Capitulo 3

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Capitulo 3

Acordei com o som de um infectado batendo-se contra a porta com mais força, o bastante para faze-la bater contra o guarda-roupa e atrair a atenção de todos, inclusive caio, que ficava engolindo o próprio sangue de tempos em tempos

     —Temos que nos preocupar? — Falei em tom baixo, fazendo Caio balançar a cabeça negativamente, cuspiu o sangue no chão, estava nervoso, mas tinha certeza de que estávamos seguros dentro do quarto

     —Vão embora — A voz de caio soou falha, ele projetou-se para a frente e sorriu — se acharem o caminho — sorriu — é só — cuspiu novamente, encostou-se contra a parede e balançou a cabeça negativamente — esperar

     "Esperar?" pensei, levantei com dificuldade, sentindo as articulações doerem, minha perna esquerda se manteve dormente por um breve momento, fui até minha irmã e deitei-me em seu lado, ela sorriu e colocou sua mão acima de meu corpo, me puxou com fraqueza contra seu barriga, me deixando de frente para o armário, onde a porta estaria

     —Está com medo? — ela falou em tom baixo, neguei com um som, gostaria de dizer que não tinha medo, mas seria mentira, ainda mais a noite, que parecia durar o dobro do dia. Cada segundo era uma eternidade

     —Tinha uns quinze deles — Pedro falou em tom baixo — a arma ainda tem quantas balas? — caio deu de ombros — se conseguirmos pegar a arma, dá pra mata-los — caio sorriu e discordou com um som

     —Deve ter uns trinta agora — a voz de caio soou calma, parecia ter certeza de suas palavras — o sangue, não me impressionaria se tivesse...cem ou duzentos aqui — fez uma pausa — talvez até mais!

     —Duvido — Pedro falou em tom firme, tentou intimidar caio, mas recuou o corpo para trás, sabendo que não era pareô para aquele rapaz — Não tem tantos — sorriu —aqui nessa área — Caio zombou com um sorriso.

     —Você não sabe mesmo do que está falando... né? — Caio falou em tom baixo, levantou-se com lentidão e foi até a janela, que estava tampada com dezenas de tabuas, fungou — essas coisas — ele engoliu o sangue que estava em sua boca —são como animais... sentem o cheiro do sangue a centenas de metros!

     -Então vai ter mais que cem? — falei em tom baixo, Caio assentiu e voltou a seu lugar, sentou-se e cruzou as pernas feito um índio — Acha que serão quantos?

     —Quinhentos. talvez mil — caio sorriu, estava falando sério — dois mil? — ele sorriu e balançou a cabeça negativamente — já entraram aqui antes? — discordei com um som — vamos ter que esperar alguém sangrar lá fora... não tem como sair daqui

     —Esperar? — Daniel falou com deboche, fazendo Caio projetar-se para frente e fita-lo, Daniel desviou o olhar, mostrando fraqueza

     —Tem uma ideia melhor? — cuspiu o sangue acumulado em sua boca

     —Não dá — falei em tom baixo — minha menstruação vem nessa semana — sorri de nervosismo, Caio abaixou os olhos e balançou a cabeça negativamente, sem saber o que fazer

     —Daremos um jeito — Caio falou, frustrado. Não sabia o que dizer, muito menos como agir — Nós só — ele sorriu e balançou a cabeça negativamente, chocou a cabeça com certa força contra a parede. Ficou quieto, perdendo as esperanças

     —Não dá pra fazer nada — Falei emtom baixo — além de esperar? — caio assentiu, olhou para minha irmã, nãoprecisou perguntar sobre quando o bebê nasceria, foi o primeiro a perceber quea bolsa dela havia estourado.

Infectados : O surto.Onde histórias criam vida. Descubra agora