Capitulo 5

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Capitulo 5

Três dias depois do nascimento do bebe, que foi nomeado por Daniel como Eduardo, o nome de meu pai, minha irmã não se pronunciou sobre aquilo, também não demorei nenhuma emoção

    —Quando amanhecer — A voz de Daniel cortou o silencio do quarto, que só era quebrado pelos infectados que se chocavam contra a porta e a parede de tempos em tempos — precisamos dar um jeito de sair daqui... não temos mais comida — Caio fungou, já que toda a comida que tivemos foi fornecida por ele

    —E o que você quer fazer? — Caio falou, Daniel balançou a cabeça negativamente, desejava proteger minha irmã e seu filho, mas a verdade é que era bom tomando decisões

     —Da pra pular a janela? — Falei em tom baixo, Caio discordou, se pudéssemos sair, aquelas criaturas poderiam entrar — Então o que faremos —

    —Ficar aqui sentados — Caio falou em tom baixo — torcer para chover — sorriu — a chuva faz eles ficarem loucos — Daniel fungou, sem acreditar em suas palavras, mas não havíamos reparado naquilo, não chovia a mais de seis meses

    "Ficar sentado aqui?" olhei para minha irmã, que ninava o bebe com lentidão, não estava quieto, apesar de ficar impaciente durante boa parte do dia "Como saímos daqui?" levantei-me e andei com dois passos em direção a janela, sentei ao lado da vela que estava em seu último terço

    —Precisamos de água — Daniel falou em tom baixo — não deve ser bom pro bebe ficar tanto tempo sem tomar banho — sorriu — e banhado de sangue — concordei assentindo, mas naquela situação, não podíamos fazer nada

    —Precisamos de ajuda — Caio falou em tom baixo — sem ajuda, não sairemos daqui — sorriu e inclinou-se para a frente — armas, água — sorriu — comida —balançou a cabeça negativamente — muita comida...

    —Por que você não cala a boca!? — Daniel falou

    —Ou o que? — Caio falou em tom calmo, não parecia querer uma briga, Daniel fungou e desviou o olhar, perplexo com o jeito que aquele homem conseguia intimida-lo sem mostrar agressividade alguma.

Quando amanheceu, retiramos uma das tabuas que tapavam a luz do sol, podendo ver alguns infectados que se reuniam no quintal, parados, sem ter notado a presença de olhos curiosos na escuridão do quarto

    —Não dá pra sair — Caio falou em tom baixo, retornou para o canto do quarto e sentou-se ali, Eu, Pedro e Daniel continuamos a observar os infectados, olhando fixamente para um ponto aleatório

    —Se tivéssemos uma lança... poderíamos mata-los daqui — Daniel falou em tom baixo — Não é? — Pedro assentiu, embora fosse improvável, levando em conta que perceberiam o movimento da lança, o que provavelmente causaria problemas.

O bebe começou a chorar, atraindo brevemente a atenção do infectados de fora e nos assustando, vendo eles agitarem-se lentamente, Jennifer tentava acalma-lo com um chiado baixo enquanto o balançava

    —Vai ficar tudo bem — ela falou em tom baixo — eu protejo você — ela sorriu, mostrando que não acreditava nas próprias palavras, Caio fungou e caminhou a janela, colocando a madeira contra a parede novamente e a empurrando no lugar em que o prego estava antes

    —Ficamos aqui — Caio falou em tom baixo, retornou para seu lugar, já Daniel retornou para o lado de sua amada, ofereceu-se para segurar o bebe, mas ela negou, pois sabia que suas mãos estavam mais sujas que a dela, mesmo que fosse pega-lo através do lençol

    —Uma hora vamos ter de sair — Pedro falou, mostrava receio por suas palavras, o quarto escuro tinha a presença de duas velas, que seriam economizadas o máximo possível

Infectados : O surto.Onde histórias criam vida. Descubra agora