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Gael

Um dia tedioso. Eu não conseguia para de comparar aquele domingo sem graça ao que eu tinha planejado em passar ao lado de Marina.

Eram sete da noite e eu estava ansioso. Não sabia que podia sentir tantas saudades em tão pouco espaço de tempo, mas eu sentia.

Passei todas aqueles horas tentando distrair minha mente para que o tempo passasse mais rápido. Chequei a segurança procurando novidades sobre o invasor desconhecido e que eu não sabia o que queria, sem novidades sobre ele.

Fiz a revisão de alguns artigos para a editora fazendo César (não gostava nem de pensar nele) trabalhar em pleno domingo, o que me deixou satisfeito por alguns momentos.

Li um pouco. Fuçei o quarto de Marina, observando as várias fotos penduradas na moldura do espelho, senti o cheiro de seu perfume, e coloquei o pequeno colar que havia dado a ela na sua caixinha de jóias( a peça estava sobre a cômoda, descuidadamente ao lado de um hidratante), ela tinha que ser mais organizada, mas sorri com o pensamento de que ela se tornava infinitamente melhor assim.

Cheguei até a me oferecer a ajudar a Sra Taylor, que havia chegado aquela tarde, na limpeza. Ela me olhou de um jeito estranho e desconfiado e não me respondeu.

Eu não sabia mais viver na minha própria casa sem a presença de Mari. Era assustador a forma como aquilo já estava tão grande e intenso.

Eu estava sentado na sala de estar, a TV ligada num noticiário que eu não estava nem um pouco interessado quando meu celular tocou.

Olhei rapidamente a tela e vi que era Heitor, meu coração deu um salto ao pensar que tinha acontecido alguma coisa com Marina. Atendi rapidamente.

- Heitor, aconteceu alguma coisa? Marina está bem?

- Sim senhor, eu acho. Ela está dormindo agora e não sei se devo acorda - la. Estamos na entrada da casa.

- Estou indo.

Levantei depressa e fui até a porta me dirigindo ao carro parado a alguns metros da porta. Heitor saiu lá de dentro e se dirigiu a mim. Por incrível que pareça ele não havia ficado aborrecido com o meu comportamento violento dias atrás e dispensou meu pedido de desculpas, mas eu ainda me sentia mal.

- O que você quis dizer com "acho que ela está bem" ?

Perguntei observando a figura de Marina adormecida dentro do carro. Não parecia confortável e eu queria leva - la para dentro logo. Heitor me cumprimentou com um aceno.

- Ela chorou durante todo o caminho para casa senhor, adormeceu faz pouco tempo, acho que de cansaço.

Senti meu corpo inteiro doer ao saber que ela esteve chorando e eu não estava lá com ela. Me dirigi ao carro e abri a porta com cuidado para não acorda - la. Ela parecia tão pequena, seu rosto estava um pouco inchado do choro mas parecia sereno, porém eu sabia que alguma coisa não estava certa.

Soltei o cinto de segurança e, passando um braço ao redor de seus ombros e outro por baixo dos joelhos, a ergui de encontro ao meu peito e tirei ela dali. Heitor nos observava cuidadosamente. Assenti para ele. E entrei em casa.

Sra Taylor estava na cozinha e viu nossa entrada. Marina se mexeu em meus braços começando a acordar.

- Gael.

Ela sussurrou acomodando a cabeça no meu ombro. Sua voz estava rouca. Ela passou os braços ao redor do meu pescoço. Me virei para Taylor.

- Prepare alguma coisa para ela comer. E traga algum doce também. Deixe na porta do quarto dela e apenas dê uma batida para nos informar.

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