Capítulo 8

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Capitulo 8

Caio suspirou, olhou para mim e me sacudiu

—Temos que sair daqui — Caio falou enquanto sinalizava a saída, segurava a arma apontada para o chão, não estava com o dedo no gatilho, larguei a lança no ar e caminhei em direção a saída com passos trêmulos, não conseguia pensar em nada além do lugar em que eles poderiam ter ido

—Precisamos acha-los —falei enquanto ele me seguia, chegamos ao quintal, olhei para os lados, com esperança de que estivessem nos aguardando nos fundos, Caio assentiu e colocou a mão em meu ombro, me guiou em direção ao portão

—Não devem ter ido longe — ele falou em tom calmo, olhei para os dois lados da rua, tão deserta quanto antes. O sol estava inclinado no céu, mostrando que ainda teríamos longas horas para procura-los com sua cobertura

—Temos que acha-los —repeti enquanto ele me guiava para o carro, ele retirou sua mão de meu ombro e olhou rapidamente de um lado ao outro, mostrou frustração

—Não sabemos para onde foram... e ficar aqui parado não vai ajudar em nada — ele voltou a andar e parou em frente ao carro — você vem? — falou antes de entrar no carro, senti um aperto no peito.

Confusa, deveria entrar no carro com ele ou procura-los por conta própria?

"Merda" pensei enquanto ia em direção ao veículo, fui para o banco do passageiro e fechei a porta com certa força, em seguida coloquei o cinto, mostrando que não me sentia segura com ele no volante, Caio me imitou, mostrando que não confiava em sua própria habilidade

—Tem algum lugar em que vocês planejaram ir?

—Não... pretendíamos ficar em casa — caio sorriu e balançou a cabeça, sem acreditar em minhas palavras — Mas — engoli em seco —tem um hospital aqui perto... eles poderiam ter ido para lá

—Ficaremos longe de hospitais... nunca é uma boa ideia ir para um hospital. Devem ter infectados lá dentro, presos nos quartos ou banheiros... não é uma boa ideia

— A casa deles — falei antes de retirar o cinto e descer do carro com pressa, corri para o outro lado da rua, o portão estava aberto, permitindo que eu visse o carro esportivo, me senti tola, eles não ficariam ali. E se estivessem, a troco do que fechariam o portão

—Estão aí?

—Não — falei em tom baixo, ainda assim entrei no quintal com passos curtos, vendo a grama sintética gasta, parei em frente a casa e a encarei com receio, com esperança de que os quatro estivessem lá

—Então vamos embora — Caio segurou meu pulso e me puxou em direção a rua, deixando o portão aberto, entrei novamente e no carro e olhei em direção a minha casa, senti algo estranho no peito, sabendo que nunca mais retornaria para lá.

Havíamos ignorado dezenas de vezes os boatos de uma zona segura, pretendíamos transformar o bairro em uma verdadeira fortaleza, tínhamos planos grandes, mas agora estávamos largando cada um deles.

—Você está bem? —ele falou ao entrar no carro, colocou o cinto, continuei a olhar para casa, senti lagrimas se formarem em minha face, a lembrança de meu pai e minha avó vieram em minha cabeça, não tinha nada para lembra-los a partir daquele momento

—Não — falei em tom baixo, vesti o cinto com lentidão e limpei as lagrimas utilizando a minha mão direita, Caio ligou o carro e começou a dirigir com lentidão, de tempos em tempos fazia um som estranho, cujo nenhum de nós sabíamos o motivo.

Infectados : O surto.Onde histórias criam vida. Descubra agora