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Marina

Era noite de sábado. Eu estava em meu quarto a bastante tempo e estava uma pilha de nervosismo por causa da festa, eu iria acompanhada por Gael, é claro, e aquilo com certeza iria gerar muito mais falatórios.

A minha semana havia sido catastrófica. Além da avalanche de trabalho que eu tinha para fazer tive que lidar com os inúmeros sussurros que começavam sempre que eu passava. Vanessa com certeza tinha feito fofoca para todo mundo na empresa e a culpa era toda minha. Mas eu continuava a não gostar dela e aquilo só aumentou o sentimento.

Ninguém ousava falar perto de Gael, ele não permitiria. Mas ele sabia dos comentários e a meu pedido estava procurando uma forma de acabar com aquilo. Eu andava bastante desanimada e ele se empenhava a me fazer sentir bem de novo.

Durante toda a semana ele se dedicou a contar piadas ridículas e flertar descaradamente comigo. A mudança em seu comportamento era absurda, eu sabia que ele estava decidido a ter o que queria, o que no caso era eu, mas eu não sabia se estava preparada para aquilo.

Aquela era uma oportunidade. E eu tinha que me divertir, colocar os sentimentos em ordem. Estava merecendo.

Então ali estava eu, terminando de me arrumar para o evento. Gael disse que seria uma noite de gala e que eu tinha que usar algo elaborado, ele falou isso com um ar de quem odiava aquilo, não o culpei.

Por isso escolhi um vestido longo azul cobalto, o corte era perfeito e emoldurava bem as minhas curvas me deixando mais alta, o salto alto também ajudava. O decote da peça era comportado mas não deixava de revelar um pouco do meu colo.

Fiz um penteado simples, uma trança lateral que adornava bem o meu perfil, o restante do cabelo caía em ondas brilhantes sobre um ombro. Uma maquiagem simples, o mais natural possível era o bastante para mim.

Meus olhos estavam brilhantes, meu rosto corado, a cor do vestido combinava bem com minha pele, eu me sentia realmente bonita, mas a insegurança ainda reinava sobre mim.

Estava terminando de colocar um pequeno par de brincos prateados quando ouvi uma batida na porta seguida de uma voz grave e rouca que fez os dedos dos meus pés encolherem.

- Posso entrar?

Perguntou Gael do lado de fora. Pedi um segundo e rapidamente coloquei um pouco de perfume, retocando um pouco do batom e dando uma última conferida no cabelo.

Me virei para a porta e respirei fundo.

- Entra.

A porta se abriu e um Gael hesitante entrou. Ele estava magnífico em um terno negro como a noite, o cabelo indomável, todo o seu tamanho imenso sendo moldado pelo corte perfeito da peça que ele vestia. Suspirei. Eu com certeza seria acompanhada pelo homem mais bonito da festa. Pena que ele não podia dizer o mesmo sobre mim.

Observei o rosto de Gael pela primeira vez e percebi que ele me olhava fixamente com uma expressão de assombro, deleite ou qualquer outra coisa. Seus olhos estavam arregalados, a boca levemente aberta.

Lentamente ele desceu o olhar sobre o meu corpo, admirando cada contorno, cada curva. Seu olhar era de puro desejo, um sentimento ardente que me deixou corada da cabeça aos pés.

Seu olhar encontrou o meu e então observei fascinada um sorriso de canto se desenhar em seu rosto. Seus olhos brilharam.

- Você com certeza será a mulher mais linda daquela festa.

Eu odiava o modo como seus elogios me deixavam sem graça e corada e odiava o fato de ele adivinhar os meus pensamentos. Ri timidamente para ele.

- Você está incrível também.

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