Capítulo 18

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Miles...

Você só sabe o tamanho da merda que fez, quando da de cara com o olhar de uma mulher que se sente magoada, como Mia, ela quase vomitou na minha frente, onde eu estava com a cabeça, em cair na armadilha de sedução, porque eu estava fazendo aquilo, antes era automático, mas como pude fazer isso no primeiro encontro com Mia, eu disse que não era bom em relacionamentos, e disse que estragaria tudo, parece que sou muito bom em estragar relacionamento em primeiro encontro, a dor que vi nos olhos da Mia, foi como faca atravessando meu corpo e agora estava aqui na porta do banheiro, sem saber como reagir. Espero por minutos até que finalmente ela sai, mas a visão é de me cortar ao meio, seus olhos estão irritados e vermelhos, e seu rosto está pálido, eu merecia o troféu de filha da puta do ano.

— Mia...

— Não Miles, só me leva embora, eu não tô bem...

Ela passa por mim e eu caminho logo atrás, ela sai enquanto eu acerto a conta, lá fora a vejo com seus braços em volta de seu corpo, parece querer se proteger de algo, talvez seja de mim. O carro chega e ela entra ainda em silêncio, como eu havia transformado aquela linda mulher que saiu comigo toda animada, nessa pessoa frágil e triste, ela fecha os olhos e encosta a cabeça no encosto do banco.

O silêncio era mesmo um modo de punição cruel, porque estava me deixando louco, sem saber como reagir ou consertar algo, que provavelmente não tem conserto.

Chegamos ao apartamento, ainda em silêncio, ela entra e segue para o quarto, mas não o meu, o outro.

— O que esta fazendo Mia?

— Vou tomar um banho e dormir Miles.

— Mas, porque esta indo para o outro quarto?

Ela para e solta um suspiro alto, está de costas, mas consigo sentir a dor em cada palavra que ela diz.

— Porque, eu amo você Miles, e estou muito magoada para ficar ao seu lado agora, estou fazendo isso para não brigarmos, e estou realmente cansada.

Eu preferia, que ela gritasse, brigasse comigo, me sentiria menos desprezível.

— Esta fugindo de novo.

Meu lado egoísta, contudo, não se cala.

— Não Miles, estou me protegendo da dor, não suporto que me toque, após permitir que aquela mulher quase o masturbou embaixo daquela mesa, de onde estávamos tendo o nosso primeiro encontro, como não quero que seja o último, porque eu realmente o amo, e sei ser difícil para você perder velhos hábitos, mas se você me amasse entenderia isso.

Ela se vira com os olhos cheios de lágrimas e aquele foi o golpe fatal da noite.

— Por enquanto, eu sou a única que amo aqui, mas não vou aguentar por muito tempo. Boa noite, Miles.

Aquilo era realmente tomar um soco no estômago, eu não conseguia engolir as últimas palavras, porque elas ficaram presas na minha garganta, me sufocando. Quando Mia, sai, fico ali sentado naquela cama vazia sentindo apenas o cheiro dela e uma pontada estúpida de dor, pela primeira vez não era só culpa, era dor por tê-la magoada daquela maneira.

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Se era difícil ouvir todas aquelas palavras atingindo, de uma maneira que nunca pensei que fosse possível, imagine tentar dormir, era impossível, após virar por horas na cama, me levanto para ir em busca de algo para beber, talvez, álcool aliviaria minha culpa, minha dor e esse vazio horrível.

Quando decidi voltar para meu quarto parei na porta de Mia, escutei um barulho e abri a porta com tudo, a minha visão ficou embaçada quando dei de cara com Mia, apagada no chão, o desespero tomou conta de mim, corri até seu corpo largado no chão e a peguei levando até minha cama.

— Mia...acorda..por favor..

Mas ela estava mole, largada em meus braços, um pesadelo horrível passou em minha mente.

— Mia...MIA,,,MIA...ACORDA BRANCA...merda...

A balanço várias vezes, até que finalmente ela geme e pisca os olhos, me trazendo alívio eu a abraço desesperado e feliz por ela esta ali.

— Você quase me matou de susto, branquinha.

— O que aconteceu?

— Não sei passei no seu quarto e você estava apagada no chão.

— Eu não conseguia dormir, estava indo te procurar.

Abro um sorriso, enquanto acaricio seu rosto.

— Também não consegui dormir, estava com saudades de você.

Ela sorri.

— Eu te amo mais do que devia, Miles.

A beijo, porque essa é a única resposta que consigo dar a ela, e sei ser a mais sincera de todas, ela entende e me recebe em seus lábios.

— Vem, vou deitar abraçadinho com você.

É o que faço, a trago para perto de mim e a beijo no topo da sua cabeça. Adormecemos os dois, amanhã seria um novo dia para tentar consertar o de hoje.

Quando acordo, Mia não esta mais ao meu lado, me levanto a procura dela, desço seguindo o som das vozes até a cozinha.

Mia esta ao telefone.

— Chá de revelação, quando Flor?...Vou sim, quero muito saber se vou ter uma sobrinha linda ou um sobrinho lindo...claro que estou feliz por você, sim estou bem flor, quem sabe um dia...tá beijos.

Ela permanece de costas, parece pensativa e agora que sei sobre sua história, sei o quanto é difícil para ela participar dessa fase da vida da irmã, fico pensando se eu seria capaz de ser pai algum dia, não sei, porque nunca quis isso e ainda não quero, filhos é um grau muito alto na relação de qualquer casal, filhos definitivamente não, estou fazendo um bem para eles mesmos.

Mia, se vira e me flagra pensando.

— Bom dia, esta com uma cara de quem esta dando um veredito algum caso importante da sua vida.

Ergo a sobrancelha.

— Sim, esse é definitivamente um caso resolvido.

— Posso saber sobre o que se trata?

Eu já sei que relação é complicada, mas dizer a uma mulher, que não quer filhos nunca é boa coisa, começar uma nova guerra quando a primeira ainda nem foi resolvida.

— Outra hora, mas aconteceu alguma coisa vi você ao telefone.

— Minha irmã, esta preparando um chá, revelação.

— E isso seria o quê?

— É um evento importante, onde os convidados apostam em qual será o sexo do bebê, alguns até se vestem com a cor, tipo se acreditar ser menina veste rosa se for menino, azul.

— E, as pessoas fazem isso?

— Fazem, Miles, e minha irmã esta organizando o dela para o próximo fim de semana.

— Que legal.

Saiu um pouco debochado, eu sei, mas quem curte ficar num final de semana, cercada por fraldas e pessoas falando sobre crianças, passo.

— Você vai?

Mia, me olha como se eu estivesse cometido um dos sete pecados capitais.

— Claro que vou, é minha irmã.

— Legal.

Novamente, sem um pingo de entusiasmo me entrego.

— Esta dizendo, que não vai comigo, Miles.

— Estou dizendo, que não quero ir.

— E o que eu digo para todos, que meu novo namorado não quis me acompanhar.

— Diz a verdade, que seu novo namorado, não curte ficar cercado por barrigas que podem explodir a qualquer momento, não curte choro de criança e nem quer ver crianças.

A resposta era só para ser convincente, mas acaba acertando algo em cheio, Mia me olha magoada, mas também sem reação o que não é bom.

— Tudo bem Miles, você não tem compromisso com minha família, mas eu tenho e vou, agora vou me arrumar para irmos trabalhar.

— Você tá bem mesmo?

— Estou ótima, Miles.

Ela definitivamente não estava ótima, mas eu ainda estava tentando me salvar da noite passada, contudo, parece que tudo que eu conseguia era me complicar cada vez mais.

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INTENSO ( Será Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora