Gael
Eram seis horas, fim do expediente e eu estava louco de preocupação. Já faziam várias horas que eu não tinha notícias de Marina. Seu celular dava apenas na caixa postal. Eu não queria ser inconveniente e dar uma de possessivo ao ligar para o pai dela, mas tinha que fazer isso, e se ela estivesse com ele, tanto melhor, eu respiraria aliviado.
Peguei o celular ao sair da editora e disquei o número de Marcos, entrei no carro e instruí Vicente a ir diretamente para casa, se ela não estivesse com o pai eu a procuraria lá, e se também não estivesse lá, minha cabeça iria explodir.
" Alô? "
Marcos atendeu com uma voz cansada, eu não podia evitar sentir um certo incômodo ao falar com ele, afinal estava fazendo Ana e de quebra Marina e Bruna sofrerem.
" Marina está com você? "
Perguntei de cara, sem cumprimentá - lo.
" Estive com ela apenas no almoço. Tivemos uma discussão e não fiquei muito tempo."
Era de se imaginar, praguejei baixinho.
" Bom, agora ela sumiu. Não voltou para trabalhar. "
Ouvi ele respirando fundo do outro lado da linha. Parecia realmente disperso.
" Ela deve ter ido para casa, não parecia muito bem. Você me avisa qualquer coisa? "
" Aviso, mas antes tenho algo para te falar. Lembra do que me disse quando eu tirei Marina de casa? "
Ele fez uma pausa.
" Eu disse que não deixaria que fizesse minha filha sofrer e se fizesse isso, acabaria com você. "
Apesar da preocupação, tive que sorrir. Bem específico.
" Então, se não aceita que façam sua filha sofrer, porque não hesita em fazer exatamente o que não quer de jeito nenhum que eu faça, com a mãe dela? "
O homem não disse nada, eu ouvia apenas o som da sua respiração. Suspirei.
" Ana não merece, Marcos. Pense nisso. Te aviso sobre a Mari. "
Desliguei o telefone e sem parar para pensar muito apressei Vicente. O trajeto levou mais ou menos uma hora por causa do trânsito e eu estava quase a ponto de sair do carro e ir correndo mesmo, com certeza chegaria mais rápido.
Assim que o carro parou, abri a porta e disparei casa a dentro. Sra Taylor passava aspirador na casa e parou assim que me viu. Também tinha uma expressão preocupada no rosto.
- Onde é que ela está?
Ela apontou para as escadas.
- Está no seu quarto desde que chegou algumas horas atrás senhor.
Voei escada acima atravessando o corredor. Eu só queria saber se ela estava bem, mas assim que abri a porta do quarto, constatei que não, ela não estava bem. Porque Marina não faria aquilo de jeito nenhum.
Ela estava sentada no sofá, descalça e com os cabelos desgrenhados já soltos da trança e estava muito concentrada em beber, no gargalo, uma garrafa de whisky que eu guardava no quarto, ela nunca havia bebido whisky na vida e já estava terminando a garrafa.
Seus olhos desfocados me viram e ela sorriu levantando a bebida. Eu não gostava dela bebendo daquele jeito, minha preocupação, ainda que com certo divertimento, só fez aumentar.
- Amooor. Você chegou!
Me aproximei dela sentando ao seu lado no sofá. Ela, desajeitadamente se ergueu e sentou em meu colo, segurei seus quadris ajudando a se firmar.
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Permaneça ( COMPLETO )
RomanceEles são melhores amigos desde a infância. Ela é forte e audaz, mas terá que lutar contra as inseguranças que ameaçam tomar conta de si, se verá entre um misto de paixão e dúvidas e no fim terá que decidir, ela cede, ou recua? Ele obstinado e sagaz...