6 anos antes.Tyler
Era um dia comum no pequeno porto de ciano o movimento estava calmo e iriamos sair para pescar em um dos barcos.
Então preparamos nossas redes de pesca e partimos mar a dentro, com o vento calmo e clima agradável nossas chances de pescar bons peixes eram ótimas mas se tratando de um mar com vontade própria como este, tudo podia mudar de uma hora para outra.
Em um minutos estávamos em completa calmaria e em outro ventos fortes de chuva e ondas furiosas nos puxavam para a parte mais perigosa, os rochedos.
Mal me equilibro dentro do barco com as ondas batendo no casco fazendo ele ir e vir de um lado para o outro. Era uma tempestade, e claramente uma das piores que já tive a honra de enfrentar.
Tentei girar o leme do barco para pegar o caminho de volta, quase consegui se não fosse termos colidido com um bloco enorme de concreto que partiu a embarcação ao meio. Entrei em desespero lembrando-me que não coloquei bóias de salvamento entre os primeiros socorros.
Héctor meu aprendiz foi um dos primeiros a ser engolido pelo mar, não consegui o salvar. Eu fui o próximo a ser sugado pela água tentando encontrar fôlego para ficar sóbrio diante do turbilhão de água que invadia meus pulmões, me agarro com tudo em uma taboa solta que boiava próximo a mim. Ondas fortes me atingiram em cheio e acabei desmaiando.
Acordo em uma praia já nos primeiros raios de sol e com a figura de uma mulher muito bonita em cima de mim. Seus olhos azuis me olhavam de maneira curiosa.
Não sei como vim parar aqui, meu corpo todo ainda dói.
- quem é você? - pergunto antes mesmo de qualquer outra coisa que pensei em dizer. E me arrependo ao me sentar na areia para a ver melhor e constatar que ela é metade peixe metade gente. Assustado repito minha pergunta novamente:
- quem ou o que é você?
Já ouvi algumas lendas em ciano, mas sempre achei que fossem só lendas. E não que eu fosse ser salvo justamente por uma sereia.
- a caro pescador você sabe o que sou, não preciso me explicar. - disse vindo para cima de mim com seu corpo, boca e nariz bem perto do meu. Senti um calor estranho percorrer minha espinha, quis me afastar mas seu controle era bem maior que o meu. - mas se quer saber pescador me chamo Marine, e você me deve sua vida. - sorriu se afastando.
- e o que quer em troca? - seu sorriso de dentes pontiagudos me dava medo ao mesmo tempo em que pareciam me seduzir.
Seu encanto de cauda azul marinho quase a cor de seus olhos me convidava para a conhecer melhor. Ela bateu sua cauda na pequena maré que ia e vinha do mar parecendo pensar em minha pergunta.
- já sei o que quero! Se me der outra vida que não a sua te deixo viver.
Sua proposta era absurda. Ela queria barganhar a minha vida por outra. Me pergunto o que ela queria com isso?
- e porque precisa de uma vida? - seu sorriso cresceu contrastando com seus longos cabelos que lhe cobriam até os seios.
- não seja invasivo pescador. Ou é você ou outro qualquer outro. - disse sem tirar seus lindos e hipnóticos olhos de mim.
Como eu faria isso? Começo a pensar em sua proposta, afinal não quero ter que morrer nas mãos dela. Olho em volta e aparentemente estávamos na praia de Ciano em um lado mais afastado dos olhares curiosos do reino.
Escuto uma voz repentina vinda dos arbustos da floresta atrás de nós. Assustada a sereia pula de volta para o mar, mas não sem antes sussurrar que queria aquela pessoa para ela.
Sem saber o que fazer me ponho de pé ao ver a figura da jovem donzela que pareceu se assustar ao me ver.
- me desculpe, achei que não tinha ninguém aqui. - confessou sem me encarar diretamente, parecendo incomodada.
- eu que peço desculpas, acabei de sofrer um naufrágio e por isso estou aqui. - lembro-me do terror que foi a noite passada.
- lamento muito. Mas eu só vou dar um mergulho. - disse me deixando sem saber o que fazer.
- não pode! - digo a deixando confusa e vejo a figura da sereia apenas com sua cabeça para fora dágua com as sobrancelhas levantadas me lançando um olhar amedrontado por atrás da moça.
- por que não? - disse molhando seus pés na água.
- o mar está muito perigoso.
Eu temia por sua vida e pela minha ao mesmo tempo.
- não vejo perigo algum.
Ela se aproxima ainda mais da água e caí de costas com o impacto de uma onda forte, tento a ajudar mas a sereia antes escondida a puxa para mais fundo. Seus gritos de socorro eram abafados pela água que invadia seus pulmões. Em total desespero mergulho para tentar a salvar novamente mas era tarde demais, só encontrei partes de seu corpo destroçado pela sereia. Assustado e com o coração acelerado saí da água agora vermelha de sangue e restos o mais rápido que consegui.
Essa foi a coisa mais horrenda que já presenciei em toda minha existência de pescador, ver aquele ser destroçando aquela mulher fora algo extremamente doloroso.
Então era isso que ela quis dizer com outra vida que não a sua.
Vi sua sobra predadora tentando se aproximar novamente e corri o máximo que pude, jurando para mim mesmo nunca confiar em nenhum ser de caudas na vida.
Eu não me permitiria ser uma vítima dela, mesmo que sua imagem ficasse indo e vindo a todo instante em minha mente. E não contaria para ninguém que as tão temidas lendas eram verdadeiras e perigosas.
Continua...
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As Sereias de ciano
FantasiaSe sereias existem, a isso é um mistério. Um mistério que os cidadãos revoltos do pacato e calmo bem pelo visto nem tão calmo assim reino de Ciano, banhado por mares de águas misteriosas, estão prestes a descobrir. Seria o fim para estes seres místi...