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Gael

Meu coração parecia querer saltar do meu peito, e aquela dor não passava de jeito nenhum.

Assim que ouvi o silêncio perturbador do lado da linha de Marina, não hesitei em nenhum momento em acelerar o carro que eu já estava dirigindo. Marcos havia ficado para trás minutos antes para esperar o mecânico, nosso carro havia sido sabotado, eu tinha certeza. Por isso tinha ligado para Heitor e por isso agora ele estava no banco do carona enquanto eu dirigia velozmente para a casa dos pais de Mari. Algo estava errado e eu não queria esperar para ver o que era.

Apesar de todas as minhas preces para que eu estivesse equivocado, assim que estacionei na frente da casa uma multidão dos meus seguranças invadia o lugar. Fiquei totalmente em pânico.

- Me dê uma arma.

Praticamente rugi para Heitor e ao notar sua hesitação agarrei o coldre em sua cintura e puxei sua arma de lá. Entrei rapidamente dentro de casa e o que vi me deixou momentaneamente sem fôlego.

Allan, que a muito tempo eu não via, distribuía socos raivosos nas costelas de Marina que jazia inerte no chão, peguei um vislumbre de seus olhos castanhos desfocados e fui arrebatado por uma onda de cólera violenta. Eu iria matá - lo.

- Seu desgraçado miserável.

Corri em sua direção e antes que ele tivesse tempo para se defender acertei a coronha do revólver em sua têmpora, seu corpo começou a tombar para trás tamanho o impacto do golpe, mas não deixei que caísse. Ao invés disso agarrei a gola da sua camisa e o puxei para longe de Marina.

Ao longe eu ouvia os gritos de Bruna e vi pelo canto do olho meus seguranças tirarem ela das mãos do comparsa de Allan, eu já deveria ter imaginado quem era, Carlos. Mas minha atenção estava completamente voltada para o homem a minha frente, um filete de sangue escorria de sua testa e ele abriu a boca para dizer alguma coisa, um soco acertou meu abdômen e perdi o fôlego por um momento. Me recuperei rapidamente acertando outra coronhada no seu rosto fazendo ele gritar de dor. Nada me pararia.

Joguei o corpo imundo de Allan no chão e investi mais uma vez contra ele acertando vários socos brutos no seu rosto, suas costelas. Bati sua cabeça várias vezes no chão. Segurei sua garganta fazendo ele arfar. Apontei o cano do revólver para sua testa.

- Você nunca mais vai tocar nela seu desgraçado.

Eu queria atirar nele, ver sua cabeça explodir, mas o bom senso falou mais alto e com um grito endurecido e frustrado apenas acertei mais uma vez a arma em sua cabeça. Marina precisaria de mim fora da cadeia, por isso eu me contentaria em quebrar seus ossos. Os olhos de Allan estavam fechados por causa do inchaço, sangue escorria de sua boca e testa e eu ouvia um dos seguranças me chamar. Eu não ligava para eles. Puxei o braço direito para trás concentrando toda a minha força no meu punho, acertei o queixo do idiota debaixo de mim arrebentando sua mandíbula, ele soltou um gemido de dor e sorri com isso.

Mas antes que eu continuasse meu trabalho a súplica de Bruna chegou aos meus ouvidos.

- Gael, para Gael, para para para...Marina, ajude minha irmã.

O soluço angustiado de Bruna penetrou minhas vísceras quase me fazendo vomitar, levantei rapidamente quando me virei e notei algo que minha fúria não havia me deixado ver antes.

A cabeça de Marina estava deitada sobre camadas de cacos de vidro, uma poça de sangue assustadora encharcava o chão e seus cabelos, seu braço tinha um ângulo estranho e seus olhos estavam fechados. Meu coração parou de bater totalmente ao ver isso e corri em sua direção gritando por uma ambulância. Me ajoelhei ao lado de Bruna que segurava a mão de Marina com força. Fiz o mesmo com a outra e fiquei paralisado ao perceber que estava fria.

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