TRIPPING • jjk + pjm

×ɓʋı||ɐɟ ɯoɹɟ ɟ|əsʎɯ doʇs ʇ'ʋɐɔ ı×

ŞƗЖŦĦ ĆĦΔƤŦ€Ř

— E por que não, Jimin?

A voz soava distante, ainda que estivesse tão próxima do rosto de Park que ele podia sentir a quentura da respiração que vinha junto dela. E algo estava errado. Ele ainda não identificara o que era, mas definitivamente nada daquilo estava certo. Abrindo os olhos lentamente, ele conseguiu se encontrar.

Estava em um quarto completamente branco. Se é que aquele lugar poderia ser chamado assim, já que era, claramente, apenas um cenário vazio. Uma tela em branco, pronta para ser pintada.

─ Você é difícil assim com Jongin também? ─ Uma outra voz o perguntou, e Jimin rapidamente olhou para o lado, numa tentativa certa, porém hesitante, de descobrir quem o dizia aquilo.

─ É claro que não, Sungwoon! ─ Taemin disse, em tom de repreensão, enquanto o corpo semi-nu se aproximava do de Jimin, segurando sua cintura. ─ Ele é todo entregue pro Kai... Você já viu.

Jimin tentava se mexer, sem sucesso. Aquela era sua visão: observar dois de seus melhores amigos, bêbados e transtornados, ambos semi-nus, tocarem-no em locais onde não deveriam estar tocando.

Demorou mais alguns segundos para que Jimin realizasse que as mãos de Sungwoon também o tocavam, subindo e descendo por seu tronco exposto, como se o acariciasse. E fazia muito tempo que Park não sentia o toque dos amigos; mas ele tinha a certeza de que odiava aquilo vindo de um deles, naquelas circunstâncias.

Tinha algo a mais ali, e Jimin sabia disso. Sabia porque já havia experienciado antes. Sabia porque isso gerara uma tragédia de consequências imensas, apenas pelo fato de que ele não conseguia aceitar que os dois o tratassem daquela forma. Era tudo negligência da parte dele.

Tudo culpa dele.

E foi por esse motivo que, quando Taemin aproximou sua boca à do mais novo, lentamente, Jimin não se mexeu. Apenas permaneceu quieto, imóvel, com os olhos apertados numa força extrema. Sentiu os lábios de seu amigo tocarem os seus, mas nada além disso. Felizmente apenas isso, ele diria, se não estivesse em uma situação tão infeliz.

─ Agora você deixa? ─ Sungwoon perguntou, parecendo incrédulo com a visão, intensificando cada vez mais os toques no tronco de Jimin.

─ Eu tenho que deixar. ─ Park respondeu, certo de que tal frase fora dita automaticamente, contra a sua própria vontade.

─ Verdade... ─ Taemin sentou-se sobre as próprias pernas, afastando-se de Jimin e parecendo se entristecer rapidamente. ─ Senão a gente morre.

Jimin finalmente conseguiu se mover, respirando pesada e densamente quando se sentou, encontrando-se no sofá da sala de sua casa. Alguns segundos foram necessários até que o jovem percebesse que tudo aquilo fora apenas um sonho. Um pesadelo. Uma lembrança.

Sem conseguir parar de soltar o ar tão desesperadamente pela boca, Jimin posicionou o joelho junto ao peito e apertou-o ali, grunhindo baixo quando a dor leve apareceu. E aquele momento infortuno, que agora voltara a ser tão vivo em sua cabeça, parecia se engajar em uma sequência de repetições tortuosas.

─ Jimin? ─ Yangmi perguntou, olhando-o preocupada do outro sofá, enquanto segurava um livro qualquer em suas mãos. ─ O que houve, meu bem?