P.O.V Gabie:
Só depois de transar na sala do apartamento da Thali eu me lembrei de um pequeno detalhe de oito anos.
- Thalita, cadê tua filha?
- Tu só lembra da criança depois de transar, Gabie?!- Ah eu nunca tive uma criança. Ela não tá por aqui, né Thali?
- Claro que não! Ela foi pro futebol, inclusive tá quase na hora de buscá-la. Então levanta e vai tomar banho logo.
- Eu não posso só ficar dormindo aqui?
- Ah pronto, anjão. Levanta logo.Ela praticamente me arrastou até o banheiro, tomei um banho demorado e quando sai, ela havia separado uma roupa, já que eu sai de pijama no meio da madrugada. Thalita já me esperava pronta na sala de casa.
- Oin vida.
- Que que foi, Thali?
- Você usando uma roupa minha: é muito lindo ou pouco lindo?- Ah só vamos logo antes que eu desista.
Mas antes de sairmos, a puxei pra um beijo. É muito lindo.
Fomos no meu carro, com a Thali dirigindo é óbvio. Fiz vinte e oito aulas que não resolveram muita coisa, sou um pequeno desastre no trânsito.
P.O.V Thalita:
Deixei a Gabie esperando no carro enquanto fui buscar a Laurinha, que não parou de falar um segundo sobre o gol que ela fez.
- Ei mãe, tá maluquinha? Não é o seu carro. Eu não digo mesmo.
- É o carro da Gabie.
- Por que ela tá aqui? Eu ainda não sei se gosto dela.- Mas eu gosto e podemos conversar sobre isso depois, ok?
- Acho que ok. - Entramos no carro e a Gabie disse estar com fome e sugeriu que saíssemos as três juntas. - Só se eu puder escolher o lugar.- Olha, a Thalita concordando com isso, eu não vejo problema algum.
- Escolhe, mas lembra sempre que a mãe que paga a conta tá.
- Thali, vocês são minhas convidadas.
- Ah não Gabie, tu queres pagar tudo sempre.- Tem problema?
- Sim.- Me apresente argumentos plausíveis e eu paro de querer pagar tudo.
Laura queria McDonalds, mas é claro que eu não deixei e então ela escolheu ir pra qualquer lugar que ficasse perto do mar.
E a Gabriela me fez parar no restaurante mais caro possível, todo meu salário numa refeição.Nos sentamos e a Laurinha passou a encarar a Gabie de forma quase maníaca.
- Filha, algum problema?
- Não, nenhum.- Por que tá encarando a Gabie?
- Tô decidindo se gosto dela ou não.A loira praticamente engasgou com a resposta nada discreta da criança.
P.O.V Gabie:
Sendo julgada por uma menina de oito anos. Nunca imaginei passar por isso na vida. E nunca torci tanto por uma aprovação.
Encarnei meu modo Gabriela Fernandes negociadora, poderosa e qualquer outra coisa que não me fizesse parecer intimidada por uma criança.
- Então, Laura Meneghim, me diz quais os meus pontos fracos?
- Você levou minha mãe pra longe por muitos dias. E ela nunca me deixou tanto tempo. E apareceu na minha casa de madrugada, tive que dividir a mamãe e a cama.
- Algo mais?
- Depois que eu pensar, eu falo mais.- Ok. E os pontos fortes?
- Fizeste a minha mãe sorrir de um jeito bonito, me deu os livros mais legais e deixou eu escolher o lugar pra nós três.- Certo. E se eu prometer não levar sua mãe pra muito longe por muito tempo ou da próxima vez se for uma viagem demorada e ela concordar, você pode ir junto.
- Sério? - Ela perguntou com os olhinhos brilhando, e a Thali tava prendendo o sorriso mediante nossa primeira interação real. - Obrigada, tia Gabie!A gente não imagina a alegria de ser chamada de tia até conhecer uma coisinha dessa.
P.O.V Thalita:
Ai gente acho que é tpm, mas quase chorei com as duas conversando. Com o "tia Gabie" e com o fato das duas passarem o resto do almoço falando sobre bruxos, trouxas, elfos e feitiços estranhos.
Fomos passear pela orla, tomar sorvete e curtir a tarde. Eu tô feliz num grau que não tá descrito.
- No que tanto pensas, estrelinha?
- Em como vocês duas me fazem bem, sabe Gabie?- Às vezes eu tenho vontade de te esmagar, Meneghim.
Ela deixou um beijo em minha bochecha e voltou a focar sua atenção na Laura, que tentava manter um projeto de castelo de pé.
Aproveitei pra verificar o celular, apesar do dia de folga, eu tenho uma agenda para manter em ordem. Mesmo que a dona da agenda esteja, como eu poderia dizer: cagando. É cagando pros compromissos da próxima semana.
Rafola:
Thalitinha?
Ei?
Tais por aí?
THALITA!
Oi migo! Quem morreu?
Mal aí, tô na praia com a Laura.
Ninguém sabe da Gabie! Tá desaparecida, tô ligando desde ontem e ela não atende, nem retorna, nem responde minhas mensagens.
Ela meio que tá comigo...
Como assim?! Me preocupei por nada? Manda a Gabriela me ligar assim que possível, quase coloquei a polícia atrás dela.
Aí Rafa Dias, cê tá bravo?
Idiota.
Também te amo migo.
Larguei o celular e falei pra Gabie do surto do Rafael e que por mais um pouquinho o exército não foi posto atrás dela.
Ela insistiu que Laura e eu ficássemos na casa dela, por pelo menos um pouquinho, que ia sentir saudade e que o Rafa ia brigar por ela ter sumido, então precisava de companhia pra bronca ser menor.
- Gabriela Fernandes, dá próxima vez que for tentar me enlouquecer avisa, eu só não vou brigar contigo porque estavas com a Thalitinha e minha criança preferida.
Adiantou nada proibir a besteira na hora do almoço, já que o meu querido amigo Rafa quis estragar a criança que eu educo há anos. A noite foi regada de besteiras e filmes de animação.
Uma noite cheinha de pessoas e coisas lindas.Uma noite de bobagens que me deixou com o coração quentinho.
Gabie chegou mais perto e sussurrou no meu ouvido.
- Merak.
- Quê? Outra palavra intraduzível?
- Sim! É sérvia e indica um sentimento de profundo amor para o universo, que vem da capacidade de apreciar as pequenas coisas como a proximidade das pessoas que amamos.
- Agora quem quer te esmagar sou eu.

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Just a Cosmic Joke
FanfictionGabriela Fernandes, 24 anos, multimilionária. Nunca amou alguém de verdade . Thalita Meneghim, 25 anos e mãe da pequena Laura. Vive arrumando amores por onde passa. "A vida, em sua totalidade, é uma grande piada cósmica."