Capítulo 4

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Estávamos sentados no balcão da cozinha eu, meus pais, a Duquesa e Helena. Assim que cheguei em casa, perguntei onde Helena estava e meu pai disse que ela estava na casa de uma amiga. Tinham pedido para ela ir, para poderem conversar. Então, pedi para a chamarem, para todos estarem presentes. Meus pais não ficaram muito contentes, mas, a Duquesa, logo falou a Ed para ir buscá-la. Depois de ter visto em meu celular o número de chamadas perdidas da Camila, mandei para ela uma rápida mensagem me desculpando e desmarcando o compromisso.

Quando Helena chegou, mesmo um pouco assustada correu para mim e me deu um abraço apertado. "Feliz aniversário, maninha", ela sussurrou no meu ouvido. Me segurei para não voltar a chorar, já que ela foi a única da família a lembrar do meu aniversário. No meio de toda essa algazarra, nem eu mesma lembrava.

– Então – comecei a falar e olhei para Helena, que estrategicamente coloquei sentada ao meu lado para me dar forças – eu... – meu pai tinha trago a caixa de madeira e a tinha em seu colo – Me expliquem. Do começo.

Depois de uma longa troca de olhares entre meus pais e a Duquesa, como se estivessem decidindo quem ia começar a falar, meu pai colocou a caixa em cima do balcão, a abriu e tirou de dentro primeiro sua "identidade" e me entregou. Eu peguei e olhei, como já tinha visto antes, apenas aproveitei para ver o verso, onde tinha o nome completo, que a Duquesa disse para mim mais cedo, data de nascimento e em seu local de nascimento em vez de Tournon, Ilaira, a cidade e ducado que pensei que ele tinha nascido, estava Danton, Lyons.

Aqui em Corona, nossas terras são divididas em ducados, sendo assim, um duque era responsável por cada território. Embora, houvesse prefeitos, eleitos democraticamente, os duques ainda recebiam seus títulos hereditariamente, ou as vezes, concedidos diretamente pelo Rei, quando o ducado não tinha um herdeiro direto.

Passei a identidade para Helena que olhava curiosa. Tinha esquecido que ela, diferente de mim, não tinha visto. Ela olhava perplexa e tentava de algum modo entender o que estava acontecendo. Bem-vinda ao meu mundo!

– Como vocês já sabem – começou meu pai, – a avó de vocês, está viva – todos olhamos para a duquesa. – E, como, já viram na identidade, eu não sou um simples professor de história. Eu era herdeiro e futuro Duque De Lyons, mas abri mão do título para poder me casar com sua mãe.

– Na verdade, – minha avó o interrompeu, trazendo a atenção de volta a ela – seu pai fugiu com sua mãe. E, consequentemente, perdeu o direito ao título, quando seu avô o renegou.

Meu pai olhou furioso para ela, não sei se por o interromper, ou por contar detalhes que preferia deixar em segredo.

– Sim, eu fugi. Sua mãe era filha de empregados e... Eu já estava prometido em casamento – antes de terminar a frase ele desviou os olhos. Arrisquei um olhar para Helena e ela tinha lágrimas nos olhos, como minha mãe. Estranhamente, eu não estava chorando mais, talvez minhas lágrimas tivessem secado.

– Eu estava prometido a Viviane de Farrugia... – Meu pai voltou a falar e quem o interrompeu dessa vez foi Helena.

– Viviane de Farrugia? A irmã do rei? – Ela olhava com os olhos arregalados para meu pai esperando, e quando ele respondeu foi com um leve menear de cabeça afirmando. Depois disso ele abriu a boca e fechou algumas vezes como se procurando palavras para continuar.

– Sim, a irmã do rei. Nossa família, sempre foi próxima a do rei, isso a diversas gerações – minha vó decidiu tomar a palavra, já que meu pai parecia ter travado e eu a agradeci por isso. – Então, como já era esperado Rei Nolan prometeu sua filha Viviane, ao meu, Alef. Claramente, foi uma tremenda desonra e desrespeito ao rei, quando seu pai e sua mãe fugiram, e seu avô não deixaria isso passar empune. Fez de tudo para encontrar Alef, e quando o encontrou, bom, seus pais já estavam casados. George, seu avô, ficou irado quando descobriu e rapidamente fez com que seu pai abdicasse do título, dinheiro e tudo relacionado a família. Mas, a família a vista do rei perdeu seu valor, e isso George nunca perdoou. Neste dia, quando encontramos seus pais, seu avô tentou fazer com que cancelassem o casamento, mas já era tarde, porque sua mãe já estava grávida de você Maria.

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