Os grandes patrocinadores das crenças do coração são, sem dúvida, Hollywood
e as celebridades em geral. Um dos fatos mais curiosos dos últimos tempos,
que inaugurou uma nova crença criada pelo coração, foi a separação do “casal
dourado” Gwyneth Paltrow e Chris Martin — ela, já considerada por uma
revista americana “a mulher mais linda do mundo” e ele, vocalista do
Coldplay.
No comunicado oficial postado no site da atriz, o casal disse ter chegado à
conclusão de que “apesar de nos amarmos muito, permaneceremos
separados”.
Como pode um casal que se ama muito permanecer separado? Quem ama
separa? Quem ama quer viver longe? Quem ama quer sujeitar seus filhos
pequenos a um divórcio? Faz algum sentido?
É claro que não. Mas “quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas
feitas pelo coração”? Apesar da falta de nexo, as pessoas tomam decisões em
cima dessa crença. Veja como Gwyneth iniciou o comunicado de sua
separação:
“É com os corações cheios de tristeza que decidimos nos
separar.”
Coincidência? Não. Pelo menos nisso ela acertou. Tal decisão, de fato, só
poderia ter sido feita pelo coração.
As pessoas pensam que o amor-sentimento é suficiente para fazer a relação
funcionar. Esse tipo de amor presume que o sucesso do convívio a dois é
automático. Não é. A cabeça é que tem de tomar decisões no relacionamento,
não o coração.
A separação do casal, porém, teve um fato ainda mais bizarro. Gwyneth
postou em seu site, logo abaixo do anúncio da separação, um artigo de seus
“conselheiros espirituais” dando a entender que o casal não estava se
divorciando, mas sim fazendo um conscious uncoupling — um
“desacoplamento consciente”. “Divórcio é uma palavra muito negativa” —posso imaginar o tal guru pensando ao inventar o novo termo. “Vocês não
estão se divorciando, apenas desacoplando. Seus filhos terão dois endereços
agora, mas lembrem-se: todos vocês ainda se amam muito.” Entenda como
uma maneira de tentar fazer a horrível realidade de um divórcio parecer
positiva. O coração sempre quis embelezar o que é feio, vestir de roupa bonita
o que é podre.
A verdade da separação dos dois, qualquer que tenha sido o motivo, é que
ela foi causada pelo coração, não pela inteligência.
Até Jesus, quando perguntado sobre o divórcio, responsabilizou o coração
como o culpado4. A Bíblia não faz segredo dos perigos de confiar no coração.
Veja só quem as pessoas estão deixando no controle de sua vida amorosa:
Quem pode entender o coração humano? Não há nada que
engane tanto como ele; está doente demais para ser curado.5
Sim, o coração sabe enganar. Por isso, a roupa que veste o argumento do
conscious uncoupling é realmente muito bonita. A explicação é que, nos dias
atuais, casamento para a vida toda não é mais uma opção viável. Segundo os
gurus de Paltrow, numa era onde a expectativa de vida das pessoas é mais de
70 anos, “elas não estão biologicamente nem psicologicamente preparadas
para viver com a mesma pessoa por quatro, cinco ou seis décadas”. A
alternativa? Ter “dois ou três relacionamentos sérios ao longo da vida”.
Sério. Tem gente que paga caro para receber conselhos assim.
Especialmente em Hollywood. Prepare-se para ouvir mais notícias sobre casais
de celebridades “desacoplando conscientemente” por aí.
Mas sabe por que esse argumento é tão atraente? Porque, como tantos
outros mitos de relacionamento, ele isenta os “desacoplantes” de
responsabilidade. Afinal, se o problema está na ideia do casamento para a
vida toda, a culpa não é deles. Se o casal briga, se desentende, persegue
objetivos diferentes que os distanciam, e acaba se separando — nada disso é
o problema. Egoísmo? Orgulho? Teimosia? Não, essas coisas não são nada. A
culpa é da biologia. Quem mandou viver muito?
Os gurus de Paltrow justificam sua teoria apontando que os casais que
permanecem casados e felizes a vida toda são a exceção e não a regra. Mais
uma vez, erram em afirmar que a maioria está sempre certa. Se assim fosse,
teríamos de recomendar, por exemplo, a pornografia como novo modo de vida
para todos os homens. Sim, pois uma pesquisa6 apontou que quase 70% dos
homens veem pornografia na Internet semanalmente. Ou seja, por essa
lógica, se maioria o faz, deve ser bom e todos devem fazer.
