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Gael

Pela primeira vez desde que estávamos juntos meus olhos se abriram primeiro que os de Marina pela manhã. Seu corpo pequeno estava enroscado no meu da maneira mais inocente possível, e ainda assim meu corpo enlouquecia com o simples contato.

Mas também perdia a sanidade com o pensamento de ela estar em perigo, quem quer que estivesse rondando nossa vida não iria perguntar por ela ao acaso, e eu só iria sossegar quando encontrasse o sujeito e então acabaria com ele com as próprias mãos.

Delicadamente tentei sair do abraço de Marina sem acorda - la mas não tive sucesso, quase instantaneamente ela suspirou e seus olhos se abriram devagar. Ela me deu um pequeno sorriso.

- Oi.

Sussurrei alisando seus cabelos, me inclinei para beijar seus lábios gentilmente.

- Oi. Você está bem?

Lógico que ela faria essa pergunta já que eu nunca estava acordado quando ela despertava.

- Sim. Só tenho que resolver algumas coisas rapidinho.

Ela franziu a testa para mim, desconfiada.

- A essa hora da manhã?

Talvez eu não devesse mentir para ela, talvez fosse melhor se eu dissesse logo o que pretendia fazer, mas conhecendo bem a mulher deitada ao meu lado dava para saber que ela não aceitaria nada daquilo. Então era melhor omitir aquilo dela, pelo menos por enquanto.

- Ligação internacional.

Disse simplesmente e ela desabou de volta na cama fechando os olhos, talvez o motivo de ela não insistir tanto tenha sido todo o cansaço dos últimos dias ou a pressão psicológica da noite passada, mas era absurdamente estranho que ela aceitasse aquilo sem questionar. Mas não reclamei, deixei um beijo na sua testa e sai da cama sem fazer movimentos bruscos.

- Não demora.

Ouvi ela dizer quando estava saindo do quarto.

- Já já volto para você.

Fechei a porta suavemente e sai para me encontrar com Heitor. A casa estava silenciosa e meus passos ecoavam no lugar o que não ajudava em nada a acalmar meu subconsciente furioso, mas também em pânico, eu precisava de uma certeza absoluta que garantisse a segurança de Marina.

A sala de controle também estava silenciosa, alguns homens guardavam a propriedade do lado de fora e outros supervisionavam as várias câmeras de segurança instaladas na propriedade, Heitor rondava a sala de controle monitorando o trabalho dos outros, as vezes eu suspeitava de que ele não dormia.

Cumprimentei Eva e Maurício que cuidavam dos computadores e me dirigi ao chefe deles.

- Heitor.

Ele me deu um aceno como cumprimento e fez um gesto para que eu o acompanhasse à sala ao lado.

- Senhor. Posso ajudar?

- Quero ver as imagens do dia da primeira invasão.

Ele assentiu e ligou um computador no centro da sala, procurou as imagens do dia específico e as mostrou para mim. Sem falar nada me sentei à mesa e me pus a analisar tudo, o sujeito um pouco alto e esguio perambulou pela sala de estar vasculhando algumas prateleiras de livros a procura de alguma coisa, estranhamente examinou as fotografias dispostas no lugar e várias outras coisas.

A idéia de colocar câmeras de segurança dentro de casa não me agradou muito a principio, seria privacidade zero e eu prezava muito a privacidade, mas Heitor garantiu que só seriam ligadas quando não houvesse ninguém na casa, para maior área de segurança, então acabei concordando e não poderia estar mais agradecido, só assim eu poderia ver isso. Mas de maneira frustrante não consegui novamente identificar o cara.

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