Capítulo 15

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Às vezes, muito ocasionalmente, eu me pego pensando no beijo com Nicholas. Mas, isso não é algo frequente, não se iludam — eu não estou me iludindo. Quer dizer, já faz uma semana que eu voltei para casa, e não é como se nós não tivéssemos nos falado mais, trocamos mensagens quase todos os dias, mas, não por muito tempo.

A minha apresentação está marcada para apenas daqui uma semana, ou seja, eu só tenho mais sete dias sendo uma cidadã normal coronense, e não parte da nobreza real. Com isso, minha agenda tem ficado bem corrida e a maior parte que estou livre, Nicholas está ocupado ou vice-versa.

Mas eu não passo o dia pensando em Nicholas, em seus braços fortes, nos seus olhos azuis, ou nos muitos beijos que nós demos aquela noite, não mesmo. Nicholas não é algo tão importante para mim. Como eu disse antes, ele é apenas um crush.

— Pensando em Nicholas de novo? — Camila entra no meu quarto carregando cabides com o que parecem ser vestidos de festas, o que ela tem me mostrado muito frequentemente.

— Não estava pensando em Nicholas, eu não fico pensando nele. E, ninguém mais bate na porta neste castelo?

— Isto não é um castelo e sim um palácio, e, saiba senhorita "eu não penso no Nicholas" que eu bati duas vezes. Provavelmente, Vossa Alteza estava não ocupada em seus... afazeres, que não ouviu.

— Seu cinismo me comove — falo revirando os olhos, salvo o documento na planilha que estou montando sobre os lucros mensais da fazenda e me levanto, indo em direção a Camila e a montanha de pano que ela carrega.

— Com certeza, o beijo deve ter sido muito bom para te deixar assim mesmo depois de uma semana.

— Você é insuportável quando quer, o que você está fazendo aqui?

— Grossa. Eu trouxe alguns vestidos para você experimentar. Você provou os que eu trouxe ontem?

— Claro — respondo pensando nos vestidos devidamente envelopados, e ainda lacrados, que Camila colocou no closet ontem.

— Qual gostou mais?

— Do verde — falo, jurando ter visto pelo menos um pedaço de pano verde pelo plástico, mas, a expressão emburrada de Camila, mostra que não tinha nenhum verde.

— Você podia pelo menos experimentar algum dos vestidos.

— Eu já experimentei vários, e já disse que quero usar o que compramos em Corleans, por que é difícil aceitar?

— Porque sua avó, a que assina meus cheques, não acha ele perfeito — Camila abre as mãos e balança os dedos quando termina a frase, provavelmente dando ênfase a perfeição necessária.

— Pois eu o acho perfeito.

— Sua avó acha mais adequado você usar algo com a cor da bandeira de Corona, ou, do brasão de Lyons.

— Eu já vou vestir alguma dessas cores no vestido tradicional, não seria falta de criatividade usar dois vestidos com cores parecidas na mesma noite? — eu já acho desnecessário usar dois vestidos na mesma noite.

— Bom palpite — Camila fala apontando para mim. — Mas, de qualquer modo, experimente esses — ela se dirige ao closet para guardar os vestidos — e os de ontem!

— Não está sendo muito gasto com vestidos?

— Além de ser figura pública, você é da nobreza. Sempre tem que estar preparada para qualquer evento programado, ou não, então considere um investimento antecipado.

— Faz sentido.

Voltei a me sentar, e reabri o arquivo comparando o documento com as planilhas que eu tinha, conferindo se tinha colocado os dados corretos.

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