AVISO! Já foi informado, mas vale à pena reforçar que o conteúdo pode ser sensível e causar gatilhos em alguns leitores. Caso não se sinta bem para ler sobre a temática neste momento, pule direto para o próximo capítulo!
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Jimin não conseguia, por nada, sair de seu quarto.
A dor da perda que o acometera, tão cruel e fortemente, havia se juntado com tantos outros fatores e agora o rapaz só sabia pensar em como não aguentava mais tudo aquilo.
Em todos esses anos, mesmo sabendo da condição delicada em que ele e seus amigos se encontravam, nunca pensou que algo tão ruim fosse capaz de acontecer com eles.
De fato, a depressão era algo perigoso e feroz.
Em um momento, estavam todos felizes e alegres; ou, pelo menos, aparentavam estar. No outro, apenas dois haviam restado, tristes e amaldiçoados, tendo apenas um ao outro para afogar as mágoas temporariamente, até que as consequências de toda aquela situação voltassem fortes para a mente de cada um.
Jimin apenas conseguia se revirar na cama, olhando de um lado para o outro, sem ao menos ter forças para começar a chorar. Repuxou as mangas do moletom preto e escuro para cima e pôde ver em seu antebraço algumas marcas de momentos de dor anteriores àquele.
Mas as marcas antigas não eram o suficiente. Ele precisava de mais.
Juntando o resquício de uma força que não tinha, Jimin se esticou até sua escrivaninha, onde pegou uma de suas tesouras que, mesmo sem ponta, ele sabia que possuía lâminas capazes de lhe ajudar naquele momento.
Com o objeto em mãos, entrou em seu banheiro e, descansando o corpo sobre a tampa fechada do vaso sanitário, feriu-se com as lâminas quase cegas. Foi preciso algum esforço para que conseguisse se machucar, mas, ao fazê-lo, a dor psicológica foi momentaneamente substituída por algo um pouco mais real; um pouco mais presente.
Infelizmente, menos forte.
Jimin passou o resto do fim de tarde sentado sobre o vaso sanitário, ouvindo, por sons abafados, seus pais discutirem o futuro do único filho, aos prantos. Sem ao menos se mexer, muito menos se cortar. Parecia que a breve força que ele encontrara para tentar aliviar-se acabou por ser pouco eficiente, e ele decidiu que não resolveria mais aquela situação daquela forma. Pelo menos não mais naquele dia.
Isso era uma parte boa de si: não insistia em aumentar um sofrimento ao ver que não anulava o outro.
E o sofrimento causador de tudo em questão era de um caráter imensamente mais grave.
Na hora do jantar, Yangmi foi até seu quarto para chamar pela companhia do rapaz, que seguiu-a sem a pretensão de comer, como andava fazendo nos dias anteriores.
Já sentado em seu lugar na mesa, Jimin manteve a cabeça baixa, ouvindo os barulhos dos talheres de seus pais soarem nitidamente em sua volta e sentindo o cheiro da comida que seu pai colocara em seu prato, sem ao menos se apetitar pelo aroma delicioso da criação de sua mãe.
— Coma um pouco, filho. — Yangmi pediu, pouco esperançosa.
Jimin apenas balançou a cabeça em um sinal negativo. Seu pai começou a se mexer de forma tensa sobre sua cadeira, como quem quer falar algo que não deve ser dito em determinado momento. Porém, após terminar sua refeição, limpar-se com um guardanapo e tomar um longo gole do suco de laranja em seu copo, ele o fez.
— Jimin, você infelizmente não vai mais participar da Fire Academy...
A voz do pai continha certo pesar, embora Jimin não demonstrasse preocupação quanto a esse fato. Aliás, qual era o sentido de voltar a fazer aulas por lá? Sair era o que ele mais queria, mesmo.
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TRIPPING • jjk + pjm
FanficPark Jimin é acostumado a não ver felicidade e sentido na vida que lhe rodeia. E, depois de passar por três perdas de graus diferentes ─ mas de consideração aplicavelmente igual ─, a mente do rapaz parece colapsar e seus pensamentos e ações começam...