UM NOVO MODELO

1.7K 48 2
                                        


Não estamos defendendo aqui uma volta aos antigos costumes de namoro
segundo o que era feito em tal época, tal tradição ou religião. Na verdade,
nem a Bíblia dá algum mandamento em si de como namorar. Era
desnecessário. No período bíblico o cortejo era culturalmente implícito, já que
os princípios familiares eram bem mais fortes. E isso não mudou muito ao
longo de milênios.
Mas eventualmente tudo muda e nós, como seres inteligentes, temos de nos
adaptar às mudanças da sociedade. As últimas décadas têm testemunhado
transformações drásticas nos relacionamentos amorosos, além do
desenvolvimento em várias outras áreas que também afetam diretamente a
vida a dois. Para citar apenas algumas:
A mulher se emancipou. Não depende mais do marido ou dos pais
A principal economia mundial deixou de ser a agrícola/industrial e passou a
ser a intelectual (o que colocou a mulher a par com o homem no mercado de
trabalho).
A Internet revolucionou a comunicação através das redes sociais e abriu um
leque de outros fatores: pornografia, chats, sites e aplicativos de
relacionamentos, Skype, troca de fotos e vídeos instantâneos, mensagens de
texto… — coisas, entre outras, com as quais nossos pais e avós nunca
tiveram de lidar.
A nossa geração precisa de novas estratégias e atitudes para navegar nessas
mudanças.
O modelo antigo é, para todos os efeitos, impraticável atualmente. E as
práticas atuais tampouco estão funcionando. O que estamos propondo é que
você aja com inteligência e bom senso: tire as lições do passado e do
presente; observe o que funciona, o que não, e por quê; e, então, adote a
melhor estratégia.
Não propomos trazer de volta as práticas antigas, e sim os valores antigos.
Os tempos mudam, os costumes culturais variam, mas os valores jamais
envelhecem. Quem não gosta de respeito, admiração, cuidado, segurança,
seriedade, responsabilidade e compromisso?
Infelizmente, o sistema que temos nos dias de hoje não promove esses
valores.
Hoje, a primeira coisa que um homem faz ao demonstrar interesse em uma
mulher é exatamente o contrário de antigamente. Ele logo pensa em convidá-
la para “sair”. Note: ele não vai mais até ela. Até o pegar em casa (termo que
nos dias atuais pode não ter nada a ver com passar de carro na casa dela para
levá-la ao local do encontro) já está saindo de moda. Atualmente, é comum marcar o lugar onde vão se encontrar — um barzinho, restaurante, balada, ou
onde for — e cada um vai por si.
Observe que a expressão em si já indica uma mudança de costume: “sair
juntos”. O homem hoje não quer cortejar, entrar no ambiente da moça, mas
sim tirá-la de lá e trazê-la para o ambiente dele ou para onde ele poderá ter
acesso total a ela sem a interferência de ninguém — especialmente da família.
Quanto mais distância dos familiares, melhor. (A mulher fica vulnerável,
apesar de muitas, mesmo assim, defenderem até a morte sua independência
familiar.) A ideia de “sair juntos” indica mais uma busca de divertimento do
que o objetivo de conhecer a pessoa. Por isso, muitos namoram sem a mínima
intenção de compromisso ou de se aproximar da vida da pessoa, mas apenas
para tirar proveito dela.
O resultado disso tem sido a falta de compromisso, o enfraquecimento da
posição da mulher e o pouco envolvimento da família de ambos. Isso tem
colocado o poder nas mãos do homem, que facilmente consegue tirar o que
quer da mulher sem dar muito em troca, a não ser talvez um jantar e um
ticket para um cinema (isto é, se ela não insistir em pagar ou dividir a conta).
Deixamos de lado o cortejar para simplesmente sair ou “ficar”. Não mais se
respeita a mulher no espaço dela nem se procura conquistar o direito de ter
acesso a ela. Qualquer outro espaço serve, desde que seja longe da
“interferência” dos familiares, a fim de curtir a outra pessoa e atender aos
seus anseios por diversão.
E que fique bem claro: homens e mulheres têm permitido que seja assim.

namoro blindadoOnde histórias criam vida. Descubra agora