Gabriela Fernandes, 24 anos, multimilionária. Nunca amou alguém de verdade .
Thalita Meneghim, 25 anos e mãe da pequena Laura. Vive arrumando amores por onde passa.
"A vida, em sua totalidade, é uma grande piada cósmica."
- Tais tão linda amiga, nem acredito que vais casar de verdade!
- Cê já viu a Thali?
- Ainda não, mas ela não vai fugir! Pode ficar tranquila.
Minha sogra chegou com a Laurinha.
- Ei, minha menina! Estás maravilhosa. - Obrigada sogrinha! Mas cadê a Thali?
Todos riram e a Laurinha chegou me abraçando meio frouxo com receio de amassar meu vestido.
- Calma, mãe! Ela não vai fugir.
Há algum tempo deixei de ser a "tia Gabie" pra ser mãe também e foi tão lindo e natural.
Também já acionei os advogados para entrar com o processo de adoção legal da Laura.
Que por sinal tava a coisa mais linda do mundo.
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P.O.V Thalita:
Eu nem consigo acreditar que finalmente o grande dia chegou e tanta coisa aconteceu desde o pedido na Disney.
Comecei a escrever um livro.
Um livro de amor.
Pra Gabie.
Voltei a fazer aulas de teatro, com o incentivo da minha filha e da minha quase-esposa.
Meu pai chorou de alegria em ver a filha dele voltando pra vida artística, ele sempre sonhou com isso.
A Laura passou a chamar a Gabie de mãe e devo confessar que fiquei com um tiquinho só de ciúmes no início, coisa pouca.
Mas o amor das duas é tão verdadeiro e lindo que eu nem tenho capacidade para lidar.
- Aí amiga, tais tão linda! Nem parece aquela que dorme igual um demônio e come feito bicho.
- É que eu tô aqui ainda, não fui ao banheiro, Vi.
- A Gabie também está deslumbrante, já fui lá espiar e amiga, até eu me casaria com ela.
- Hey! A mulher é minha ô feião.
A Gabie queria fazer o casamento da forma mais exagerada possível. O Rafa dizia que o evento merecia dimensões astronômicas, já que era um milagre acontecendo. Eu escolhi me casar na praia, do jeito mais simples e íntimo possível.
Só nós duas. Laura. Família e amigos próximos.
- Pronta? - Acho que não sei.
- Pois vai assim mesmo, tá na hora.
P.O.V Gabie:
Eu tava a ponto de ter uma crise.
Vou me casar.
Vou me casar de verdade. Agora.
- Vamos, meu amor? A Thalitinha tá te esperando.
Rafa beijou minha testa, em prantos. Eu poderia até rir.
Se não estivesse quase igual a ele.
Thalita e eu optamos por entrar juntas.
Nos encontramos na entrada e puta merda, eu sou a mulher mais sortuda do mundo.
Ela usava um vestido branco soltinho, pouco abaixo do joelho, com um decote de renda. Seu cabelo meio preso com as ondas caindo sobre os ombros, maquiagem leve realçando ainda mais sua beleza.
Meu vestido era longo e um pouco mais justo, com alguma transparência pelo mesmo.
O dia parecia ter sido pintado como um quadro perfeito.
- Pronta?
- Pra ti? Sempre!
Beijei sua mão e entramos de mãos dadas.
Talvez esse seja o dia mais feliz da minha vida.
P.O.V Thalita:
- Forelsket, dinamarquesa. Representa a euforia de se apaixonar. Aquilo que sinto cada vez que acordo e te vejo. Não poderia deixar de dizer no dia do nosso casamento alguma palavra intraduzível sobre amor, poderia usar todas as que conheço agora mesmo e aprender muitas outras só para que você se lembre sempre de que és muito amada por mim.
- Ai puta merda, Gabriela. Gente, perdão, é meu casamento. Tô nervosa. Eu passei um tempão treinando isso, o Rafa me ajudou e a Laurinha também, acho que escolhi as coisas mais difíceis para dizer, então galera tenha paciência comigo. E amor, sinta-se à vontade para me ajudar a qualquer momento. - Segurei sua mão e ela me encarou com os olhos num tom de verde clarinho, como na primeira vez que olhei dentro deles. Respirei fundo e me concentrei tanto quanto pude naquele momento - Zhi Zi Zhi Shou, Yu Zi Xie Lao, chinês e quer dizer ficar de mãos dadas e envelhecer juntas. É o que eu mais quero contigo. E Ya’ Aburnee...
- Árabe, viver sem alguém para amar não é viver.
- Viver sem você para amar não é viver, Gabriela Fernandes!
Trocamos as alianças e nos beijamos, selando naquele momento todas as juras de amor, palavras intraduzíveis e o que mais a vida tiver para nos oferecer.
