Capítulo 3

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Mia...

Passei as últimas horas, revisando processos antigos, ele só podia pensar, que eu era uma dessas estudantes que acabara de me formar, qual é, o cara, pode ser o rei dos tribunais, mas é puta arrogante, como você recebe alguém, para estagiar em sua firma e não tem o mínimo de interesse em conhecer ou questionar os objetivos, o arrogante pode ser, humm, tá, o cara, é um gato e aposto que embaixo daquele terno, tem um corpo com várias camadas e um daqueles V, que deixam as mulheres loucas, não que meu namorado, Luke, não tenha um corpo lindo, ele é modelo então precisa manter tudo em perfeita harmonia, mas, o cara, na sala ao lado, tem aquela beleza típica e presunçosa, o que lembra sexo puro, minha nossa, tá calor aqui.
Pego um bloco de notas e começo a me abanar, esparramada na cadeira, então, a porta se abre e "Droga"...será que, era tão difícil bater na porta.
Os olhos verdes penetrantes, estão me encarando, ele aponta o dedo, gesticulando em minha direção.

— Espero que não esteja atrapalhando, a senhorita.

Me ajeito rápido, e deixo passar o momento constrangedor.

— Na verdade, não, só está calor aqui.

Gesticulando com o dedo, em volta da sala, explico.
Mas ele só ergue aquela maldita sobrancelha, nunca achei sobrancelha masculina bonita, mas a dele, é perfeita.

— Temos ar condicionado nas salas, esse calor, deve ser por outro motivo.

Acredito que minha boca parou aberta e meu rosto, esta ardendo de tão quente.
Me adianto, para não ter que dar explicação sobre meu calor inesperado.

— Os processos, estão sublinhados, alguns erros.

Ele se aproxima e sua fragrância amadeirada, me deixa tonta, tenho vontade de expirar fundo, porem, não o faço, pego a pilha de processos e entrego em suas mãos, seus dedos longos tocam de leve minha pele e eu juro que a eletricidade, correu por todo meu corpo, me assusto e acabo soltando rápido demais, pela primeira vez, vejo algo diabólico em seus olhos e aquele meio sorriso, exibindo covinhas me confirma isso.

— Calma, senhorita Archie, eu não mordo...

Então ele começa a caminhar em direção a porta, mas para antes de sair.

— Ah! Não ser que me implore.

Então pisca e sai, solto o ar que estava preso por algum motivo.
Sério, ele era mesmo arrogante e babaca, provavelmente, já deve ter comido todas as funcionárias da firma e aquelas estranhas combinações é algum sinal para avisar, quem será a bola da vez, torço o nariz e balanço a cabeça.
Agora que vi a lenda dos tribunais, com certeza pode se dizer que, deve ser a lenda na cama de suas clientes também, não é à-toa que a maioria das clientes são mulheres, algumas de meia-idade, mas todas conservadas no formol, alguns dos processos que analisei hoje eram ridículos, quem é que briga por pensão alimentícia para um cachorro, sério as pessoas deveriam testar o grau de idiotices, antes de levar a público.
A hora do meu almoço, chega finalmente e fico grata por tomar um ar fora do prédio, nem estou com tanta fome, mas o simples fato de poder esta aqui fora já me agrada, passo pelas Barbies da recepção, todas torcem o nariz para mim, provavelmente, estão discutindo de quem é a vez de ser o lanchinho do chefe.
Meu celular toca assim que atravesso a rua e entro num restaurante, sento numa mesa no canto e atendo, não preciso ver para saber, que se trata da minha irmã intrometida.

— Fala, flor?

— Me conta, o cara, é o não é um pedaço-de-mau caminho, não, quer dizer, ele é o bolo inteiro não é?

Reviro os olhos e faço careta.

— Não faz o meu tipo.

Posso ver a cena, ela revirando os olhos, enquanto caminha de um lado a outro em sua sala, eu posso ouvir o som do salto no chão.

— Ei, eu não perguntei se faz o seu tipo, mana, estou apenas pedindo que fale a verdade, como a advogada séria que você é.

Sopro o ar, nessa ela me pegou, usar minha profissão, era sempre meu ponto fraco.

— Tá! ele, é bonito, mas é um, puta arrogante.

Minha irmã solta uma risada do outro lado da linha..

— Por que, esta rindo?

— Ora mana, esses são os melhores.

Outra revirada de olhos, para os delírios de minha irmã. Não me leve a mau, mas se ela como todas as mulheres, sentem esse calor, ou necessidade de ter um cretino presunçoso na cama, eu não vou julgar, pelo menos não em voz alta, contudo, era deprimente, eu só conseguia sentir raiva.

— Melhor, você quer dizer em quê?

Tenho medo da resposta, se tratando de Ella, sempre havia muita sinceridade, quando falava.

— Sério Mia, quantos anos você tem?

— O que minha idade, tem a ver com sua mente pervertida?

— Meu Deus! Você nunca leu esses livros adultos, ou assistiu algum filme pelo menos?

INTENSO ( Será Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora