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Gael

Eu não teria concentração para aquilo. Não teria de jeito nenhum. Enquanto seguia Carlos para a sala de controle eu só conseguia pensar em Marina.

Naquele momento ela deveria estar imersa naquela maldita banheira, o corpo nu sendo acalmado pela água quente. Eu daria tudo para estar lá com ela. Beijar e morder toda a superfície da sua pele.

Mas não, eu não poderia. Tinha que fingir que ela era só minha amiga e claro, tinha que seguir aquele maldito segurança.

O meu mau humor deveria estar muito evidente, estampado na cara. O cara não abriu a boca nem por um segundo durante todo o trajeto até a sala de controle.

Eu não o culpava, também queria manter a maior distância de mim possível, pelo menos para afastar o incômodo que Marina deixou entre minhas pernas.

Diabos! Olhei para baixo apenas para conferir rapidamente se não estava muito evidente. Puxei a camisa um pouco mais para baixo, só para garantir.

Eu não seria capaz de manter o auto controle. Que Deus me ajude, pensei com meus botões, estava encrencado.

Paramos na frente da porta de vidro do nosso destino e Carlos deu espaço para que eu passasse. Entrei rapidamente e avaliei o local. Vários homens vestidos de preto, várias câmeras, vários computadores. Eu queria quebrar tudo ali dentro tamanha era a minha frustração.

Fitei o chefe dos seguranças, Heitor. Ergui a sobrancelha.

- Então? O que há de tão importante?

Com o passo meio hesitante, o homem negro e careca se aproximou de um dos computadores me convidando a me aproximar. Fui para o seu lado.

- Enquanto esteve fora senhor, detectamos movimento dentro da residência, nossos homens foram acionados e fizemos a varredura completa do imóvel. Não encontramos nada. Nossas câmeras detectaram essas imagens, mas não há como identificar o sujeito.

Era só o que me faltava. Respirei profundamente para me acalmar, apertei o play e observei o estranho rondar pela minha casa como se fosse dono do lugar, vasculhando gavetas, computadores, parecia conhecer bem o local pois assim que ouviu movimentos, sumiu de vista rapidamente sempre com o cuidado de não se deixar identificar pelas câmeras.

- Deixa eu entender direito. Vocês deixaram que um estranho entrasse na minha casa com a maior facilidade, admirasse a propriedade e agora me chamaram para assistir o show, é isso?

Eu sabia que estava sendo rude e que não deveria descontar minha frustração neles, mas aquilo só serviu para me deixar mais puto da vida. Como eles se atreviam?

- Não sabemos como ele conseguiu passar pela nossa segurança senhor.

- Eu posso saber o que vocês fazem na minha ausência Heitor? Dançam balé?

O pobre homem baixou os olhos e negou com a cabeça. Merda.

- Resolvam isso o mais rápido possível. E trabalhem direito, se alguém invadir de novo principalmente com Marina lá dentro, eu ferro com a vida de todo mundo.

Olhei para o rosto de cada um deles, todos pareciam de acordo com o meu plano. Carlos, como sempre, sorriu. Qualquer dia desses eu quebraria os dentes dele.

Sai pisando duro passando pela sala, cozinha e uma Taylor boquiaberta e fui me refugiar na biblioteca e na minha garrafa de whisky.

Me servi de uma dose generosa e sentei na poltrona ao lado do bar.

Dor de cabeça, era o que aqueles seguranças me causaram. Eu precisava que eles descobrissem logo quem era o tal sujeito ou eu não dormiria mais a noite, a preocupação por Marina roeria meu cérebro.

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