meu dragão já foi se engraçar com uma dragão nova? Ele é mais rápido que eu. - disse ele. - Mas, de quem é aquele dragão fêmea?
Fiquei na minha. Será que alí era proíbido ter dragões de estimação? Melhor deixar para lá, talvez ninguém tenha me visto junto de Skayler Dragão.
- É da capitã Skay, é claro! - disse Epaminondas, em alto e bom som.
Olhei para ele bem devagar, com cara de "eu te mataria aqui e agora se você já não estivesse morto, velhote."
Todos olharam para mim. Ótimo, virei novamente o centro das atenções.
- Bom, talvez seja minha. E daí? - disse eu.
O garoto, Leo, se aproximou de mim, com um sorriso no rosto.
- E quem seria essa doçura? - disse ele.
- Doçura??? - perguntei.
Estava pronta para quebrar a cara daquele garoto, mas Epaminondas sabia da minha intenção e interveio.
- Capitã Skayler... Preciso de sua permissão para... Ahn... Para partir.
- Partir? Como assim, velho?
- Minha missão era trazê-la aqui em segurança, minha querida. E, você está aqui.
Estava perplexa demais para responder. Ele iria me deixar alí sozinha? Depois de tudo o que passamos juntos?
- Você... Não! Você não vai me deixar. Não ligo para sua missão estúpida! Você vai ficar aqui.
- Minha querida... Eu adorei passar cada instante de minha vida após a morte ao seu lado. Em vida, cometi muitos erros e pude concertá-los cuidando de você como minha própria filha. Mas, eu preciso descansar agora, me encontrar com minha esposa e filhos.
Aquilo não estava acontecendo. Epaminondas havia sim cometido erros em vida. Havia traído o Olimpo e se juntado a uma guerra com os inimigos que queriam destruir os deuses. No fim, se sacrificou para salvar sua família e morreu, todos morreram.
- Mas... Não. Não pode... - eu não sabia o que dizer. Estava chorando. Epaminondas me ensinou a chorar, a sorrir... Mas nunca me ensinou a ficar sem ele.
Ele se aproximou de mim, me deu um beijo na testa e disse:
- Preciso mesmo ir, minha querida. Mas sei que você vai ser feliz aqui. Estará a salvo, e vai aprender coisas que nunca pude te ensinar. Vai ter amigos aqui... E poderá me visitar quando chegar a hora, eu estarei esperando. Só espero que demore muito, espero que viva bastante, minha pequena Skay olhos de galáxia.
Ele sorriu para mim. Me chamava daquele jeito desde que eu era pequena, e só quando eu estava triste.
Eu o amava. Era como um verdadeiro pai. Ele forá um pai, uma mãe, o melhor amigo de todos. Seria egoísmo não permiti-lo ir só para o meu bem... Ele me ensinou aquilo. Quando você gosta de um passarinho, você o prende na gaiola. Mas, quando o ama, você o solta e o vê voar. Eu precisava deixá-lo ir.
- Tudo bem, velhinho. Só... Diga oi para a sra. Thamis por mim, e a seus seis filhos, Betty, Luci, Tumtum, Freddy, Richard e Sophy.
- Seis? Eu tenho sete, minha querida! E estaremos esperando pela última, minha doce Skayler.
Aquilo me fez chorar ainda mais. Usei meus poderes para me desmaterializar, e consegui abraça-lo de verdade, sem atravessá-lo. Depois nos soltamos e ele estendeu a mão direita. Coloquei minha mão esquerda junto a dele, e lhe dei permissão para ir. Assim, ele simplesmente se foi.
Fiquei olhando o vazio em minha frente. Me sentia mais sozinha do que nunca. Nem mesmo percebi que o cavalo, Quíron, chegara perto de mim.
- Sinto muito, minha querida. - Olhei para ele. Ainda não confiava nele, mas o velhote nunca me deixaria nas mãos de pessoas ruins. Então, delcarei trégua, por enquanto.
- Tudo bem. Ele foi um ótimo amigo quando eu não tinha mais ninguém, e merecia descansar.
Quíron assentiu.
- Bom, mais uma vez, bem-vinda ao Acampamento Meio-Sangue. Fará novos amigos aqui. Treinamos todos os dias, e às sextas fazemos captura da bandeira. Vou pedir para que Annabeth lhe mostre o lugar e te aloje no chalé. Nos encontramos no jantar. Todos de volta a suas atividades!
Todos começaram a se dissipar, a não ser a loira, Annabeth, e seu namorado, Percy.
- Te vejo daqui a pouco, Sabidinha.
- Até mais, Cabeça de Alga.
Eles se despediram com um selinho breve. Eu não entendia aquele tipo de amor. Nunca havia sentido esse tipo de coisa. Mas parecia algo bom... Quem sabe um dia.
- Está pronta? - perguntou Annabeth, me tirando dos pensamentos.
- Sim, estou sim.
Ela sorriu para mim, e fomos juntas adentrando o acampamento.
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A Filha de Nyx
Fiksi PenggemarNyx, a deusa da noite, teve uma filha semideusa. Sua existência é um erro, sua áurea é facilmente confundida com uma deusa completa e seus poderes são extraordinários. Trancafiada no Tártaro por anos a fio, a garota consegue fugir para o mundo dos v...