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P.O.V Thalita:

Os cinco dias na Rússia passaram mais rápido do que eu imaginei, entre uma reunião e outra, Gabie e eu conseguíamos escapar, ela me levou para conhecer alguns lugares legais, até tentou me ensinar algumas coisas em inglês e russo.

Cada coisa que eu dizia em russo, parecia um idoso fumante e asmático.

Já estávamos de volta in Brazil, passava um pouco das 22 horas e o Rafa foi pegar a gente no aeroporto.

- E então, como foi a viagem, meninas?
- Maravilhosa, Rafola. Excelentes negócios e parcerias foram fechadas. Só sucesso.

Rafa revirou os olhos e Gabie segurou o riso.
Ele continuou tentando arrancar informações da Gabie com brincadeiras e provocações, mas ela é dura na queda.

Cheguei em casa podre, o Vi estava me esperando com a Laura, que tinha adormecido no sofá.

- Ei amiga, como foi na Rússia, me conta tudo!

- Aí foi tudo bem maravilhoso, o lugar é lindo! As comidas apesar de estranhas são ótimas. E a Gabie e eu estamos tendo alguma coisa que ainda não sei dizer o que é.

- Sério?
- Sim! Foram cinco dias que pareceram mais uma lua de mel do que viagem a trabalho.

- Chocado!
- Deixa de ser besta, Vi! Você já sabia que tinha rolado antes.

- Mas eu ainda fico chocado com as informações.

Passei um tempo conversando com o Vi e contando tudo que ele queria saber, logo ele foi pra casa.
Finalmente pude tomar um banho, colocar um pijama quentinho e cair na cama, que eu tava morrendo de saudades.

Tava naquele soninho gostoso quando meu celular começou a tocar, assim que meus olhos conseguiram focar em algo, vi o nome da Gabie brilhando na tela.

Ligação on:

-Thali?
- Ei, algum problema?

- Sim... desculpa te ligar, são quase duas da manhã, mas não consigo dormir.

- Sem problemas. Insônia?
- Acho que eu tô com saudades de ti, quase uma semana inteira com você dormindo com metade do corpo em cima do meu me deixou mal acostumada... Vem pra cá?

- Oin que linda! Infelizmente eu não posso ir, Gabie.

- Ah...

- Não fica chateada! Eu não posso deixar a Laura sozinha e sem chances de acordá-la, fica parecendo um bicho. Vem pra cá você.

- Não vai incomodar?
- Não! Vem com cuidado, eu vou te esperar.

- Tá bom, não dorme!

Ligacão off.

P.O.V Gabie:

Cheguei a casa da Thali mais rápido do que deveria.

- Ei você.
- Hey!

A abracei apertado, como se dependesse daquilo pra sobreviver. Inspirei seu cheiro adocicado.

- Você veio de quê?
- Carro.
- Dirigindo?

- É. Pois é.

Ela me deu um selinho demorado e me abraçou de novo.

- Acho que teu abraço virou lar. Duvido que tenhas alguma palavra intraduzível para esse momento, Gabriela Fernandes!

- Na verdade tenho sim, se permite.
- À vontade.

- Cwtch.

- Que seria?
- Exatamente o que tu disse: um abraço casa, em galês.

- Aí meu Deus, tu existe?
- Tô bem aqui né? Então acho que sim, ou posso simplesmente ser fruto de um surto coletivo.

- Ô surto coletivo, vamos pro quarto. Tô podre de sono.
- Pijama de pinguim, pijama de monstro. Que mais posso achar no teu armário?

- Estampas diversas. A única coisa que garanto não estar lá, sou eu. Tenho rinite, sabe Gabie?!

Ri feito idiota, não sei o que a Thali tem que me faz rir de tudo que ela fala e faz.

Ela se deitou e eu me encaixei entre suas pernas, repousando minha cabeça sobre sua barriga.
Thali começou a fazer carinho em meus cabelos, fechei os olhos sentindo o toque suave.

- Sabia que cafuné também é uma palavra intraduzível?

P.O.V Thalita:

- Mamãe?

- Oi meu amor! Que saudade. Você deveria estar na cama.

- Estava com saudade de ti. Posso me deitar aí?

- Aí Thali, me deixa dormir.

Gabie resmungou, fazendo um biquinho que me deu vontade de morder.

- Temos companhia. - Falei meio que pras duas.

- Tudo bem, mas eu vou deitar no meio.

- Ah mas por quê?

- Ela é a minha mãe, só isso mesmo.

- E a minha namorada. Acho injusto.

Gabie e Laura, duas crianças birrentas e ciumentas discutindo por volta de quatro da manhã, mais um pouco e eu serei obrigada a por as duas de castigo. 

- Eu durmo no meio e assim as duas terão essa obra maravilhosa da natureza para grudar, que tal?

- É, acho que serve, mãe. 

Nos embolamos as três, um grude completo, acho que no momento eu sou a mulher mais feliz do mundo.

Adoraria ter um sono tranquilo e teria, se a Gabie não tivesse dito a palavra com "N".


Just a Cosmic JokeOnde histórias criam vida. Descubra agora