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Marina

Gael nos conduziu ao interior do jardim, andávamos por uma espécie de corredor de flores de todas as espécies produzindo um aroma intenso que preenchia todos os sentidos. Aquilo serviu um pouco para acalmar minha ansiedade.

Ele estava muito próximo, em algum momento do caminho ele envolveu meus ombros com um de seus braços musculosos e eu ( naturalmente, por que como é que eu ia perder aquela oportunidade?) envolvi sua cintura sentindo os músculos poderosos de suas costas se moverem enquanto ele caminhava.

Estando tão próxima assim percebi realmente o quanto ele era alto, o topo da minha cabeça batia em seu peito, eu era diminuta. Ergui o rosto para observa - lo e levei um susto quando vi que ele já me fitava, os olhos verdes mais escuros na noite, observei fascinada um lindo sorriso iluminar o seu rosto e não pude deixar de sorrir de volta, ele era tão lindo. Se inclinando ele deixou um beijo na minha têmpora.

- Vai me dizer agora para onde a gente tá indo?

Ele riu baixinho.

- Eu amo o modo como sua curiosidade não te deixa um segundo. Na verdade a gente já chegou.

Indicando um lugar a nossa esquerda Gael se virou me levando junto. Um labirinto, do lado de fora parecia a coisa mais inofensiva com suas paredes altas feitas de heras verdes e grossas, algumas flores também cresciam ao longo de toda a extensão dele, mas eu sabia que devia ser enorme por dentro, o ambiente se tornava ainda mais misterioso por causa da parca iluminação que vinha praticamente apenas da lua que estava alta e cheia no céu noturno. Senti uma onda de empolgação percorrer o meu corpo.

- Se quiser que eu entre aí dentro, tem que prometer que sabe como sair.

Ele retirou o braço de meu ombro e seguiu até a entrada do labirinto, deu uma olhada e então se encostou na parede de hera me olhando fixamente, braços cruzados.

- Talvez eu saiba, mas não te garanto nada. Vai ter que arriscar. Você vem?

Ele estendeu uma mão para mim. Fitei seus olhos que me encaravam com urgência e certa apreensão. Havia um grande risco de a gente não sair dali por muito tempo e estranhamente eu queria ficar lá dentro com ele pelo tempo que desejasse.

Me movi em sua direção e aceitei sua mão, que envolveu a minha por completo. Ele sorriu largamente e me conduziu para dentro. Ele estava sorrindo muito aquela noite.

- Esquerda ou direita? Você escolhe.

Ele parecia aquele garotinho de oito anos de novo, prestes a aprontar. Olhei de um lado para o outro e escolhi às pressas.

- A gente vai indo pela esquerda.

Sem ousar soltar da mão dele por medo de me perder, tomei a frente e segui caminho, sempre pela esquerda, aquilo não acabava nunca.

Depois de algum tempo andando em silêncio parecia que havíamos chegado ao centro do labirinto. Havia uma pequena redoma de flores no chão e dois bancos, um em cada extremidade do local. Escolhi um e nos sentamos. Gael pousou a mão em minha perna. Seu toque estava sempre presente, a cada respiração que eu dava, a cada piscar de olhos e eu não me importava nem um pouco.

- Você sabe que existe um risco de a gente nunca mais sair daqui não sabe?

Ele balançou a cabeça fitando a lua grande e sedutora lá em cima.

- "Nunca mais" é muito tempo não é? Eu não me importaria de ficar aqui.

Olhei para ele. Para o seu belo perfil, o maxilar quadrado, o rosto bem barbeado, lábios carnudos e rosados.

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