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Marina

Na noite do dia seguinte eu estava na frente do meu guarda roupa, apenas de lingerie, tentando escolher algo para vestir, quando meu celular tocou.

Olhei rapidamente a tela para ver quem era e atendi ao ver que era Gael.

- Alô - disse encaixando o celular entre o ombro e a orelha e pegando um vestido preto tubinho do cabide.

- Você já está pronta? - perguntou ele do outro lado da linha.

- Digamos que quase - peguei um salto baixo, cor de pele.

- Ótimo, porque já estou sentado no sofá da sua casa - falou e pude ver o sorrisinho se abrindo no rosto dele, mesmo ele não estando na minha frente. Ai, como eu o odiava.

- Bom, você vai ter que me esperar agora - disse revirando os olhos.

- Eu sei que você está revirando os olhos. E Marina, estou sempre esperando por você. - disse ele flertando e desligou.

Enquanto me arrumava, minha mente viajava constantemente. Cheguei à conclusão de que o que Gael e eu tínhamos era apenas flerte amigável e nada da atração irresistível que Bruna havia pintado. Éramos amigos de infância, ora bolas! Sim, era apenas isso, e pensar demais sobre o assunto era besteira.

Depois minha mente foi parar em César, mais cedo falei com ele pelo telefone, desmarcando nosso compromisso. Ele pareceu genuinamente legal e ficou decepcionado quando eu disse que tinha acontecido um imprevisto. Ficamos de conversar de novo depois para marcar outra coisa.

Terminei de me arrumar e me olhei no espelho. Bom, eu estava bonita, o que era um feito e tanto. Meu cabelo castanho caia em ondas brilhantes pelas minhas costas, a maquiagem era simples, apenas delineador, rimel, blush e batom cor de boca, o vestido emoldurava bem o meu corpo e me deixava magra, o que eu estava precisando já que tinha conseguido engordar 5 quilos em um passe de mágica, e o sapato alto me deixou com pernas bonitas. Sim, eu estava bem.

Peguei minha bolsa e desci as escadas ouvindo atentamente os barulhos lá embaixo e sentindo um frio na barriga. Quando estava na metade do caminho, ouvi a voz grave e rouca de Gael.

- Sim, a editora anda muito bem Ana, obrigado por perguntar. Estamos lançando livro novo em breve.

Desci mais um pouco e vi que ele e minha mãe estavam sentados na sala, um de frente para o outro tomando chá. Gael estava lindo, toda aquela enormidade de músculos sentada no sofá da minha casa. Ele usava uma calça jeans preta e tênis branco, sua camisa era de botões de um azul escuro quase preto e parecia que ele tinha tentado domar os cabelos castanhos, o que não deu muito certo e eles ficaram bagunçados como sempre, o deixando ainda mais lindo, ele estava sentado de frente para a escada e ainda não havia me visto. Minha mãe continuou a conversa.

- Ah, mas que bom. Já estou até vendo a Mari te enchendo para dar um volume para ela, aquela menina não tem jeito, vai acabar falindo você de tanto livro que você tem que dar para ela.

- Acredite Ana, eu daria todos os livros do mundo para ela, se ela me pedisse

Uau, meu coração disparou. Era hora de descer. Terminei o trajeto da escada e desci bem no momento em que minha mãe ia falar outra coisa.

Gael se levantou cavalheiro, quando percebeu minha presença e me avaliou por uns bons momentos, com ar bem sério, enquanto minha mãe falava.

- Ah querida, você está tão linda - e veio para perto de mim, colocar uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Ele ainda me encarava. Eu já estava corada, então resolvi falar.

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