Os ataques ao casamento, as mentiras vestidas de elegância e os mitos
novos e velhos não param de crescer. Se você não se blindar, também acabará
aceitando o divórcio como uma coisa natural e até bonita: uma prova da sua
evolução como ser humano.Fique alerta. Pratique o amor inteligente. Blinde o seu namoro.
Cristiane
Eu já tive várias experiências com meu coração enganoso, e uma delas foi
bem no início do namoro com o Renato. Depois de algumas semanas de
namoro, comecei a duvidar se gostava dele mesmo. Incrível, porque eu orei
por alguém como ele por tanto tempo… Quando finalmente nos
conhecemos, fiquei tão feliz… Sabe aquela felicidade que você tem em ver
Deus responder suas orações exatamente como você pediu?
Só que eu não estava mais sentindo o meu coração bater quando o via e
isso me incomodou. Comecei a achar que talvez não o amasse como
pensava até então, e a dúvida sobre nós dois apareceu. Até que um dia
orei a Deus a respeito, pedi para que Ele confirmasse para mim, mais uma
vez, que o Renato era de Sua vontade. Em poucos dias, aquela dúvida saiu.
Toda vez que me lembro desse episódio, fico pensando no que poderia ter
acontecido se eu tivesse me deixado levar pelo meu coração… não teria me
casado nem com o meu primeiro namorado, nem com o amor da minha
vida.
O Renato tinha o perfil que eu tanto pedi a Deus e não tinha nada que eu
pudesse usar como base para aquela dúvida, mas ela veio assim mesmo...
E quantas não são as pessoas que se enganam assim? Começam a
duvidar, do nada, sem sequer uma explicação e param de usar a
inteligência.
O coração tem feito um péssimo trabalho nos relacionamentos. Então, o que
estamos propondo?
Que você não ame com o seu coração, mas com sua inteligência.
Um namoro blindado é aquele em que, por mais fortes que sejam os
sentimentos, a pessoa não abandona a lucidez nem deixa de agir pela razão.
Assim como nas outras áreas da vida a inteligência nos fez avançar, o avanço
na vida amorosa também depende da sua cabeça. Os tempos mudaram.
Temos que evoluir, verdadeiramente modernizar essa área de nossas vidas,
acompanhar o progresso de outras áreas. Vamos sair das cavernas!
Não é que você vá virar um robô, sem sentimentos. Sentimentos têm seu
lugar na relação. Você sempre terá sentimentos bons e também ruins. Mas
com sua cabeça no controle, você saberá desfrutar dos bons e administrar os
ruins. É preciso entender que mesmo os bons sentimentos de amor são apenas
uma pequena parcela do que é amor em si.
Pense num serviço de TV a cabo. Há dezenas de canais a que você tem acesso, mas só pode assistir a um de cada vez. Os sentimentos são apenas um
canal na TV do Amor. Há outros canais muito importantes nesse pacote, como
o canal da fidelidade, o canal do respeito, o canal da honra à palavra, o canal
do compromisso, o canal do servir ao parceiro etc. São todos estes canais,
nada relacionados aos sentimentos, que valorizam o pacote da TV do Amor. E
se você praticar o amor inteligente, quem tem o controle remoto nas mãos é a
sua cabeça, não seu coração.
“Mas como assim”, você pergunta, “amar com o cérebro? Como o cérebro
ama?”
Ele pensa! O cérebro usa a inteligência para criar e praticar o amor
verdadeiro. Ele prepara o solteiro antes de entrar num relacionamento. Ele o
ajuda a escolher a pessoa com quem namorar. Ele estuda a pessoa para ver
se é a certa para se casar. Ele resolve os problemas e supera as dificuldades
para manter o relacionamento e nunca perder aquela pessoa.
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namoro blindado
Randommomento mais doloroso em nosso consultório CRISTIANE E EU JÁ PERDEMOS A CONTA de quantas vezes pensamos ao aconselhar casais em nosso consultório matrimonial: "Esses dois nunca deveriam ter se casado". É duro ver duas pessoas que nunca deveriam ter...