Capítulo 7

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Capitulo 7

—Temos que sair daqui — Falei em tom firme, ele continuou a me observar com a mesma expressão, disfarçava seu sorriso com uma expressão de dúvida, deixando os lábios levemente separados — Minha menstruação —ele engoliu em seco ao ouvir minhas palavras

—Merda — ele puxou meu pulso com força e me guiou para a SUV, abriu a porta e praticamente e jogou no banco traseiro, fechou a porta e correu para dentro da loja de conveniência, me fazendo sentir agonia, ele estava me largando ali para morrer?

"Não é confiável" levei a mão a porta, estava prestes a pressionar a maçaneta quando o vi retornar da loja de conveniências, carregando consigo uma cesta de metal, entrou no carro e deixou a cesta no banco do passageiro, ligou o carro e começou a dirigir com lentidão

—Você tem carta? — falei, percebendo que o carro tremia de tempos em tempos

—Você está preocupada com a carta!? — os braços dele se mantinham firme, travados, mostrava insegurança — essas —ele se calou, pegou a cesta e a passou para o banco traseiro — bota uma dessas coisas — ele me olhou pelo retrovisor —anda logo... — funguei e olhei para a cesta, vendo alguns absorventes internos

—É sério? —falei em tom de deboche, ele sorriu e voltou a olhar para a estrada, mostrava nervosismo em suas ações, não conseguia manter o carro em uma via só, passava de uma para a outra — Eu mereço — limpei as mãos no banco do carro e abri a embalagem com dificuldade, percebi que ele me olhava pelo retrovisor

—Não quer parar o carro? —falei com deboche, fazendo-o engolir em seco e voltar a olhar nas ruas, aumentou a velocidade brevemente, chegou a um cruzamento e parou o carro, me fazendo parar de abrir a embalagem

—Bota isso logo —ele falou antes de descer do carro, deixou a porta aberta, fazendo o som do sensor ecoar em minha mente, aproveitei o momento para retirar minha calça por completo, afim de me livrar da calcinha, que havia sido manchado com o sangue, coloquei o absorvente interno e vesti a calça novamente, abri a porta e me livrei da peça, ele entrou no carro e voltou a dirigir

—Pra onde você está indo? — perguntei, fazendo-o balançar a cabeça negativamente, estava dirigindo sem rumo, ele suspirou

—Como voltamos?

—Da meia volta —falei, fazendo-o fungar e começar a girar o volante com lentidão, levou cerca de um minuto para conseguir virar o carro para a direção em que viemos —entra na esquerda — ele assentiu.

Levamos cerca de cinco minutos para que eu conseguisse guia-lo até a frente de minha casa, ficamos quietos no carro, escutando o ronco forte do motor

—Vamos? — ele falou em tom tremulo, eu assenti e o aguardei descer do carro, com medo de que ele fosse me largar ali, caminhei junto a ele, que pegou a arma que estava largada no chão — Cuidado — Apontou a arma para frente e adotou uma posição ofensiva, suas mãos tremiam, provando que ele não tinha experiencia alguma

—Você já usou essa coisa? —falei m tom baixo, fazendo-o assustar-se brevemente, continuou a mirar, apontou para a porta da casa e entrou com passos lentos, eu o segui, encontrei um cabo de vassoura que havia sido improvisado como lança e deixei posicionado para a frente, disposta a lutar se fosse necessário

—Os infectados foram embora — ele falou, tranquilizou-se um pouco mais ao chegar no corredor, sabia que não estavam do lado de dentro, a casa estava tranquila demais, não tinha uma gota de sangue pelo corredor ou indícios de luta

Caio continuou a caminhar pelo corredor, levou o ouvido a porta, eu fui até ele e o imitei, tentando escutar qualquer som que indicasse que ainda estavam ali, Caio girou a maçaneta brevemente e a empurrou, revelando um espaço consideravelmente curto

—Pessoal? — ele falou em tom baixo, sua voz ecoou no quarto, apontou a arma para o espaço entre o guarda-roupa e a parede, embora fossemos chegar.

Já sabíamos que eles não estavam na casa.

Infectados : O surto.Onde histórias criam vida. Descubra agora