Permaneça ( COMPLETO )

Epílogo

Marina
Dois anos depois
Casa de praia

Ainda lembro da nossa primeira vez aqui, meu coração não cabia dentro do peito tamanha a felicidade que eu sentia, a enxurrada de emoções novas e aquele sentimento avassalador crescendo dentro de mim me fazia perder o fôlego.

Agora não está sendo diferente, eu ainda era pega de surpresa toda vez que olhava para Gael, as vezes não conseguia acreditar que ele me amava tanto e também não conseguia conter dentro de mim todo o amor que sentia por ele. Claro, durante todo esse tempo tivemos nossas brigas, nossas diferenças e passamos por situações complicadas, mas não importava o que acontecesse, no fim do dia sempre acabavamos nos braços um do outro. Era o único lugar que importava.

Era fim de semana e como sempre estávamos na casa de praia, eu amava tanto aquele lugar, sentia paz quando estava lá. Mas no momento sentia tédio.

Gael estava no sofá, alguns livros ao seu lado, o notebook no colo, o peito musculoso sendo exibido, cabelos bagunçados, uma expressão concentrada no rosto. Ele trabalhava demais. Eu entendia, a editora estava indo muito bem e exigia muito dele, de nós dois na verdade agora que eu era o braço direito dele, só que as vezes eu sentia sua falta. E tinha a impressão de que iríamos ficar ainda mais ocupados.

Suspirei e levantei determinada a conseguir um pouco de atenção, fui até ele e suavemente tirei o notebook do seu colo e me aninhei sobre Gael, seus olhos focaram em mim e suas mãos grandes enrolaram meus quadris.

- Por favor, para de trabalhar um pouco. - me inclinei para inspirar o cheiro do seu pescoço e recebi um beijo no ombro.

- Desculpa, estou deixando você solitária não é? - sua boca distribuiu beijos pelo meu pescoço, arrepiando meu corpo no processo e quando chegou aos meus lábios, me beijando de forma saudosa e desejosa, me derreti por ele, eu amava tanto aqueles beijos, amava tanto a forma como suas mãos sabiam e conheciam cada parte do meu corpo, amava tanto que meu coração pertencesse a ele.

- O que acha de a gente ir lá pra praia, dar um mergulho? - perguntei enquanto ele descia os lábios pelo meu colo e começava a acariciar um seio por cima da blusa que eu vestia.

- Seus seios estão maiores, não sei o que é isso mas eu gosto. Bem aqui também - ele deslizou as mãos pelos meus quadris - estão mais... largos, talvez? - suas mãos peritas acariciavam meu corpo com uma fome e desejo tão grande que por um momento esqueci que ele estava falando das mudanças óbvias no meu corpo. Mas aquilo só durou breves segundos, me afastei dele que olhou confuso para mim.

- Espera um pouco. Eu... fiz uma coisa. - a confusão deu lugar à desconfiança e comecei a sair de seu colo, ele me acompanhou e quando estava pronta para abrir a boca minha cabeça rodou, a vertigem me pegou desprevenida e só soube que estava caindo quando Gael me firmou entre seus braços. Os olhos verdes me fitaram com preocupação e ele segurou meu rosto.

- Amor, você está bem? O que foi isso? - esperei um segundo para responder e segurei seus braços. 

- Estou bem, foi só uma tontura. - seus dedos tocaram meu cabelo e ele franziu a testa.

- Você teve muitas tonturas ultimamente e na última reunião que tivemos você saiu correndo para vomitar. Anjo, você não está me contando alguma coisa. Está doente? - ouvi o medo em sua voz e meu coração se comprimiu dentro do peito, as vezes ele era tão tapado.

- Pode pegar minha bolsa? Vou me sentar um pouco. - ele olhou alarmado para mim.

- Marina...

- Não se preocupa, só pega a bolsa tá? - ele assentiu e inspirou fundo, me colocou sentada no sofá e foi até a bolsa. Se sentou ao meu lado e me encarou com ansiedade e medo. Meu coração disparou dentro do peito porque eu também estava apavorada.