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Marina

Meu estômago estava embrulhado de nervosismo. Parecia que milhões de borboletas se agitavam no meu interior, minhas mãos tremiam.

Eu sabia que sentir tudo aquilo era besteira, mas não conseguia me fazer parar. Depois de colocarmos as malas no carro e eu me despedir da minha família com recomendações expressas para Bruna ficar de olho em nossos pais, eu e Gael partimos.

Não falamos muita coisa no caminho, ele pareceu entender que eu precisava ficar quieta no meu canto, começar a me acostumar, então ligou o som do carro e dirigiu. A música ajudava a me acalmar, principalmente Henrique e Juliano que no momento tocava "Às vezes", nunca tinha ouvido ela mas amei. De vez em quando enquanto a música tocava eu o pegava olhando para mim enquanto dirigia. Então ele sorria na minha direção, um daqueles sorrisos tímidos que a gente dá quando é pego fazendo algo que nao devia e voltava os olhos para a frente.

Estávamos quase chegando. Me virei um pouco para fitar o rosto de Gael, era fruto da minha imaginação ou ele parecia nervoso também? E porque ele estava assim?

Ele se virou para mim e me pegou o encarando, sorriu. Sorri de volta. Ele pegou minha mão e a levou aos lábios depositando um beijo demorado, suave e casto na palma. Estremeci e suspirei. Apertei sua mão em torno da minha e ficamos assim.

Antes do que eu esperava ele virou em uma rua que dava diretamente para os portões da sua casa. Respirei fundo. O novo momento da minha vida começava naquele instante.

Eu já tinha estado muitas vezes naquela casa, mas nunca iria me acostumar com a imponência do local, eu nem conhecia todos os cômodos dali.

Depois que passamos pela segurança, entramos realmente na propriedade. De um lado e do outro do caminho de pedras que levava para a entrada da casa havia um jardim enorme, seus canteiros de rosas, margaridas e jasmins formavam um aroma delicioso que encheu minhas narinas, acalmando meu corpo e mente bagunçados.

Gael manobrou para o lado e parou o carro. Do lado de fora, um segurança esperava para guardar o veículo.

- Vamos? - ele perguntou olhando nos meus olhos. Sua voz parecia estranha, o que só me fez confirmar que ele estava nervoso. Assenti.

Saímos do carro e Gael entregou as chaves para o homem.

- Marina, esse é o Gustavo. Um dos nossos seguranças.

Apertei a mão do Gustavo que sorriu amavelmente para mim, gostei dele na hora.

- As malas estão no porta malas, leve para o quarto dela.

Nossa, eu já tinha um quarto. Então Gael pegou minha mão e me guiou para a grande porta de madeira, parecia que eu estava entrando em uma mansão.

E realmente era, a sala era espaçosa, enquanto as paredes eram de cores claras enfeitadas com vários quadros de artistas amadores, os móveis de cores escuras contrastavam perfeitamente criando um ambiente sofisticado. Como na minha casa, a sala era ligada à grande cozinha por um balcão. Aquilo era um sonho.

- Eu não me canso de dizer o quanto essa casa é bonita.

- Obrigado, ela vai melhorar agora com você.

Sorri para ele, corando.

- Vem aqui.

Me levando para a cozinha Gael me familiarizou com o local. Em seguida abriu a geladeira para mim.

- Mandei comprar algumas coisas que você gosta. Pode ficar a vontade sempre que quiser. Quero que se sinta em casa.

Olhei para o interior da geladeira e suspirei de prazer. Lá continha todo o tipo de guloseimas, das que eu mais gostava. Iogurtes, chocolates, biscoitos, queijo, presunto, sucos, cereais, leite, também tinha frutas de todos os tipos, as minhas preferidas, bananas, morangos, uvas, peras.

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